O shutdown pode estar com os dias contados. Depois de deixar o mercado financeiro sem payroll pelo segundo mês consecutivo, a paralisação mais longa da história do governo dos Estados Unidos parece estar perto do fim. Senadores republicanos e democratas pavimentaram o caminho com um acordo provisório para destinar recursos à máquina pública norte-americana até janeiro. Falta agora a aprovação da Câmara.
Por enquanto, tudo segue como há 40 dias. Ainda não há informações sobre a retomada da divulgação de indicadores econômicos dos EUA – seja em relação aos que não foram anunciados desde 1º de outubro, seja sobre os que estariam previstos para esta semana, como os índices de preços ao consumidor (CPI), ao produtor (PPI) e as vendas no varejo. Também lá fora, a agenda traz dados de atividade e inflação na China.
Agenda define rumo do mercado
Aqui, a temporada de balanços entra na reta final e divide a cena com o calendário econômico. Os destaques ficam com a inflação ao consumidor (IPCA) em outubro e a ata da reunião da semana passada do Comitê de Política Monetária (Copom), ambas amanhã (11). Combinadas, essas divulgações tendem a calibrar as expectativas em relação ao rumo da taxa Selic, mantida em 15% pela terceira vez seguida.
Antes, merece atenção já nesta segunda-feira (10) o relatório Focus. O documento do Banco Central deve trazer as previsões do mercado para as principais variáveis econômicas domésticas, já contemplando o tom do comunicado do Copom que acompanhou o anúncio da semana passada, bem como a desvalorização do dólar. A moeda encerrou a última sexta-feira na menor cotação em um mês, a R$ 5,34, cedendo 0,8% na semana passada.
Já o Ibovespa alcançou nova pontuação recorde no último dia 7, renovando sua maior série de máximas desde 1994. Com isso, a pergunta que surge é: chegou a hora da correção da bolsa brasileira? Naturalmente, diante de uma sequência de recordes, cabe um ajuste nos preços das ações. Esse movimento, porém, pode ser apenas uma porta de entrada para os investidores que estão fora do rali recente.
Fato é que a correção não está na bolsa, mas sim no dólar. O diferencial entre as taxas de juros no Brasil e nos EUA mantém a atratividade para o ingresso de recursos estrangeiros, favorecendo as operações de carry trade. Ao mesmo tempo, esse diferencial encarece a busca por proteção de posições mais arriscadas na variação da taxa de câmbio – o chamado hedge cambial. Em outras palavras, é a aposta contra o real que tende a diminuir.
Com os gringos apostando na alta (posição comprada) tanto do dólar quanto do Ibovespa no mercado futuro, e os institucionais na contraparte (posição vendida), o que move os preços é o compasso da renda fixa. Do contrário, o jogo fica parado. E, como se sabe, é preciso apostar em algum movimento para fazer dinheiro.
Passeio pelo mercado
Os índices futuros das bolsas de Nova York amanheceram em alta firme, sinalizando um início de semana em tom positivo. Na Europa e na Ásia, também prevalecem os ganhos.
Entre as moedas, o dólar mede forças em relação às moedas rivais, mas o índice DXY (cesta de moedas de economias avançadas) está abaixo da marca de 100 pontos.
Nas commodities, o petróleo sobe, enquanto o minério de ferro negociado em Dalian (China) fechou em leve queda. O ouro avança.
Entre as criptomoedas, o Bitcoin também sobe.
Agenda do dia
Indicadores
- 8h25 – Brasil: Relatório Focus (semanal)
Balanços
- Brasil: Itaúsa, Sabesp, Marfrig, Natura, Azzas, Braskem, São Martinho, Movida (depois do fechamento)

