O ano de 2025 marcou uma virada de escala para a InVista. A gestora de investimentos imobiliários, liderada por Marcelo Rainho, está perto de encerrar o período com forte expansão em seus fundos, desinvestimentos rentáveis e novas operações com grandes multinacionais.
O movimento mais emblemático é o plano de dobrar o tamanho do fundo de galpões industriais, que deve alcançar entre R$ 800 milhões e R$ 1 bilhão em patrimônio até o início de 2026. “Foi um ano muito bom até aqui, mas ainda temos muita coisa acontecendo. A expectativa é que o fechamento de 2025 e o início de 2026 sejam tão aquecidos quanto um novo ano inteiro”, afirmou Rainho em entrevista exclusiva ao BRAZIL ECONOMY.

Um dos destaques do ciclo foi o desinvestimento do Shopping Cidade Jardim, primeira operação realizada sob a marca InVista em 2023, que gerou retorno expressivo aos investidores. Paralelamente, a empresa estruturou uma operação de R$ 530 milhões com a TRX, incorporando ao fundo um patrimônio imobiliário de famílias investidoras, e iniciou o trabalho sobre outro portfólio relevante, o do Grand Shopping.
Além disso, a gestora expandiu sua atuação em ativos de renda recorrente com operações no modelo triple net lease, que combinam estabilidade de longo prazo com grandes locatários corporativos. Entre os imóveis adquiridos recentemente estão prédios alugados para Amazon, AMD e Microsoft, reforçando a solidez da tese imobiliária da companhia.
O coração da estratégia da InVista está na cidade industrial localizada entre Atibaia e Jarinu (SP), conhecida como Brazilian Business Park. O complexo já conta com 150 mil m² construídos, área total de 12 milhões de m² e capacidade de expansão de quase 1 milhão de m². Atualmente, cerca de 35% da área total está edificada, e o empreendimento opera com 100% de ocupação.
“Nosso fundo é focado em galpões industriais, um modelo diferente dos tradicionais centros logísticos. O que entregamos é uma estrutura plug and play, com tratamento de efluentes, alimentação, segurança e todos os serviços necessários para a operação da indústria”, explicou Rainho.
O parque já abriga multinacionais dos setores de tecnologia, cosméticos, autopeças, farmacêutico e alimentos, entre elas a L’Oréal, 3M (via Solvento), a canadense Magnus, e a asiática Johnson’s Fitness, de Singapura. A Pet Five, empresa do setor pet, também integra a lista de novos clientes.
Reindustrialização e o efeito câmbio
O executivo atribui parte do sucesso do modelo ao movimento global de reindustrialização e regionalização das cadeias de suprimentos, tendência acelerada após a pandemia e pela instabilidade geopolítica. “Muitas multinacionais estão reposicionando suas cadeias produtivas e optando por estar mais próximas de seus mercados consumidores. O Brasil, por sua estrutura e mercado interno, se tornou um polo estratégico na América Latina”, afirmou.
Segundo Rainho, o câmbio também exerce um papel importante: “O dólar valorizado torna o aluguel em reais mais barato para as empresas estrangeiras. Isso ajuda na decisão de investimento e reforça a atratividade do nosso parque.”
A InVista encerra 2025 com R$ 1,5 bilhão em ativos sob gestão e mira alcançar R$ 3 bilhões até o início de 2026, sustentada por novos fundos, pipeline aquecido e parcerias estratégicas. “Estamos com várias operações em andamento e negociações interessantes com empresas que devem se concretizar nos próximos meses”, adiantou Rainho.
O CEO também reforça que o ambiente macroeconômico favorece a expansão da companhia. “O setor industrial brasileiro vive um momento de reorganização. As empresas estão voltando a investir em capacidade produtiva, e nossa proposta de infraestrutura integrada tem sido muito bem recebida”, disse.
Entre desinvestimentos bem-sucedidos, novos aportes e crescimento orgânico dos fundos, a InVista encerra 2025 consolidando-se como uma das principais gestoras do país no segmento de real estate corporativo e industrial. “Foi um ano cheio e de grandes resultados, mas o melhor ainda está por vir”, acrescentou Rainho. “A gente espera chegar a 2026 com um portfólio mais robusto, diversificado e internacionalizado, continuando a entregar bons retornos aos investidores.”

