BREAKING NEWS: IG4 Capital faz operação de R$ 20 bi e avança sobre o controle da Braskem

Após a aquisição em créditos vinculados à participação acionária da companhia, o fundo adquire exposições detidas por Itaú Unibanco, Santander, Bradesco, Banco do Brasil e BNDES

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Imagens: Divulgação

Unidade da Braskem no Polo Petroquímico do ABC paulista

Unidade da Braskem no Polo Petroquímico do ABC paulista

A longa e complexa novela envolvendo a venda do controle da Braskem ganhou um novo – e decisivo – capítulo nesta segunda-feira (15). A gestora IG4 Capital anunciou a conclusão de uma operação financeira que vai resultar na transferência do controle da maior petroquímica da América Latina, após a aquisição de cerca de R$ 20 bilhões em créditos vinculados à participação acionária da companhia.

Segundo comunicado divulgado pela gestora, um fundo de investimento em direitos creditórios controlado pela IG4 adquiriu exposições de crédito originalmente detidas por Itaú Unibanco, Santander, Bradesco, Banco do Brasil e BNDES. Os créditos haviam sido concedidos à NSP Investimentos, holding do grupo Novonor, antigo Odebrecht, e têm como principal garantia ações ordinárias da Braskem dadas em alienação fiduciária.

Após a aquisição desses créditos, a IG4 firmou um acordo vinculante com a NSP Investimentos prevendo a transferência da totalidade das ações ordinárias que garantem o controle da Braskem para um fundo de private equity estruturado pela gestora. A operação envolve a quitação parcial das dívidas da Novonor e está condicionada à aprovação de órgãos reguladores, incluindo o Conselho Administrativo de Defesa Econômica, além do cumprimento de condições usuais de fechamento.

Pelo desenho da transação, a Novonor permanecerá com apenas 4% do capital da Braskem, na forma de ações preferenciais sem direito a voto ou influência na governança. A holding deixará de integrar qualquer acordo de acionistas e não terá participação nas decisões estratégicas da companhia.

A expectativa é que, após a conclusão da operação, seja celebrado um novo acordo de acionistas entre o fundo controlado pela IG4 e a Petrobras, que hoje detém participação relevante na Braskem. O modelo em discussão prevê um regime de co-controle, encerrando um impasse societário que se arrasta há anos e que tem sido apontado pelo mercado como um fator de instabilidade para a empresa.

A venda do controle da Braskem é tratada como prioridade tanto pela Petrobras quanto pela Novonor. A estatal brasileira tem buscado uma solução definitiva para a governança da petroquímica, enquanto a Novonor enfrenta elevada pressão financeira desde os desdobramentos da Operação Lava Jato. O grupo acumula dívidas bilionárias e vem promovendo a venda de ativos como parte de um amplo processo de reestruturação.

Em nota, a Novonor informou que celebrou um acordo de exclusividade, válido por 60 dias, com o fundo de investimento Shine, gerido pela Vórtx Capital e assessorado pela IG4. “Com as premissas estabelecidas, as partes darão andamento às tratativas relacionadas à potencial operação, atendendo de forma ordenada os aspectos jurídicos e de governança, sempre com o objetivo de concluir positivamente o processo e gerar valor para a companhia petroquímica.”

Além das dificuldades societárias, a Braskem atravessou nos últimos anos uma sequência de desafios relevantes. O mais grave deles foi o desastre geológico em Maceió, decorrente da exploração de sal-gema, que provocou o afundamento de bairros inteiros da capital alagoana. O episódio resultou em acordos bilionários de compensação, impactos reputacionais severos e reforço do escrutínio regulatório e ambiental sobre a companhia.

A empresa também sofreu com a volatilidade do mercado petroquímico global, ciclos de margens pressionadas, aumento da concorrência internacional e oscilações nos preços de matérias-primas. Em paralelo, disputas entre os acionistas sobre investimentos, estratégia e governança limitaram a capacidade de execução da companhia em momentos-chave.

De acordo com a IG4, a operação anunciada é de natureza estritamente societária e não implica mudanças operacionais imediatas na Braskem. A atual equipe de gestão será mantida, assim como seus assessores financeiros e jurídicos, garantindo continuidade das operações.

Somente após a conclusão da transação e a formalização do novo acordo de acionistas com a Petrobras deverá ser implementado um plano estruturado de turnaround e criação de valor no longo prazo. A gestora afirma que os trabalhos preparatórios já estão em andamento, mas que qualquer mudança estratégica dependerá do fechamento da operação.

Para investidores minoritários, a expectativa é de que a reorganização acionária traga maior previsibilidade, estabilidade de governança e clareza estratégica, encerrando um período prolongado de incertezas em torno do controle e do futuro da Braskem.

 

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