A IOX é uma gestora de crédito que optou por um caminho diferente das tradicionais: mantém uma filial na Faria Lima, na capital paulista, mas fixou sua sede em Sorocaba, interior do estado. Com mais de 20 anos de história, deu um grande salto nos últimos três anos quando cresceu 90% e alcançou R$ 2,3 bilhões em carteira, consolidando um modelo próprio de originação e distribuição que alia governança, rentabilidade e acesso a produtos antes restritos a investidores institucionais. Exatamente por isso, a aposta da companhia é na maior democratização de ativos.
“Sorocaba não foi apenas o ponto de partida, é parte da essência da empresa. Representa a origem das operações e da rede de relacionamentos que sustentaram a expansão inicial. A cidade oferece o equilíbrio ideal entre eficiência e qualidade de vida, além de conectividade privilegiada com São Paulo e o interior”, diz Richard Ionescu, CEO da IOX, que no momento possui uma equipe com cerca de 180 funcionários para atender negócios com faturamento entre R$ 1 milhão e R$ 1 bilhão ao ano em todas as regiões do país.
Richard diz que iniciou a sua jornada empreendedora com a tentativa de entrar no mercado de café especial, mas recebeu fortes avisos sobre a viabilidade e competitividade do setor. Em seguida, considerou brevemente o microcrédito e após se inteirar da regulamentação vigente, estruturou uma pequena empresa com capacidade limitada de empréstimo onde enfrentou desafios e teve de depositar um capital significativo que ficou bloqueado até a aprovação do Banco Central. A decisão de fundar a IOX se deu em 2004. A expansão se consolidou nacionalmente, com presença em todas as regiões do Brasil, inicialmente no interior de São Paulo, e depois no Espírito Santo, Pará, Maranhão e Piauí, sempre adaptando a abordagem e a estrutura de equipe aàs particularidades locais.
O desempenho operacional acompanha o aumento da base de investidores e o amadurecimento de suas teses. Os fundos estruturados pela IOX apresentam rentabilidade média de 45% ao ano, resultado do rigor analítico e da diversificação de origens de crédito. O patrimônio líquido da gestora também cresceu de forma expressiva, chegando a R$ 1,5 bilhão, impulsionado pela expansão do portfólio e pela entrada em novas frentes de negócios. “Nosso foco é transformar o que antes era restrito a poucos em uma classe de investimento acessível, segura e com lastro real. Democratizar ativos é dar ao investidor acesso à economia produtiva, com transparência e governança”, enfatizou o CEO.
No momento, a IOX prepara o lançamento de um ecossistema digital de investimentos alternativos, que reunirá originação, estruturação e distribuição em uma única plataforma. O ambiente deve conectar empresas, investidores e gestores, facilitando o acesso a operações de crédito privado e ativos tokenizados com lastro real. Ainda não há previsão para o lançamento.
No momento, as novas apostas da gestora presentes no mercado são a IOX Real, voltada a ativos imobiliários performados e operações de built-to-suit; a IOX Arts, dedicada à monetização de ativos culturais e obras de arte, com 30 peças já no catálogo; a IOX Digital Assets, que estrutura a tokenização de recebíveis e precatórios em conformidade com as normas da CVM e do Banco Central; e os FIDCs proprietários, criados para expandir o crédito corporativo e aumentar a eficiência de funding para empresas de médio porte.
O plano de crescimento inclui parcerias com instituições financeiras e players de tecnologia. O avanço da IOX reflete um fenômeno mais amplo: o amadurecimento do mercado de investimentos alternativos no Brasil. Com a redução da taxa Selic e a busca por diversificação, o investidor qualificado passou a olhar com mais atenção para ativos reais e estruturados.
Expandiu o foco das menores empresas para companhias com maior target. O primeiro FIDC da IOX foi lançado em 2009, marcando o início da atuação estruturada no mercado de capitais. Durante a pandemia, a companhia criou um FIDC Aberto, que rapidamente cresceu ao atender investidores qualificados em busca de oportunidades diferenciadas. Adicionalmente foram estruturados fundos adicionais como o FIDC/NP e outros fundos especializados foram criados para lidar com crédito high yield e aproveitar oportunidades regionais.
“Acreditamos que o futuro do investimento passa pela conexão entre tecnologia, crédito produtivo e propósito. Democratizar os alternativos não é apenas ampliar o acesso, é redefinir o modo como o capital circula na economia real”, afirmou Ionescu.

