Solução de Inteligência Artificial aplicada ao planejamento agrícola, desenvolvida pela Stefanini IHM, empresa da unidade de negócios de Manufacturing do Grupo Stefanini, está sendo implementada pela Usina da Pedra, localizada em Ribeirão Preto (SP). Trata-se de mais uma camada de tecnologia agregada ao projeto iniciado em janeiro de 2024 e com previsão de conclusão em dezembro deste ano.
A iniciativa representa um marco de transformação digital no setor sucroenergético, ao otimizar o processo de planejamento do plantio de mudas de cana-de-açúcar.
“A aplicação de IA promete um salto qualitativo na tomada de decisão. Estamos trabalhando para padronizar o processo entre diferentes unidades e esperamos que isso leve a ganhos significativos em produtividade, prevenção de perdas e redução de custos logísticos”, afirmou Gustavo Brito, diretor global da Stefanini IHM.
Para Wenceslau Marcomino, coordenador de TI na Pedra Agroindustrial, proprietária da Usina da Pedra, o uso de modelos preditivos e interfaces inteligentes torna o planejamento mais ágil e assertivo.
“Permite maior precisão na escolha de variedades, otimiza a logística e melhora o uso dos recursos disponíveis. Isso contribui diretamente para o aumento da produtividade e a redução de custos operacionais”, explicou o executivo da companhia, que produz anualmente 10 milhões de sacas de açúcar e 834 milhões de litros de etanol.
No último ano contábil, encerrado em 31 de março, a empresa registrou receita de R$ 3,7 bilhões, acima dos R$ 3,5 bilhões do exercício anterior.
O projeto conduzido pela Stefanini na Usina da Pedra tem como objetivo superar as limitações do processo anterior, que era baseado em planilhas, conhecimentos empíricos e decisões descentralizadas — fatores que resultavam em perda de conhecimento crítico, redução da acurácia do planejamento e dificuldade de padronização.
A nova solução com IA reverte esse cenário ao oferecer recomendações inteligentes baseadas em dados históricos, condições de solo, clima, logística e produtividade esperada. Atualmente, a fase de implantação está focada na integração do modelo de IA desenvolvido anteriormente com as interfaces criadas.
A solução combina modelos de machine learning com algoritmos de busca para identificar as cinco variedades de mudas mais adequadas para cada talhão, além de indicar quais variáveis influenciam as recomendações. O objetivo é garantir maior confiança dos técnicos, que poderão ponderar as sugestões com base na experiência prática, aproximando a área de TI das operações de campo e reforçando a imagem da transformação digital dentro da organização.
Agora, o modelo de IA criado anteriormente passa a interagir de forma dinâmica e intuitiva com a nova interface. “Essa integração do modelo desenvolvido com a interface do usuário abre novas possibilidades no agronegócio digital. Estamos caminhando para um modelo ainda mais intuitivo, eficiente e alinhado com a realidade do campo”, destacou Brito, da Stefanini IHM.
Na avaliação do executivo, a iniciativa se posiciona como uma proposta inovadora para o setor sucroenergético, demonstrando como tecnologia, dados e experiência de campo podem atuar em conjunto.
“Estamos diante de uma solução promissora para o setor sucroenergético. Embora ainda estejamos em implementação, acreditamos que o sistema possui enorme potencial de escala e aplicação em outras culturas e regiões”, concluiu o diretor.
