Uma projeção para o uso de Inteligência Artificial (IA) em computadores utilizados em casa e no trabalho é o balizador do avanço da Lenovo em dispositivos com essa nova tecnologia. Segundo dados do IDC, Actual/Forecast e GfK, os dispositivos com IA embarcada no ano passado eram apenas 4%. Neste ano, serão 13% e outros 2% já terão IA generativa (GenAI). Em 2029, os computadores com inovação inteligente serão 84% e vão dominar amplamente o mercado.
A fabricante chinesa de eletrônicos, que encerrou o ano fiscal em março com US$ 69 bilhões em receita — 21% maior do que no período anterior — acelera os lançamentos para aproveitar a tendência global e também a retomada do crescimento do mercado de PCs no Brasil, a partir do ano passado, após dois anos de instabilidade. Por aqui, onde tem um de seus maiores mercados no mundo, com fábrica e centro de pesquisa e desenvolvimento, a Lenovo acaba de ampliar seu portfólio de notebooks e tablets para o consumidor final. Mais uma mostra do potencial do País para os negócios da companhia, que há sete anos lidera o setor de PCs, com 20% do market share global.
“Esse mercado vem passando por grandes transformações nos últimos anos. Percebemos que existe uma troca tecnológica, por dispositivos que atendam de fato o consumidor. Isso passa pelo que observamos de tendência nos próximos cinco anos”, disse Luiz Sakuma, diretor de vendas e produtos para o mercado consumidor da Lenovo Brasil.
“Olhamos para o retrovisor para colher os resultados, mas a gente mira o futuro, olhando para frente e buscando trazer a inovação no momento correto”, afirmou o executivo.
E o momento é bom. As vendas de notebooks no Brasil impulsionarão a categoria de PCs, com crescimento projetado para 2025 de 9,4% em volume e 24,6% em receita, segundo a IDC.
A expectativa é de que o mercado total de computadores no País movimente US$ 6,2 bilhões em 2025, um crescimento de 11,2% em relação ao ano passado. E o ticket médio vem aumentando ano a ano. Praticamente dobrou de 2022 até agora: era R$ 1.047 e agora é R$ 1.971.
Com as novas linhas de notebooks dos modelos IdeaPad e Legion, além dos tablets IdeaTab, a Lenovo mira principalmente a Geração Z (pessoas nascidas entre 1997 e 2009), que valoriza design, peso do produto e preço acessível, e profissionais dos mais diversos ramos, com casos de uso em produtividade no trabalho, em webconferências, estudos em casa e entretenimento (filmes e jogos).
“Temos buscado atender um público que trabalha em home office, que precisa de mobilidade, profissionais autônomos que precisam atuar fora de casa, fazer viagens, além, é claro, da Geração Z e dos gamers”, disse Sakuma. “Nosso objetivo é democratizar a inteligência para todos.”

Novos produtos
A Lenovo lançou oficialmente na terça-feira, em evento para jornalistas e influenciadores realizado em São Paulo, sua mais recente plataforma IdeaPad Slim 3, de 15 polegadas. Os processadores são AMD e Intel, dependendo do modelo. Também adicionou ao mercado brasileiro outras duas novidades com IA embarcada, com processadores Qualcomm da série Snapdragon X, e a família top de linha IdeaPad Slim 5, de 14 polegadas, com acabamento em alumínio e chip AMD.
Para os fãs de jogos online, que buscam performance e imersão, a fabricante apresentou o Legion 5i de 10ª geração, equipado com a plataforma Intel 15th Arrow Lake-H55 e RTX 5070.
John Rheims, gerente de produtos consumer da Lenovo Brasil, ressaltou aspectos como durabilidade, a partir dos testes militares de resistência, vibração e temperatura, produtos mais finos e mais leves, além das parcerias com AMD, Intel, Qualcomm e também Nvidia.
“Além disso, lançamos nossa plataforma SmartConnect, que conecta nossos dispositivos, controla até três telas e potencializa o uso dos computadores”, salientou.
Na família de tablets, a Lenovo colocou no mercado o IdeaTab e o IdeaTab Plus, equipados com acessórios. Eles agora vêm com caneta e teclado na caixa. A aposta é no crescimento do segmento, em que a empresa detinha apenas 1% de share em 2022 e hoje já alcança 9% de participação — deve fechar 2025 acima dos 10%.
“É um mercado que tem crescido dois dígitos por período. Vem amadurecendo ano após ano. Estudamos com muita profundidade esse setor. O consumidor não está deixando de usar o smartphone ou o PC, pelo contrário”, discorreu Luiz Sakuma.
“O tablet é um complemento desse ecossistema, que integra todos esses dispositivos. O tablet pode ser usado como segunda tela ou para comandar outros dispositivos, como o PC”, frisou o diretor.