O mercado financeiro deve ficar à deriva nesta sexta-feira (10), dia de agenda econômica esvaziada. O presidente Donald Trump celebra a conquista de um acordo de paz entre Israel e Hamas, mas ainda não conseguiu convencer os senadores democratas para acabar com o shutdown, que entra no décimo dia.
Trata-se de mais um típico movimento que mostra que os Estados Unidos seguem concentrados em uma expansão de seu poder para fora, buscando ostentar sua superioridade – como se os problemas domésticos pudessem ser resolvidos através dos esforços para fortalecer a hegemonia. Por aqui, o noticiário político também sopra rajadas ocasionais, mas incapazes de mudar o rumo dos negócios locais.
Enquanto isso, os investidores fazem as contas de quanto a paralisação do governo dos EUA pode comprometer a divulgação de dados econômicos até a próxima reunião do Federal Reserve, no fim do mês. A boa notícia é de que o departamento de estatísticas que mede a inflação ao consumidor do país (CPI) convocou a equipe para preparar o relatório.
A Casa Branca alegou a necessidade dos números para calcular ajustes de custo de vida nos pagamentos de assistência social. Nada a ver com o peso dado por alguns membros do Fed, na ata da reunião de setembro, aos riscos inflacionários. Para eles, a inflação sugere que a manutenção da taxa de juros no mês passado seria mais favorável.
Para os mercados, essa sinalização significa apenas que as chances de cortes mais agressivos não estão na mesa – é só uma aposta de Stephen Miran, o diretor recém-empossado após indicação de Trump e que votou pela queda de meio ponto. Esse entendimento sustenta a expectativa de mais dois cortes iguais nos juros ainda neste ano.
Enquanto isso, os ativos de risco seguem balançando ao sabor da direção do vento – sem força para impulsionar a popa, mas também sem tempestade à vista. Assim, os mercados apenas ajustam as velas, aguardando o próximo impulso para voltar a navegar em mar aberto.
Passeio pelos mercados
Os índices futuros das bolsas de Nova York apontam para um dia positivo, após a queda na sessão regular ontem. Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq rondam as máximas históricas. Na Europa, o sinal é misto, após uma sessão negativa na Ásia.
Entre as moedas, o dólar perde forças em relação às moedas rivais. Ainda assim, o índice DXY (cesta de moedas de economias avançadas) segue acima da marca de 99 pontos.
Nas commodities, o petróleo segue em queda, com o fim da guerra de dois anos entre Hamas e Israel, e o minério de ferro fechou em alta em Dalian (China). Já o ouro volta a ser negociado na faixa de US$ 4 mil, testando novos recordes.
Entre as criptomoedas, o Bitcoin sobe, mas ainda longe da marca de US$ 125 mil alcançada no domingo (5).
Agenda do dia
Indicadores
- 9h – Brasil: Produção industrial regional (agosto)
- 11h – EUA: Índice de sentimento do consumidor/Univ. Michigan (prévia – outubro)