O mercado de Fundos de Investimento em Direitos Creditórios ultrapassou a marca de R$ 809 bilhões em patrimônio líquido neste ano e consolidou-se como um dos principais motores de crédito da economia brasileira. Apenas em setembro, o volume negociado de cotas sênior no mercado secundário atingiu R$ 6,07 bilhões, o maior da série histórica. O avanço expressivo reflete a migração de capital para instrumentos lastreados em garantias reais e estruturados com governança mais robusta, em um ambiente marcado por juros elevados e maior seletividade por risco.
A movimentação mostra que investidores qualificados buscam previsibilidade, proteção e ativos reais que preservem o retorno mesmo em cenários adversos. Já as empresas recorrem cada vez mais ao crédito privado para financiar capital de giro e projetos de expansão. Com isso, ganham espaço estruturas mais sólidas, que combinam garantias físicas, precificação transparente e mecanismos de controle capazes de recolocar o crédito produtivo no centro da economia.
Nesse contexto, surge o FIDC IOX Real, estruturado pelo Grupo IOX com a proposta de financiar empresas por meio de operações lastreadas em ativos físicos e retorno de CDI + 5% ao investidor sênior. O fundo utiliza uma carteira composta por imóveis e terrenos avaliados e registrados, seguindo uma linha de originação própria e análise criteriosa de risco. A estratégia privilegia ativos com liquidez comprovada e setores com capacidade de geração de caixa, além de estabelecer ciclos mais longos, controle de alavancagem e margem de segurança superior à média do mercado. A meta é alcançar R$ 1 bilhão em patrimônio em 12 meses, consolidando uma tese de crédito produtivo de médio prazo com governança fortalecida.
O novo fundo representa a evolução natural do grupo no mercado de crédito estruturado e é voltado ao investidor qualificado. A operação segue padrões institucionais de diligência, distribuição e transparência, ampliando o portfólio de funding corporativo da IOX. A iniciativa reforça a tese de que o crédito lastreado em garantias reais tende a se tornar uma classe dominante nos próximos anos, ao oferecer previsibilidade de fluxo e maior capacidade de controle de risco.
Para Richard Ionescu, CEO do Grupo IOX, o lançamento do fundo reflete o atual estágio de maturidade do crédito privado no Brasil. Ele afirma que o FIDC IOX Real foi desenvolvido para financiar a economia real de forma sustentável, com base em ativos tangíveis e rentabilidade competitiva. Segundo o executivo, atingir R$ 1 bilhão em um ano demonstra confiança na capacidade de originação do grupo e na eficiência da estrutura de garantias. Ionescu destaca ainda que o retorno de CDI + 5% para cotistas sênior evidencia que é possível unir prudência e desempenho. Para ele, o foco está em gerar crédito com propósito, sustentado por colaterais de qualidade e governança técnica, reforçando a liquidez produtiva no País.

