Go Coffee revoluciona o franchising brasileiro com modelo sem royalties

Rede curitibana alcança 550 unidades e projeta faturamento de R$ 100 milhões em 2025, apostando em verticalização, design e propósito coletivo

Paulo Pandjiarjian
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Imagens: Divulgação

André Henning, fundador da Go Coffee, afirma que o modelo de negócio se apoia em design, propósito e eficência

André Henning, fundador da Go Coffee, afirma que o modelo de negócio se apoia em design, propósito e eficência

A Go Coffee está redefinindo as regras do franchising no Brasil. Fundada em Curitiba em 2017, a rede de cafeterias se consolidou como um dos casos mais bem-sucedidos do setor ao atingir a marca de 550 unidades, entre lojas em operação e contratos assinados, e projetar um faturamento de R$ 100 milhões em 2025. O modelo de negócio, que elimina o pagamento de royalties e aposta na produção própria de insumos, tem garantido à empresa crescimento acelerado, padronização e alta rentabilidade.

De acordo com o fundador André Henning, o diferencial da Go Coffee é o alinhamento entre o sucesso da marca e o de seus franqueados. “O sucesso da rede precisa estar conectado ao sucesso de quem está na ponta. Ao eliminar a cobrança de royalties, deixamos o caixa das lojas mais saudável e estimulamos o reinvestimento local”, afirma. Segundo ele, o segredo da expansão está no planejamento rigoroso. “Crescemos rápido porque estruturamos antes de acelerar. Desde o início, desenhamos um modelo que respeita a rentabilidade do franqueado e a experiência do cliente.”

A empresa opera sob um modelo industrial de eficiência. A Go Coffee fabrica internamente seus xaropes, doces e insumos, garantindo controle de qualidade e redução de custos logísticos. A verticalização também proporciona autonomia e identidade própria. “Produzir internamente não é só economia, é identidade. Enquanto muitos lugares vendem produtos parecidos, nós criamos um sabor exclusivo”, explica Henning.

O formato integrado beneficia toda a cadeia. Os franqueados compram diretamente da fábrica, sem intermediários, o que reduz o custo de mercadoria vendida (CMV) e amplia a margem de lucro. A franqueadora, por sua vez, ganha em escala e consistência. “A Go Coffee funciona como uma grande fábrica com centenas de pontos de venda”, resume o empresário.

Estilo, propósito e experiência

A marca vai além da venda de café. Henning, arquiteto especializado em projetos de gastronomia, aplica sua visão estética para transformar cada loja em um espaço de conexão com o consumidor. “As pessoas não buscam apenas o café, buscam identidade. Nosso design, cardápio e linguagem conversam com esse desejo de pertencimento”, diz.

A gestão da Go Coffee é compartilhada entre três sócios: Henning, responsável pela arquitetura e posicionamento da marca; Elói Ferreira, que cuida do desenvolvimento de produtos; e Caio Nardes, que lidera a expansão das franquias. “Cada um tem uma leitura diferente do mercado, e essa pluralidade mantém a Go Coffee sempre um passo à frente”, afirma o fundador.

Com investimento inicial a partir de R$ 180 mil, a franquia se tornou atraente para novos empreendedores. Instituições como Banco do Brasil e Bradesco já criaram linhas específicas de financiamento para franqueados da rede. “Nosso negócio é de alta performance com investimento acessível. Quando o mercado financeiro percebe esse potencial, o crescimento se torna ainda mais viável”, diz Henning.

Outro destaque é o envolvimento da marca com o universo pop e criativo. Parcerias com grandes empresas e franquias de filmes reforçam o posicionamento da Go Coffee como uma marca jovem, dinâmica e conectada à cultura contemporânea. “As collabs são um manifesto. Elas mostram que o café pode dialogar com entretenimento, design e cultura. Quando grandes marcas se associam à nossa, validam o propósito que construímos”, afirma.

Expansão com alma brasileira

O comportamento dos clientes confirma o sucesso da estratégia. O tíquete médio vem crescendo de forma orgânica, impulsionado pela fidelização e pela diversidade de formatos de loja, desde unidades compactas to go até cafeterias amplas, com mais de 70 lugares. “Queremos estar presentes em todos os momentos da vida do cliente, do café rápido à pausa com amigos”, explica Henning.

Para os próximos meses, a empresa prepara um novo conceito de loja, que unirá arquitetura contemporânea e ambientes projetados para convivência e trabalho. “É uma nova etapa da marca, que evolui sem perder a essência”, adianta o fundador.

Embora a internacionalização esteja no horizonte, o foco segue no Brasil. “Ainda há muito espaço para crescer internamente. Queremos consolidar nossa presença nas capitais e avançar nas cidades do interior com consistência e solidez”, reforça Henning.

Com um modelo de negócios que combina eficiência operacional, design autoral e propósito coletivo, a Go Coffee mostra que é possível crescer rápido sem abrir mão da autenticidade e transformar o simples ato de tomar café em uma experiência de identidade e pertencimento.

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