O mercado financeiro ainda está em clima de feriado nesta sexta-feira (28) e busca disposição para ir às compras em meio à fama da data de hoje. O último pregão da semana – e, de quebra, do mês – será mais curto em Nova York, o que deve manter o giro baixo dos mercados globais em plena Black Friday.
Ontem, o Ibovespa teve o menor volume diário desde 4 de julho, também feriado nos Estados Unidos. Mas o que realmente mexeu com os ativos locais foi a fala dura do presidente do Banco Central. Gabriel Galípolo disse “não se emocionar” com um dado específico e reforçou a missão de trazer a inflação ao centro da meta – para isso, uma Selic em 15% é a taxa adequada.
Talvez, então, Galípolo não tenha se abalado com os números fracos sobre a criação de emprego formal (Caged) – que atingiu o pior resultado para outubro desde a pandemia – nem com o IPCA-15 mais “salgado” que o previsto em novembro. O que prevaleceu foi o tom conservador, sinalizando um BC pouco disposto a iniciar cortes nos juros básicos.
É essa postura que inibe o apetite por risco no Brasil, sustentando prêmios na curva de juros futuros e mantém o dólar na faixa dos R$ 5,40 – ora para cima, ora para baixo. Ainda assim, o diferencial entre as taxas aqui e lá fora (o chamado carry trade) segue atrativo – e isso pode aparecer hoje, quando os gringos despertarem do feriado nos EUA.
Afinal, o mercado também está convicto de que o Federal Reserve irá cortar os juros nos EUA pela terceira vez consecutiva, no próximo mês – apesar do apagão de dados causado pelo shutdown. Sem indicadores na agenda norte-americana, os números da Pnad sobre o mercado de trabalho são destaque – e podem lançar luz sobre os próximos passos do BC.
Passeio pelo mercado
- Nova York: índices futuros em alta na volta do feriado, apesar do pregão reduzido.
- Europa: bolsas no vermelho.
- Ásia: sessão mista.
- Moedas: dólar avança frente às rivais.
- Criptomoedas: Bitcoin segue acima dos US$ 90 mil.
- Commodities: petróleo sobe; minério de ferro em Dalian (China) fechou em leve queda (-0,14%); ouro avança.
Agenda do dia
Indicadores
- 8h30 – Brasil: Resultado primário do setor público (outubro)
- 9h – Brasil: Pnad contínua (outubro)
- Brasil – Aneel: bandeira tarifária (dezembro)
Eventos
- EUA: Mercados fecham mais cedo – bolsas às 15h; Treasuries às 16h

