Os eventos envolvendo o Federal Reserve estão em destaque no mercado financeiro nesta quarta-feira (29). O anúncio de um novo corte de 0,25 ponto nos juros dos Estados Unidos é certo, o que desloca o foco para a coletiva do presidente do Fed, Jerome Powell. A expectativa é de que ele sinalize uma terceira queda consecutiva da taxa, em dezembro.
A dúvida fica com o que virá depois, já em 2026, quando termina o mandato de Powell. Mas o dia será agitado, concentrando a atenção dos mercados na agenda econômica. Por aqui, saem os balanços do Santander, antes do Fed, e do Bradesco, depois do pregão. Mas após o tocar do sino em Wall Street são os resultados das big techs que roubam a cena.
Por tudo isso, o dia promete ser crucial para os ativos de risco. Com o Ibovespa andando em pontuação recorde, aos 147 mil pontos, e os índices S&P 500 e Nasdaq mirando novas máximas históricas, a manutenção de estímulos monetários por parte do Fed e o desempenho robusto das Sete Magníficas tendem a manter o apetite entre os investidores.
Trump-Xi depois do Fed
Como pano de fundo, mas não menos importante que a decisão do Fed, está a espera pelo encontro entre os presidentes Donald Trump e Xi Jinping, amanhã, na Coreia do Sul. Rumores de que Washington conseguirá um “acordo maravilhoso” não são chancelados em Pequim – revelam os ventos vindos do Sul da China.
Segundo o jornal South China Morning Post, pertencente ao Alibaba, a imprevisibilidade do chefe da Casa Branca pode atrapalhar. Relatos dão conta que “o estilo errático de diplomacia do presidente dos EUA e a falta de estratégia ou foco deixam a China perplexa” – mas será que não se pode dizer que o Fed compartilha o mesmo sentimento?
A série de mudanças tarifárias e as promessas de acordos deixam o horizonte nublado, tal qual o céu de São Paulo nesta manhã de chuva forte. A questão é que Powell não precisa se preocupar com nenhuma previsão e conta as horas para deixar a cadeira do Fed, em maio. Até que o cenário fique mais claro, o mercado busca proteção e encontra abrigo no ouro.
Passeio pelos mercados
Os futuros das bolsas de Nova York amanheceram sem uma direção única. Enquanto os índices S&P 500 e Nasdaq miram novos recordes de alta em meio aos balanços das big techs, o Dow Jones está estagnado, à espera da decisão do Fed.
A mesma falta de direção se dá na Europa, enquanto na Ásia, o dia foi positivo, com destaque para o salto de mais de 2% da Bolsa de Tóquio.
Entre as moedas, o dólar avança em relação às moedas rivais, com o índice DXY (cesta de moedas de economias avançadas) testando novamente a faixa de 99 pontos.
Nas commodities, o petróleo tem leve baixa, enquanto o minério de ferro negociado em Dalian (China) fechou em nova alta forte, cotado acima de US$ 113. Já o ouro retoma a marca de US$ 4 mil a onça-troy antes do Fed e com a caça por pechinchas.
Entre as criptomoedas, o Bitcoin recua.
Agenda do dia
Indicadores
- 8h30 – Brasil: Nota de crédito (setembro)
- 11h30 – EUA: Estoques de petróleo (semanal)
- 14h30 – Brasil: Fluxo cambial (semanal)
- 14h30 – Brasil: Relatório mensal da dívida pública (setembro)
Eventos
- 15h – EUA: Fed anuncia decisão de juros
- 15h30 – EUA: Jerome Powell, presidente do Fed, concede entrevista coletiva
Balanços
- Brasil: Santander (antes da abertura)
- Brasil: Bradesco (depois do fechamento)
- EUA: Meta, Alphabet e Microsoft (depois do fechamento)

