O vinho está se tornando um novo vetor de valorização imobiliária no Brasil — e o Grupo Luan, proprietário da LN Urbanismo, está na vanguarda desse movimento. Com 50 anos de atuação e mais de R$ 1 bilhão em vendas acumuladas, a companhia sediada em São Paulo tem diversificado seus negócios e apostado no poder do enoturismo para transformar regiões e criar destinos de alto padrão.
“O vinho está se tornando um drive importante para o nosso negócio”, afirmou o CEO do Grupo Luan, Adrian Estrada. “Com ele, consolidamos duas verticais que queremos colocar em todos os nossos empreendimentos: a gastronomia e a hotelaria.”

O primeiro passo dessa estratégia foi dado em grande estilo: a Fazenda Vista Verde, em Araçoiaba da Serra (SP). Com VGV estimado em R$ 2 bilhões, o empreendimento abrigará o primeiro hotel da rede VIK no Brasil. A marca de vinhos e de retreats (retiros) é reconhecida mundialmente pela integração entre arte, arquitetura e vinho. Na Fazenda Vista Verde serão 50 acomodações imersas em vinhedos, com degustações e experiências exclusivas. Além do hotel, um condomínio residencial com 160 lotes a partir de 2 mil m² oferecerá uma estrutura de lazer que inclui spa, haras e até uma piscina de ondas Wavegarden.
Com as vendas aceleradas na Fazenda Vista Verde, o Grupo Luan estendeu sua atuação para duas novas fronteiras enoturísticas — uma em São Paulo e outra em Santa Catarina. Em Espírito Santo do Pinhal, na Serra da Mantiqueira, a incorporadora firmou parceria com a vinícola Guaspari, referência no vinho de inverno paulista de alta qualidade. O projeto prevê a construção de um lodge voltado ao público que visita vinícolas da região, apelidada de Toscana brasileira.
Apesar de haver mais de 30 projetos vitivinícolas na região, a infraestrutura hoteleira é quase inexistente. “Ali, o passeio é motivado pelo vinho. Você quer beber, almoçar, jantar. A única coisa que não quer é pegar a estrada depois”, disse o CEO da Luan. “Tivemos a felicidade de conhecer a família Brito, proprietária da Guaspari, e estamos investindo entre R$ 50 e R$ 60 para construir um hotel na fazenda. Ele irá atender tanto os clientes da vinícola quanto os visitantes dos outros atrativos da região, que está a uma hora de Campinas e a duas horas de São Paulo”. Chamado de Wine Villas, o lodge deverá ser inaugurado em 2027.
Assim como já ocorre nos empreendimentos da LN Urbanismo, cuja atuação no desenvolvimento imobiliário se dá em todas as regiões do Brasil, a vertente ligada aos negócios do vinho também está se expandindo para novas fronteiras. No Oeste de Santa Catarina, o grupo se uniu à tradicional Villaggio Grando, uma “boutique winery” fundada há 30 anos na região de Caçador, a uma altitude de 1.300 metros. Lá começa a nascer um projeto que combina residencial e pousada de montanha, com estrutura de lazer e experiências voltadas ao frio e ao vinho.

“Será um residencial dentro de uma vinícola, com toda a parte de esportes, incluindo cavalos, como na Vista Verde”, antecipou Estrada. A intenção da pousada, que inicialmente terá apenas entre 10 e 12 acomodações, será atender a três públicos. Primeiro, os compradores de lotes, que querem ter onde ficar, seja durante a construção de suas casas, seja para desfrutar do empreendimento. “São pessoas que compram e querem ir lá para curtir o final de semana, jogar tênis, andar cavalo, fazer trilhas”, afirmou. O segundo, é o mercado de enoturismo. “Vamos pegar esse público que visita Bento Gonçalves e a Serra Catarinense, e agora vai também visitar o Oeste de Santa Catarina”.
Por fim, entra uma estratégia mais ousada, que envolve a mudança da cultura local. “Queremos fazer com que as pessoas da própria região passem a fazer turismo onde vivem”, disse o executivo. Segundo ele, em um raio de 150 quilômetros a partir da Villaggio Grando, que engloba do sul do Paraná ao norte do Rio Grande do Sul, vivem 1,1 milhão de pessoas. Boa parte ligada ao agronegócio, agroindústria, frigoríficos. “Gente de alto poder aquisitivo e que não encontra opções de lazer em suas cidades”, disse Estrada.
Atualmente, a Villaggio Grando recebe cerca de 200 visitantes por fim de semana – e, assim como ocorre em Espírito Santo do Pinhal, esses turistas não têm onde se hospedar. O investimento inicial na pousada é estimado em R$ 10 milhões – uma pequena fração do Hotel VIK, que demandará R$ 150 milhões. “Vamos começar com os pés no chão e expandir conforme a demanda.”
O Grupo Luan atua em três verticais: renda imobiliária (com locação de lajes, lojas e hotéis); agronegócio (com fazendas de gado, soja, eucalipto); e urbanismo. Segundo Estrada, esse é o braço que mais cresce — e que, para manter esse ritmo, incorporou o vinho como elemento central de identidade e diferenciação. “Um condomínio hoje precisa oferecer experiências. As pessoas querem viver bem — e o vinho é um atrativo poderoso. Ele une natureza, gastronomia, cultura e bem-estar.” Prova disso são os projetos imobiliários lançados em diversas regiões vitivinícolas brasileiras, caso do Terroir 31, do Grupo Batalha, em Pinheiro Machado (RS), e do condomínio Fazenda Canoa, da FRSC Participações, no Cerrado goiano.

