Risotolândia cria maior cozinha do País e aumenta apetite por escolas e hospitais

Empresa paranaense de alimentação corporativa também tem fome de crescimento no segmento de facilities. Objetivo é receita de R$ 1 bilhão em 2027

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Imagens: Divulgação

Carlos Humberto de Souza, diretor-presidente do Grupo Risotolândia: mercado em crescimento

Carlos Humberto de Souza, diretor-presidente do Grupo Risotolândia: mercado em crescimento

O pequeno restaurante italiano, famoso pela receita de risoto de Dona Cenira Gusso, criada há 72 anos, transformou-se em uma empresa de alimentação corporativa que pretende faturar R$ 1 bilhão em 2027. No ano passado, atingiu R$ 700 milhões e, neste ano, deve fechar em R$ 770 milhões. Para isso, a Risotolândia (que carrega em seu nome o prato de sucesso e uma história septuagenária) investe R$ 17 milhões para criar a maior cozinha industrial do Brasil e abocanhar uma fatia maior do mercado, principalmente nos setores hospitalar e de educação, além de avançar em facilities.

“Vamos alcançar uma capacidade de 320 mil refeições por dia para atender o mercado em crescimento”, disse Carlos Humberto de Souza, diretor-presidente do Grupo Risotolândia. “Teremos um controle melhor da produção, com nível de sobras menores e atenção ainda mais eficiente em segurança alimentar.”

A nova cozinha central, na sede da companhia em Araucária (PR), vai unificar as operações e elevar a produtividade em até 30%. O espaço terá mais de 4.000 m², equipado com fornos contínuos, caldeiras, envasadoras, chillers e sistemas automatizados de climatização. O projeto está 31% concluído, com inauguração prevista para o primeiro trimestre de 2026.

Em operação, a cozinha vai atender duas frentes principais da Risotolândia: as refeições transportadas (preparadas na sede da empresa, acondicionadas em hotboxes (recipientes térmicos) e entregues nas unidades dos clientes) e o modelo administrado, em que a empresa gerencia restaurantes de clientes. Nesse formato, a cozinha central atua como suporte, enviando preparos que complementam a operação local.

Sede da Risotolândia em Araucária (PR) recebe constantes investimentos para ampliação e modernização
Sede da Risotolândia em Araucária (PR) recebe constantes investimentos para ampliação e modernização

A Risotolândia é a quarta maior companhia de alimentação corporativa do País, atrás de Sodexo, Sapore e Grupo GPS. Possui 150 clientes, que demandam 550 mil refeições diárias. Está inserida em um setor que produz 39 milhões de pratos por dia, sendo 15 milhões destinados ao setor privado, e movimenta R$ 34 bilhões por ano, de acordo com dados da Associação Brasileira das Empresas de Refeições Coletivas (Aberc).

Nos últimos três anos, a Risotolândia cresceu 125% na área de saúde, em que atende hospitais e clínicas médicas, como o Hospital Monte Sinai (MG), o Hospital Nossa Senhora de Fátima (SC) e a rede odontológica Neodent. “É um mercado que está em franca expansão”, disse Souza, ao ressaltar que há bom potencial a ser explorado também em São Paulo e no Paraná.

Na educação, segmento em que fornece merenda escolar, o crescimento foi de 136% nos últimos três anos. A Risotolândia atende redes de instituições municipais em Santa Catarina e no Paraná. “Mas o mercado educacional privado é o que mais cresce. Estamos mais focados nesse segmento”, disse o executivo, citando escolas do Grupo Positivo, Escola Internacional de Curitiba, Everest, Bom Jesus e Colégio Suíço.

Outros investimentos

Além da ampliação da cozinha em Araucária, a Risotolândia também investiu na expansão da área de panificação e na modernização de maquinários, fortalecendo sua cadeia de produção e distribuição. A produção passou de 70 mil pães diários para 120 mil unidades por dia, volume voltado principalmente ao atendimento de escolas.

Antes desses investimentos, a companhia havia fortalecido sua estrutura com uma unidade frigorífica para filetar peças e prepará-las para envio aos clientes.

A empresa ainda possui uma área de logística própria, com um Centro de Distribuição na região de Curitiba e outros hubs de entregas em Santa Catarina (um nas proximidades de Criciúma e outro em Brusque), além de unidades em São Paulo e em Minas Gerais.

Com a maior cozinha industrial do País, Risotolândia vai unificar as operações e elevar a produtividade em até 30%
Com a maior cozinha industrial do País, Risotolândia vai unificar as operações e elevar a produtividade em até 30%

Diversificação

Para diversificar a receita e atender outros mercados além de hospitais, escolas e empresas, a Risotolândia entrou no negócio B2C com refeições prontas congeladas. A linha, chamada It’s Good, é voltada à alimentação executiva.

“Estamos sempre colocando produtos a mais para nossos clientes, aproveitando as oportunidades que surgem”, disse Souza. “Dessa forma, proporcionamos refeições para as pessoas no trabalho ou em casa.”

Há ainda o negócio de facilities, no qual a Risotolândia ingressou há sete anos, acompanhando uma tendência do mercado. Com a operação de profissionais atuando dentro de outras empresas para preparar refeições, incluir serviços de portaria, limpeza e segurança tornou-se um passo natural.

“Também aproveitamos as demandas dos clientes que nos pediam esses serviços. Hoje, o segmento de facilities já representa 7% da nossa receita e dobra de tamanho a cada ano”, disse o diretor-presidente da Risotolândia.

Apesar do desempenho, a alimentação segue como prioridade para a companhia paranaense. São cerca de 800 receitas diferentes produzidas — entre elas o risoto, que continua no cardápio, no nome e na história da Risotolândia.

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