Mercado vive sensação de déjà vu na reta final de novembro e repete padrões recentes

Mais um feriado - desta vez nos EUA - encurta a semana e antecipa ajustes de fim de mês nos mercados globais

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mercadoacalmar 1 | Brazil Economy

O mercado financeiro doméstico volta do último feriado prolongado antes do Natal já se preparando para uma nova pausa nos negócios, tal qual ocorreu na semana passada. Desta vez, porém, a semana será mais curta nos Estados Unidos, com o Dia de Ação de Graças fechando Wall Street na quinta-feira e reduzindo o pregão (e a liquidez) no dia seguinte.   

A diferença é que com a “matriz” fechada os investidores terão poucos ajustes a fazer por causa do noticiário – como se viu por aqui na ressaca pós-feriado. Ao mesmo tempo, a pausa nos EUA antecipa o embelezamento das carteiras, em busca dos retornos mais atrativos do mês. Nesse caso, o Ibovespa figura entre os principais candidatos, subindo 3,5% em novembro, apesar da queda de quase 2% na semana passada. 

Mercado repete história

Essa mesma queda semanal também foi registrada em Nova York, sendo que o Nasdaq perdeu quase 3%. O tombo do índice acionário norte-americano focado em tecnologia mostra que as incertezas do mercado em relação a uma bolha envolvendo as empresas ligadas à Inteligência Artificial (IA) ainda pairam no ar. Os resultados acima do esperado da Nvidia não foram suficientes para dissipar as nuvens mais carregadas.   

Ao que tudo indica, as dúvidas envolvem fatores que estão além do controle da big tech. Um deles refere-se às expectativas em relação à próxima decisão do Federal Reserve em dezembro. O mercado deu uma nova guinada na última sexta-feira e as apostas para um terceiro corte de 0,25 ponto voltaram a ser majoritárias. Agora, as chances de a taxa dos EUA encerrar o ano abaixo de 4% são de pouco mais de 75%.

Resta saber o quanto disso é wishful thinking e o quanto é precificação sustentada em variáveis macroeconômicas. O payroll de setembro, por exemplo, apresentou dados mistos, alimentando argumentos a favor e contra estímulos monetários adicionais. Seja como for, os dados sobre o mercado de trabalho nos EUA são “antigos” e o Fed não receberá os números de outubro, prejudicado pelo shutdown, para balizar a decisão do mês que vem.

Sensação de já visto

Curiosamente, quem se fortaleceu com essa história foi o dólar. A moeda norte-americana ganha terreno em relação às moedas rivais, sustendo o índice DXY acima da marca de 100 pontos. O movimento é alimentado pelo ambiente de maior aversão ao risco e pela cautela global. Por aqui, o dólar à vista voltou à marca de R$ 5,40, voltando aos níveis de meados de outubro, antes da mais recente reunião do Fed, quando a aposta contra o real cresceu.

É com essa sensação de já ter visto a situação presente que os mercados globais iniciam a última semana de novembro. No Brasil, a novidade ficou com a prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro. Porém, o episódio do último sábado não deve ter impacto no preço dos ativos. Ainda assim, os desdobramentos políticos tendem a influenciar o humor do mercado, que opera de olho nas eleições de 2026 e espera um resultado diferente do pleito de 2022. 

Passeio pelo mercado

Os futuros das bolsas de Nova York amanheceram em alta, ensaiando uma recuperação após uma semana de perdas ao redor de 2% dos índices acionários, cada.  

Na Europa, as bolsas também sobem, depois de uma sessão mista na Ásia, onde Tóquio caiu mais de 2%, mas Hong Kong fechou em alta.

Entre as moedas, o dólar mede formas em relação às rivais, sustentando o índice DXY (cesta de moedas de economias avançadas) acima da marca de 100 pontos.

Nas commodities, o petróleo cai, enquanto o minério de ferro negociado em Dalian (China) fechou em alta e segue acima dos US$ 110 a tonelada métrica. Já o ouro recua. 

Entre as criptomoedas, o Bitcoin segue em queda e abaixo dos US$ 90 mil. 

Agenda do dia

Indicadores

  • 8h45 – Brasil: Relatório Focus – Banco Central (semanal)
  • 10h30 – Brasil: Arrecadação federal (outubro)
  • 10h30 – EUA: Índice de atividade Fed de Chicago (outubro)
  • 15h – Brasil: Balança comercial (semanal)

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