A China abre a semana com a divulgação do Produto Interno Bruto, que desacelerou menos que o esperado no terceiro trimestre deste ano. O PIB chinês cresceu 4,8% em base anual, desacelerando-se pelo segundo trimestre consecutivo e no ritmo mais fraco em um ano. Ainda assim, a economia chinesa superou a previsão de uma queda mais acentuada.
Já o crescimento da China no acumulado dos três primeiros trimestres, de 5,2%, indica que a meta de expansão, “de cerca de 5%”, para o ano será alcançada. Com isso, o foco se desloca para as metas do 15º Plano Quinquenal, que vai vigorar de 2026 a 2030. O assunto será debatido na plenária do Partido Comunista Chinês (PCCh), que começa hoje.
O encontro das lideranças deve traçar o caminho da China rumo à modernização socialista, prevista para ser alcançada em 2035. Daqui a dez anos, o país espera ter uma classe média de 400 milhões de pessoas. O primeiro passo foi dado cinco anos atrás, quando 800 milhões de pessoas saíram da condição de pobreza extrema, em 40 anos.
O tripé reformas econômicas, inovação e prosperidade comum deve servir de direção no percurso. Porém, a abertura dos dados do trimestre passado mostra que a baixa confiança na economia chinesa se traduz em consumo doméstico e investimentos fracos, em meio à piora na queda dos preços dos imóveis. Já o impulso da demanda externa não reflete a escalada da guerra comercial com os Estados Unidos.
China e EUA no centro das atenções
Só o que importa para o mercado financeiro em relação à China é a redução da tensão comercial com os EUA. A expectativa de encontro nesta semana entre autoridades chinesas e norte-americanas do primeiro escalão, antecedendo uma esperada reunião entre Donald Trump e Xi Jinping na semana que vem, anima os investidores.
A retórica menos agressiva, embora não tenha se refletido na revisão de medidas tarifárias entre os dois lados, sustenta os ativos de risco. Aliás, foi isso o que levou o Ibovespa à melhor semana em um mês ao final da última sexta-feira (17), apoiado pelos ganhos em Wall Street, que relegou os problemas de crédito em bancos regionais norte-americanos.
O dólar também fechou a semana em baixa, mas ainda na faixa de R$ 5,40. No mês, a moeda norte-americana avança e a bolsa brasileira recua. Ou seja, o movimento recente foi apenas um repique. Com o shutdown completando 20 dias e esvaziando a agenda econômica dos EUA, os mercados globais estão à mercê dos humores do dia.
A ver se isso muda na sexta-feira, quando sai o índice de preços ao consumidor nos EUA (CPI). O dado deve servir de bússola para o Federal Reserve, que se reúne também na semana que vem. No mesmo dia, sai a prévia de outubro da inflação oficial no Brasil (IPCA-15), que também deve balizar a reunião do Copom do próximo mês.
Passeio pelos mercados
Os índices futuros das bolsas de Nova York amanheceram em alta, embalando a sessão na Europa. Na Ásia, os ganhos foram acelerados, de mais de 3% em Tóquio e de quase 2,5% em Hong Kong. Na Coreia do Sul, o Kospi subiu 1,8%.
Entre as moedas, o dólar mede forças em relação às moedas rivais. O índice DXY (cesta de moedas de economias avançadas) tem viés positivo.
Nas commodities, o petróleo recua, o minério de ferro fechou em baixa em Dalian (China), enquanto o ouro sobe firme. Entre as criptomoedas, o Bitcoin também avança.
Agenda do dia
Indicadores
- 8h25 – Brasil: Relatório Focus (semanal)
- 15h – Brasil: Balança comercial (semanal)
Eventos
- China: Quarta Sessão Plenária do 20º Comitê Central do PCCh