Cinco anos depois de entrar em operação, o Pix deixou de ser apenas uma inovação tecnológica para se tornar a espinha dorsal do sistema de pagamentos brasileiro. Dados mais recentes do Banco Central mostram que o meio instantâneo respondeu por 50,9% de todas as transações feitas no país no primeiro semestre de 2025. Foram 36,9 bilhões de operações, um salto de 27,6% na comparação anual. No panorama geral dos métodos de pagamento, o Pix lidera com 51,3%, seguido por débito e pré-pagos (20%), cartão de crédito (14,6%), débito automático (6,4%) e boletos/convênios (5,8%).
Mais do que dominar a participação, o Pix alterou a lógica das operações financeiras. Hoje, 45% das transações ocorrem entre pessoas físicas, enquanto 42,1% são compras feitas por consumidores no varejo. As transações entre empresas respondem por 12,5%, e o setor público, por apenas 0,4%, reforçando que a digitalização avança de forma mais rápida na ponta do consumo.
O impacto do Pix se insere em um movimento mais amplo de mudança no comportamento do brasileiro. Entre 2018 e 2023, o número de pessoas que realizaram pelo menos um pagamento digital no trimestre saltou de 77 milhões para 152 milhões. O sistema instantâneo foi o principal vetor dessa expansão, ao unir liquidez imediata, custo baixo e acessibilidade.
Para pequenos e médios negócios, a transformação é ainda mais evidente. A possibilidade de receber na hora trouxe ganhos de fluxo de caixa, capacidade de negociação com fornecedores e previsibilidade operacional. O Pix se tornou, na prática, um instrumento de produtividade, não apenas um meio de pagamento.
Agora, o Pix entra em uma fase decisiva. Com a chegada de funcionalidades como Pix por Aproximação, Pix Automático e Pix Parcelado, o sistema passa a disputar espaço diretamente com o cartão de crédito e com modelos tradicionais de cobrança recorrente.
Para o varejo, isso abre um novo ciclo de oportunidades, desde assinaturas até pagamentos contínuos de serviços essenciais. Nesse contexto, soluções que integram o Pix às operações do negócio, como a SaqPay, tornam-se estratégicas ao garantir compatibilidade com as novas tecnologias e permitir uma jornada de pagamento mais fluida.
O futuro caminha para transações totalmente integradas ao cotidiano: tarifas públicas, contas de serviços, mensalidades, assinaturas e até operações offline. Em cinco anos, o Brasil não apenas adotou um novo meio de pagamento. Tornou-se referência global em pagamentos instantâneos, com o Pix no centro dessa mudança.
*Leandro Fiuza é CEO da SaqPay, plataforma completa de pagamentos que utiliza o Pix para varejistas físicos e digitais

