Joint-venture da Accenture e Microsoft, Avanade mira médias empresas até 2028

Para ampliar a base, empresa mapeou 300 novos potenciais clientes para prospecção. Em quatro meses, conquistou 20, e a meta é chegar a 50 neste ano

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Imagens: Divulgação

Picchi Neves presidente, diz que o Brasil oferece uma combinação de custo competitivo e alta qualidade

Picchi Neves presidente, diz que o Brasil oferece uma combinação de custo competitivo e alta qualidade

Com uma estratégia centrada em inovação, inteligência artificial e expansão regional, a Avanade Brasil iniciou um novo ciclo de crescimento com a meta de dobrar de tamanho até 2028. A companhia, joint-venture entre a Accenture e a Microsoft, aposta na criação de uma unidade voltada a médias empresas, na ampliação da base de operações em Recife e na consolidação de uma estrutura dedicada à transformação digital. Atualmente, a Avanade já é a maior especialista global em soluções baseadas no ecossistema Microsoft. No Brasil, a empresa vem ampliando sua relevância estratégica. Entre julho de 2024 e julho de 2025, o número de colaboradores cresceu 25%, alcançando cerca de 3 mil profissionais, enquanto a receita local avançou mais de 13% no mesmo período fiscal.

Segundo o presidente da Avanade Brasil, Adriano Picchi Neves, a companhia vive uma fase de diversificação. Ele afirmou que a empresa conta com cerca de 60 clientes, sendo que 40 concentram a maior parte da receita. Para ampliar essa base, a Avanade mapeou 300 novas empresas para prospecção. Em quatro meses, conquistou 20 novos clientes, e a meta é chegar a 50 até o final do ano fiscal. A nova área de Médias Empresas tem como objetivo atender companhias com receita anual de até US$ 200 milhões, segmento que representa 15% dos negócios já no primeiro ano de operação. O plano nacional também inclui o fortalecimento dos polos regionais de inovação, como o Porto Digital, em Recife, onde a Avanade atua desde 2012 e mantém 700 profissionais.

Além disso, o Brasil passou a desempenhar papel cada vez mais estratégico no atendimento a clientes internacionais. Um dos centros de desenvolvimento do país já reune cerca de 300 profissionais dedicados a projetos nos Estados Unidos, inclusive para a própria Microsoft. Picchi Neves destacou que, enquanto grande parte dos outros países utiliza a Índia como base, o Brasil oferece uma combinação de custo competitivo e alta qualidade, com uma equipe grande, culturalmente próxima e capaz de inovar com velocidade.

A força da IA

A inteligência artificial se consolidou como o principal motor da nova fase de crescimento da empresa. A Avanade estruturou no País o AI Transformation Office, área criada para acelerar experimentos e transformar protótipos em ofertas comerciais. De acordo com o presidente, a iniciativa nasceu da percepção de que poucas pessoas promovem mudanças disruptivas sem estímulo. O espaço foi criado para incentivar novas formas de pensar e desenvolver soluções. Entre os projetos em andamento estavam softwares com alto grau de dependência de IA e o desenvolvimento de novos métodos de uso das ferramentas do ecossistema Microsoft. O papel da Avanade é criar métodos e não apenas produtos, com a meta de lançar de oito a doze ofertas completamente novas por ano e apresentar dois ou três produtos inovadores a cada trimestre.

Com o avanço da IA, a empresa também apostou em modelos de serviços por assinatura, como segurança gerenciada, gestão de nuvem e soluções ERP com cobrança recorrente. A iniciativa fez parte da estratégia global Avanade Go, que serviu de base para a expansão desse modelo no Brasil. Segundo Picchi Neves, o objetivo era gerar impacto real e mensurável para os clientes, com modelos que permitissem cobrar por número de vendas, quantidade de endpoints, gestão de nuvem ou métricas de negócio. A meta era que, em cinco anos, até 30% da receita viesse desse tipo de oferta e que pelo menos um terço das vendas fosse proveniente de novos produtos e serviços.

A expansão da Avanade no Brasil se sustenta em três pilares: inovação, capacitação e segurança. A companhia adotou práticas rigorosas de governança de dados e segurança cibernética alinhadas aos padrões da Accenture, incluindo controle de acesso, criptografia e programas de treinamento contra fraudes e engenharia social. Picchi Neves ressaltou que o uso da IA precisava estar inserido em um modelo corporativo com controle de dados e confidencialidade, e que o diferencial da empresa estava na aplicação prática e segura dessas tecnologias.

O investimento em formação de talentos também é um ponto central da estratégia. Segundo o executivo, ainda havia um processo de aprendizado sobre o uso da inteligência artificial no cotidiano das empresas, e o papel da Avanade era transformar esse aprendizado em método e produtividade. Com metas ambiciosas, a companhia pretendia transformar a base de clientes atual em novas oportunidades de negócio e ampliar sua presença entre médias empresas. Picchi Neves afirmou que gostava do número 24%, pois crescendo mais de 20% ao ano era possível dobrar o tamanho da empresa em três anos, meta que ele considerava realista e desafiadora. Para ele, o maior desafio estava na execução: criar uma visão poderosa, reunir as pessoas certas e colocá-la em prática. “Havia muita oportunidade no Brasil. Era inovação, era transformação. A questão era criar a visão, trazer todo mundo junto e executar”, resumiu o executivo.

 

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