A maior pesquisa nacional de intenção de compra para o Natal, que reuniu 2.797 consumidores, revela um fim de ano aquecido no varejo brasileiro. A maioria pretende gastar mais do que em 2024, concentrar-se nas compras em supermercados e exigir ao parcelamento no cartão de crédito, impor um consumidor disposto a consumir, mas ainda dependente do crédito para manter o padrão de compras.
Segundo o levantamento, 56% dos brasileiros planejam gastar mais neste Natal, enquanto 24,3% mantêmão o mesmo nível de consumo e apenas 19,6% pretendem reduzir gastos. O dado sinaliza maior confiança na economia, impulsionado pela melhoria gradual do mercado de trabalho e por expectativas positivas de renda.
Outro indicativo de apetite por consumo é o tíquete médio: 53,2% dos entrevistados afirmaram que vão desembolsar acima de R$ 1.000 nas compras de fim de ano. Outros 27,6% deverão gastar entre R$ 501 e R$ 1.000. Apenas 4,4% limitam o orçamento a até R$ 200.
Mesmo com o avanço do e-commerce, os supermercados permanecem como o principal canal de compras, escolhido por 64,8% dos consumidores. As lojas online aparecem em segundo lugar, com 18,2%, seguidas pelas lojas de departamento (15,1%).
“Os dados confirmam o papel essencial dos supermercados nas festas de fim de ano e mostram que os cartões private label são decisivos para garantir o acesso das famílias às compras, principalmente pela oferta de condições especiais de parcelamento”, afirmou a Ariane Bete, diretora da DM. “A gestão equilibrada do crédito, oferecendo aos clientes finais os recursos necessários para celebrar o final de ano sem riscos de individualização, é o que garante o bom desempenho do varejo nas festividades seja mantido ao final da temporada.”
A predominância dos supermercados é explicada pela conveniência, pela combinação de alimentos, bebidas e itens sazonais e pela concentração das compras de última hora.
A pesquisa confirma uma tradição brasileira: o Natal é uma data centrada na celebração e na mesa. Por isso, 61,7% dos consumidores pretendem comprar alimentos e bebidas, categoria mais citada pelos entrevistados.
Na sequência aparece:
- Roupas e calçados: 50,4%
- Eletrodomésticos: 23,8%
- Eletrônicos: 19,7%
- Cosméticos e perfumaria: 18,7%
- Brinquedos: 17,6%
- Artigos natalinos: 16,9%
- Móveis e decoração: 16,7%
- Viagens: 10,3%
O dado reforça que, além do consumo por necessidade, os dados impulsionam as compras ligadas aos presentes e à renovação da casa.
Cartão de crédito se consolida como principal meio de pagamento
O levantamento mostra forte dependência do crédito pelo consumidor brasileiro. 62% afirmam que pagarão a maior parte das compras no cartão parcelado, enquanto 22,9% usam cartão de crédito à vista. O Pix aparece com apenas 8,4%, e o dinheiro, com 3,9%.
Além disso, mais da metade dos entrevistados (51,6%) pretende usar o cartão private label da loja. Entre os motivos, o limite disponível é o fator principal (65,7%), somado à facilidade de parcelamento (38%). Descontos e benefícios exclusivos parecem com menor relevância, escolhidos por 21,2%.
O dado sugere que muitas famílias utilizam o cartão da loja como complemento de renda, sobretudo em um período de maior demanda por crédito.
Consumidor antecipa compras para aproveitar preços
A pesquisa também revela que a conjuntura econômica influencia o comportamento de consumo. 60% pretendem antecipar as compras de fim de ano devido ao cenário econômico, enquanto 29,7% ainda têm dúvidas e apenas 10,3% descartaram a possibilidade.
A antecipação costuma ocorrer em busca de promoções, maior disponibilidade de produtos ou para evitar endividamento concentrado em dezembro.
Os dados indicam um Natal mais otimista para o varejo brasileiro. Com consumidores gastando mais e recorrendo ao crédito, supermercados e lojas online devem registrar forte movimento. A dependência do cartão parcelado e do private label, porém, revela um cenário em que o consumo cresce, mas ainda sustentado pelo crédito.

