O seguro é a engrenagem para a construção de um Brasil mais resiliente

Podemos e devemos levar a cultura do seguro a um número cada vez maior de pessoas, especialmente fora dos grandes centros urbanos e das capitais

Eduard Folch* 
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Imagens: Arnaldo Kikuti/Divulgação

Eduard Folch: "O acesso ao seguro representa um passo concreto em direção à cidadania econômica"

Eduard Folch: "O acesso ao seguro representa um passo concreto em direção à cidadania econômica"

Poucos setores têm tanto potencial de impacto transformador quanto o de seguros, embora nem sempre a sua relevância seja percebida de maneira imediata. É justamente nos momentos mais críticos que esse segmento revela a sua força, oferecendo suporte a indivíduos, empresas e comunidades, acelerando processos de recuperação ou evitando que o ciclo de desenvolvimento seja interrompido por eventos inesperados. Estima-se que, hoje, apenas 20% da população brasileira possua algum tipo de seguro, e que 80% das empresas no país operem sem qualquer tipo de proteção.

Com milhões de pessoas físicas e jurídicas ainda fora do alcance da cobertura formal e expostas a vulnerabilidades diárias, o acesso ao seguro representa muito mais do que a segurança patrimonial propriamente dita: é um passo concreto em direção à cidadania econômica, ou seja, ao direito de participação plena na economia do país. Nesse contexto, ter uma apólice significa contar com o amparo real diante das adversidades, preservar a renda e reduzir o impacto de situações que possam comprometer anos – e, em muitos casos, uma vida inteira – de esforço, dedicação e trabalho.

Essa realidade revela uma grande oportunidade de avanço e inclusão. O estudo Global Insurance Report 2025, da consultoria McKinsey, destaca que ampliar a distribuição de seguros será essencial para o crescimento sustentável do setor nos próximos anos. Isso reforça o que já percebemos na prática: podemos e devemos levar a cultura do seguro a um número cada vez maior de pessoas, especialmente fora dos grandes centros urbanos e das capitais, onde esse mercado encontra um enorme potencial de expansão.

Com o objetivo de tornar o seguro mais acessível no Brasil, a Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), em parceria com representantes do setor, elaborou um plano específico para o desenvolvimento do ramo. As metas estabelecidas preveem aumentar em 20% a parcela da população atendida e elevar a participação do segmento para 10% do Produto Interno Bruto até 2030. E os resultados já começaram a aparecer. Desde que foi implementado, há dois anos, o Plano concluiu 15% das iniciativas propostas, enquanto mais da metade está em andamento. A expectativa é que 40% das metas originalmente estabelecidas sejam alcançadas até o final de 2025.

Democratizar o seguro exige um olhar mais amplo e cauteloso sobre os fatores que ainda afastam grande parte da população, sendo um dos principais a falta de conhecimento. Muitos ainda veem o seguro como algo distante e, por isso, incluir o tema nas iniciativas de educação financeira é um passo fundamental para nos aproximarmos da sociedade. A tecnologia também tem um papel decisivo nesse processo: plataformas mais simples, com linguagem clara e contratação descomplicada, ajudam a derrubar barreiras. Além disso, desenvolver produtos mais personalizados permite atender a realidades diversas em um país tão plural como o nosso, assim como ampliar os canais de distribuição para garantir que as soluções cheguem a regiões ainda pouco atendidas. Sem contar a possibilidade de expandir as parcerias entre os setores público e privado, integrando o seguro a políticas sociais, habitacionais e agrícolas, por exemplo. Ao somar esforços, conseguimos fortalecer o setor e, sobretudo, fazer a diferença no dia a dia das pessoas.

O seguro é um agente de transformação social e econômica. É a engrenagem fundamental e estratégica para a construção de um Brasil mais resiliente, justo e preparado para o futuro. Ao estender o seu alcance, damos passos decisivos para que famílias e empresas possam planejar o seu crescimento com confiança. É assim que construímos uma sociedade mais inclusiva e capaz de enfrentar os desafios com mais coragem e equilíbrio, onde o seguro se torna um direito acessível a todos.

*Eduard Folch é presidente da Allianz Seguros

 

 

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