Caraíva, Jericoacoara, São Miguel dos Milagres, Pipa… não faltam regiões paradisíacas no nordeste brasileiro que ganharam destaque nos últimos anos. Muitas delas, pequenas vilas até pouco tempo, se tornaram verdadeiros polos de turismo impulsionados inclusive por celebridades. Mas, nenhuma dessas regiões chama atenção dos estudantes brasileiros que pretendem fazer viagens de formatura como Porto Seguro, no litoral sul da Bahia.
A região que entrou para a história do Brasil como o local de chegada dos portugueses em 1500 foi “redescoberta” pela Forma Turismo na década de 1990, por meio de organizações de viagens de formaturas do ensino médio de escolas do País inteiro. Hoje, as idas de turmas do 3º ano do Ensino Médio para Porto Seguro se tornaram quase lendárias entre os estudantes brasileiros.
“Com certeza 2025 foi o melhor ano da nossa história”, afirmou Renato Costa, CEO e fundador da Forma Turismo, mesmo sem abrir seus números de faturamento.
Em 1993, ele organizou sua própria viagem de formatura e descobriu sua vocação profissional que levou à fundação da companhia quatro anos depois. Hoje, a Forma já se tornou a maior operadora de turismo estudantil da América Latina com foco em viagens de formatura, experiências turísticas educacionais, intercâmbios internacionais e atrações de lazer.
“Sem dúvida, Porto Seguro é nosso maior produto. Já era assim nos anos 1990 e permanece até hoje. Só que atualmente não é mais uma viagem como era antes e sim um festival que acontece por mais de 30 dias seguidos em julho, com cinco mil adolescentes por noite na maior arena particular de praia do Brasil, com atrações, montanha russa, roda gigante, praça de alimentação. É um evento de adulto para um público adolescente”, disse Costa.
O executivo destacou que a cidade baiana teve recorde de passageiros em 2025 pelos serviços da Forma, com crescimento de quase 29% em relação ao ano passado, e já tem 95% de viagens fechadas para este destino no próximo mês de julho, um aumento de até 30% sobre 2025. Os outros braços da companhia também cresceram este ano, como a Forma 9, focada em viagens e experiências exclusivas para estudantes do 9º ano e a Conhecer, braço educacional que organiza saídas pedagógicas e visitas para espaços como os estúdios Mauricio de Sousa Produções.
Em 2025, a Forma também expandiu seu portfólio de destinos e hotéis, com novas parcerias e a chegada de estabelecimento de destaque principalmente em Santa Catarina e Alagoas, reforçando a capilaridade da operação e atendendo a uma demanda crescente por destinos diversificados.
Rápida recuperação da pandemia
O setor de turismo foi abalado como poucos pela pandemia da Covid-19 iniciada no Brasil em 2020. Desde que Renato Costa fundou a empresa há 28 anos, o crescimento praticamente dobrou ano a ano até aquele momento, quando a empresa precisou recalcular suas estratégias para sobreviver. De acordo com Renato Costa, a Forma Turismo teve quase 90% das suas viagens canceladas durante os dois piores anos da pandemia.
“Foi um período muito difícil, mas que nos trouxe muitas oportunidades. Hoje olho para trás e vejo como estávamos preparados para tudo isso que aconteceu. Nos encontrávamos sem dívidas ou alavancagem e com caixa, já que nunca fomos de ficar gastando dinheiro do ano seguinte. Aproveitamos ainda para fechar lojas físicas que eram um custo enorme”, destacou o CEO.
Uma das principais inovações previstas na estratégia da Forma Turismo após a pandemia foi a entrada nos negócios de parques temáticos e experiências educacionais, com um investimento de R$ 150 milhões até 2030. Este movimento buscou integrar o turismo às opções de entretenimento educativo para estudantes e famílias. A ideia da companhia era reduzir a dependência da sazonalidade das viagens de formatura e criar novas fontes de rendas, tão abaladas durante a pandemia.
Como maior destaque está a inauguração em 2025 do Sítio do Picapau Amarelo, em Atibaia (SP), um parque de 30.000 m² com atrações inspiradas nas histórias de Monteiro Lobato. O objetivo é atrair 200 mil visitantes anuais nos primeiros três anos de operação. De acordo com o CEO, a companhia estuda mais três parques temáticos no mesmo terreno, mas ainda não pode passar mais informações.
Atualmente, o parque responde por 10% da renda da companhia, mas a expectativa é que quando todas as instalações fiquem prontas isso responda por 40% da renda da Forma Turismo até o fim da década.
