“Não tem milagre no preço do combustível”, diz vice-presidente da Vibra Energia

Segundo Vanessa Gordilho, margens do setor são apertadas e consumidor deve desconfiar de valores muito abaixo da média do mercado. Executiva também elogia a Operação Carbono Oculto

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Imagens: Divulgação

Vanessa Gordilho, vice-presidente executiva de comercial varejo da Vibra Energia

Vanessa Gordilho, vice-presidente executiva de comercial varejo da Vibra Energia

Vanessa Gordilho, vice-presidente executiva de Comercial Varejo da Vibra Energia, é categórica ao avaliar o preço do combustível no Brasil. “Não tem milagre”, disse ao BRAZIL ECONOMY, ao apontar a margem de Ebitda Ajustada de R$ 177/m³, o que representa R$ 0,17 por litro. “É isso que ganhamos”, reiterou a executiva ao abordar a formação do valor do combustível na bomba, para o consumidor final. De quebra, Vanessa elogiou a Operação Carbono Oculto, deflagrada pela Receita Federal e órgãos parceiros no fim de agosto, para desmantelar esquema de fraudes e lavagem de dinheiro no setor de combustíveis.

Segundo dados do Instituto Combustível Legal (ICL), a formação do preço da gasolina é composta por 17,6% referentes à distribuição e revenda (e aqui entra o trabalho da Vibra Energia e o lucro dos postos), 13,8% de custos do biocombustível (etanol adicionado), 23,1% de imposto estadual, 10,8% de impostos federais e 34,7% de custos de produção.

“Quando entra um combustível que não pagou aquele imposto ou que adulterou, que não entrou nafta, começa a desregular todo o mercado. Nesse combustível irregular, o preço fica totalmente desproporcional na ponta”, frisou a vice-presidente da Vibra.

Segundo a executiva, essa busca pela falsificação ocorre justamente porque as margens são apertadas para quem trabalha de maneira correta no setor. Quem atua na ilegalidade busca elevar os ganhos.

“Nós acreditamos em toda a segurança e qualidade oferecidas pela nossa marca. Temos 94 bases no Brasil inteiro, uma capilaridade imensa para postos e aeroportos. Somos incansáveis em garantir processos, desde a compra de insumos no exterior (quando necessário) até a entrega para os postos. Temos o controle de toda a cadeia”, afirmou Vanessa.

Vibra Energia possui 94 bases e 8.000 postos espalhados pelo Brasil
Vibra Energia possui 94 bases e 8.000 postos espalhados pelo Brasil

A Vibra Energia possui 8.000 postos de combustível dos 32 mil espalhados pelo País. O programa De Olho no Combustível, desenvolvido pela companhia, realizou de janeiro a setembro deste ano 7.464 visitas a postos em todo o Brasil. Foram 33.629 amostras analisadas. A meta é superar 10 mil inspeções em 2025 e atingir 18,5 mil em 2026.

Sobre a Operação Carbono Oculto, a executiva disse que já é perceptível uma mudança positiva no mercado. “Quem estava fazendo coisa errada está com mais dificuldade. Existe mais controle nos postos, mas também em toda a cadeia, desde a entrega de insumos nos portos e na distribuição”, afirmou.

Vanessa salientou ainda que o consumidor, que tem ficado mais atento à qualidade do produto, possui papel importante. “O consumidor é quem manda na decisão, ele que decide em que posto vai abastecer”, disse a vice-presidente, ao enfatizar que a campanha publicitária da Vibra destaca que “o barato sai caro”, em referência às consequências de um combustível adulterado para os clientes, para os veículos e para o mercado.

Mudança de matriz energética

Vanessa Gordilho também comentou sobre a mudança de matriz energética no Brasil, cujo transporte, especialmente de mercadorias, ainda é muito ancorado nas rodovias, com consumo de diesel.

“Temos um País com dependência do diesel. Podemos mudar, mas hoje é como o País se movimenta. Para isso, temos que fazer mudanças estruturais. As empresas, as montadoras, nossos ministros já pensam muito nisso”, afirmou.

A vice-presidente da Vibra reforçou que a empresa “é uma plataforma que disponibiliza diferentes tipos de energia” e está preparada para oferecer o modelo que o mercado demandar.

Vibra investe na startup Easy Volt (EZVolt) para avançar no carregamento elétrico no País
Vibra investe na startup Easy Volt (EZVolt) para avançar no carregamento elétrico no País

Desde 2022, a Vibra investe na startup Easy Volt (EZVolt) para avançar no carregamento elétrico no País. “Temos projetos grandes que implementamos dentro dos nossos planos”, ressaltou a executiva, ao destacar que é uma solução que ainda não atende todas as regiões. “Cada uma tem sua característica”, observou, lembrando que o corredor Rio–São Paulo, pela Via Dutra, já está coberto por recarregamento elétrico.

A EZVolt, que se apresenta como a maior empresa de eletromobilidade do Brasil, está presente em 21 Estados, com 1.800 carregadores, possui 121 mil clientes cadastrados e realizou 720 mil recargas. Além da Vibra, tem como clientes empresas como DHL, Movida, 99, Mercado Livre, JBS, entre outras.

Já no portfólio de biocombustíveis, a Vibra tem avançado com a Comerc Energia, cuja conclusão da aquisição foi anunciada em janeiro deste ano. A empresa agora atua como uma divisão de soluções em energias renováveis e descarbonização da Vibra.

Possui mais de duas décadas de expertise no setor elétrico brasileiro, com atuação em migração e gestão de consumidores, geradores e distribuidoras no mercado livre de energia e, ao longo dos anos, expandiu-se para outras três verticais de negócio: eficiência energética (projetos, telemetria e baterias para armazenamento de energia), energia elétrica (comercialização, parcerias em geração e assinatura de energia solar) e descarbonização (I-REC, créditos de carbono e jornada de descarbonização).

São oito parques de geração solar centralizada, 95 usinas solares distribuídas, três parques eólicos, 4.600 unidades consumidoras no mercado livre (6% da energia consumida no País) e 700 inventários de carbono entregues.

Resultados da Vibra no terceiro trimestre

Além da margem Ebitda Ajustada de R$ 0,17 por litro, a Vibra Energia registrou no terceiro trimestre deste ano um Ebitda Ajustado de R$ 1,8 bilhão e geração de caixa operacional de R$ 3,5 bilhões.

O Lucro Bruto Ajustado totalizou R$ 2,7 bilhões e o Lucro Líquido foi de R$ 407 milhões, com volumes de vendas acima de 9 milhões de m³ no trimestre. A receita líquida da empresa somou R$ 48,6 bilhões. O market share foi de 23,8%.

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