Pense em alguma empresa com modelo B2B que escolhe seus clientes — e não o contrário. Pensou? Quantas vieram à sua cabeça? Nenhuma? Uma? Duas? Poucas, não é? Pois é… na próxima vez que fizer esse exercício, coloque na lista a SIG, companhia suíço-alemã de embalagens que tem ampliado sua atuação no Brasil escolhendo com quem vai trabalhar. E, na lista dela, estão marcas globais e nacionais como Nestlé, PepsiCo, Coca-Cola, Vigor, Mococa, NotCo, Lactalis, Britvic, Quatá, Tirol, Líder, McDonald’s, Cooperoeste, Nude, Marajoara, Cemil e Polenghi. Está bom? Para a SIG está — mas pode melhorar.
“A gente cresce junto com nossos clientes”, disse ao BRAZIL ECONOMY Hugo Magalhães, diretor de Cluster da SIG para a América do Sul. “Procuramos inovação e um alinhamento estratégico com nossos parceiros comerciais. É um ganha-ganha”, afirmou.
Para avançar em soluções para os atuais 40 clientes na América do Sul e conquistar alguns outros, a empresa investiu, nos últimos anos, mais de 120 milhões de euros no País — equivalente a mais de R$ 700 milhões — em melhorias e ampliação das fábricas em Vinhedo (SP) e Campo Largo (PR). A partir da atividade da planta do interior de São Paulo, a SIG torna-se um hub de soluções e exportação para o restante da região.
Assim, o País — um dos principais da SIG no mundo — contribui para o faturamento global de 3,3 bilhões de euros em 2024. Por aqui, sempre com crescimento anual de dois dígitos. No portfólio, há embalagens de 50 ml a 1.300 litros, para consumidores, indústria e food service.
Mas a performance tende a ser mais agressiva com novos produtos para o ramo alimentício — que até hoje é o core da companhia — e com a entrada no setor de não-alimentos, como químicos, insumos do agronegócio e outros itens que podem ser transportados em embalagens de grande porte. Assim, a SIG se fortalece para encarar de forma mais incisiva a concorrente Tetra Pak.
Mais uma vez, a estratégia é escolher os clientes com os quais vai trabalhar, para gerar negócios mútuos. Com uma embalagem diferenciada, a empresa vende mais para o consumidor final e, consequentemente, compra mais da SIG.
Nos últimos anos, a companhia ofereceu a seus clientes embalagens menores de achocolatados, que passaram de 200 ml para 180 ml. “Isso gera acessibilidade da marca para classes sociais que antes ela não atingia”, disse o executivo. “O mesmo ocorreu com sucos, que passaram a ser de 150 ml para crianças levarem para a escola uma quantidade suficiente para evitar desperdício, com um desembolso menor do shopper, que é a mãe”, complementou Magalhães.
As propostas levadas pela SIG para seus clientes da indústria abrangem até embalagens de comida para cachorro. Assim, empresas de alimentos que não atuam no segmento pet passam a considerar essa possibilidade para ampliar sua atuação.
Lançamentos
Foi assim também com a oferta do pouch (sachê) lançado em outubro, o modelo SIG Prime 55 Aseptic, o primeiro de envase com esterilização em linha do mundo. O primeiro cliente é a Alca, da Costa Rica, que o utiliza para embalar purê de banana para crianças. Mas o projeto foi liderado pela equipe do Brasil, com as embalagens produzidas aqui.

O modelo serve também para doce de leite e outros alimentos, ampliando os casos de uso. “É muito mais versátil de aplicar. A gente ajudou o cliente a mostrar para o consumidor uma nova opção, uma nova ocasião de consumo com uma embalagem nova”, afirmou o diretor ao citar ainda que outros itens, como pastas de amendoim, podem integrar a utilização da embalagem. “Acreditamos muito nessa embalagem pela praticidade, por essa questão do on the go.”
Uma possibilidade é embalar requeijão, o que mudaria a categoria do produto, que passaria a ser vendido fora das câmaras resfriadas. Iogurtes (ou produtos semelhantes) também poderiam entrar nessa demanda.
“Estamos quebrando paradigmas. Temos uma fila de clientes querendo essa máquina que produz essa embalagem”, frisou Magalhães. Aqui, vale ressaltar que o modelo de negócio da SIG abrange o envio de suas máquinas próprias, fabricadas na Alemanha, para funcionarem dentro das instalações de seus clientes a partir de contratos de produtividade.
A outra novidade é a Jeribox, desenvolvida para o mercado agro, com foco em fertilizantes e bioativos. É um substituto da chamada bombona — aquele recipiente azul. “Mais eficiente, pois ocupa menor espaço logístico, mais sustentável e mais fácil de manusear”, disse Magalhães.
Segundo o executivo, com a mesma quantidade de produtos são necessárias 10 carretas de bombonas, enquanto a Jeribox necessita de apenas uma carreta. “Enviamos as caixas todas dobradas e as bags separadas. Isso gera muito mais espaço no caminhão. É eficiência na operação”, afirmou.
Ainda no campo das inovações, a SIG lançou o pac.trust, para indústrias que buscam maior confiabilidade, com rastreabilidade de ponta a ponta. É uma opção para empresas que querem se proteger de fraudes ou contaminações como as que estão ocorrendo no mercado atualmente. A rastreabilidade com QR code único por embalagem possibilita o acompanhamento de toda a cadeia produtiva.
E, na embalagem cartonada — um dos principais itens da SIG — a companhia apresentou recentemente a embalagem sem alumínio, o que reduz em até 61% a pegada de carbono dentro do portfólio SIG Terra. Dessa forma, a SIG tem embalado seus negócios — e os de seus clientes, escolhidos por ela.

