Empregos em risco: 57% das empresas querem demitir nos próximos 12 meses

Apesar do desemprego em baixa histórica e pleno emprego, um estudo relevado com exclusividade pelo BRAZIL ECONOMY indica que cenário ainda é frágil

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Imagens: Divulgação

Candice Fernandes diz que mesmo quando as demissões são inevitáveis, a forma como são conduzidas faz diferença

Candice Fernandes diz que mesmo quando as demissões são inevitáveis, a forma como são conduzidas faz diferença

Ainda que as demissões sejam uma resposta comum em períodos de crise, seus efeitos vão além da folha de pagamento. A forma como uma empresa conduz esse processo pode corroer sua cultura, afetar sua imagem e comprometer sua capacidade de recuperação. Para entender melhor esse impacto, a Intoo, unidade de desenvolvimento de carreira e recolocação da Gi Group Holding, em parceria com a Workplace Intelligence conduziu a pesquisa “Como as demissões impactam a cultura organizacional”. O levantamento entrevistou 1.100 líderes de RH e 1.100 empregados em tempo integral na Argentina, Brasil, Itália, Reino Unido e Estados Unidos.

O estudo mostra que a ameaça de cortes é real e que 57% dos líderes de RH no Brasil afirmam que suas organizações estão propensas a realizar demissões nos próximos 12 meses. Globalmente, os números caminham na mesma direção: 35% dos líderes de RH afirmam que demitir seria a primeira medida em caso de crise econômica, e 57% veem cortes como prováveis em suas empresas. Essa tendência varia de acordo com o país: 49% na Argentina, 57% no Brasil, 33% na Itália, 65% no Reino Unido e 64% nos Estados Unidos.

Esse cenário ajuda a explicar o nível elevado de insegurança entre os profissionais. No Brasil, 53% dos trabalhadores dizem temer perder o emprego no próximo ano. A maioria atribui essa apreensão a três fatores principais: a possibilidade de uma demissão iminente (45%), notícias sobre cortes em outras empresas (27%) ou experiências recentes de desligamentos em sua própria organização (23%). Um ponto adicional de ansiedade está ligado à tecnologia: 17% dos entrevistados demonstram preocupação com a possibilidade de a inteligência artificial substituir suas funções.

O receio é justificado pela forma como os cortes têm sido conduzidos: 60% dos brasileiros afirmam que seus líderes não demonstram empatia suficiente durante desligamentos, índice que coloca o país atrás apenas da Argentina (72%) e acima de Reino Unido (51%), Estados Unidos (49%) e Itália (49%).

“Mesmo quando as demissões são inevitáveis, a forma como são conduzidas faz toda a diferença. Transparência, empatia e suporte adequado reduzem riscos de perda de confiança e protegem a imagem da empresa no mercado”, afirmou Candice Gentil Fernandes, business manager da divisão no Brasil.

O custo é justamente esse: a forma como a erosão da cultura organizacional pode deteriorar a marca da empresa. E isso vale independente do porte, as demissões podem ter um impacto profundo na reputação de qualquer organização.

Segundo o estudo, 70% dos colaboradores afirmam que nunca voltariam a trabalhar na empresa que os demitiu. Além disso, 51% dos desligados e impressionantes 70% da geração Z já tomaram alguma ação com potencial de prejudicar o antigo empregador, como recomendar a amigos e familiares que não trabalhem lá ou deixar avaliações negativas em redes sociais.

As mídias sociais, aliás, aparecem no topo das preocupações: 65% dos líderes de RH temem reclamações online. E com razão. Um em cada cinco colaboradores (e um em cada quatro da geração Z) afirma que faria esse tipo de manifestação se fosse demitido. Não por acaso, 49% das empresas já sofreram esse tipo de retaliação, em plataformas como LinkedIn, TikTok, Facebook, Glassdoor, Reddit, entre outras.

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