Canabidiol em comprimido é lançado no País e marca plano inédito da Prati-Donaduzzi

O lançamento se insere em um mercado global que vive um momento de crescimento acelerado, que deve faturar US$ 444 bilhões até 2030

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Imagens: Divulgação

Com o primeiro medicamento de CBD em comprimido, a empresa projeta dobrar o faturamento até 2027

Com o primeiro medicamento de CBD em comprimido, a empresa projeta dobrar o faturamento até 2027

Após três anos de pesquisa e o envolvimento de mais de 400 profissionais, a farmacêutica Prati-Donaduzzi inicia a comercialização do canabidiol (CBD) em comprimidos nas farmácias brasileiras. A empresa, pioneira na obtenção da autorização da Anvisa para a produção e comercialização de canabidiol no País, dá agora mais um passo ao transformar uma substância naturalmente oleosa em uma formulação sólida e estável. A inovação representa um marco para a indústria farmacêutica nacional e oferece mais praticidade no armazenamento, transporte e administração do medicamento, além de facilitar o consumo em pacientes com restrições físicas ou sensibilidade ao sabor do óleo.

Segundo o CEO da Prati-Donaduzzi, Eder Maffissoni, a decisão de desenvolver o canabidiol em comprimidos foi estratégica e alinhada ao caráter inovador do projeto. Ele explica que o grande diferencial da nova formulação está na capacidade de dissolução em água, o que garante conveniência ao paciente sem comprometer a absorção ou a eficácia do tratamento. O produto chega ao mercado na concentração de 20 miligramas, com um sulco central que permite o fracionamento da dose em duas partes de 10 miligramas, conferindo maior flexibilidade terapêutica e possibilitando ajustes individualizados de acordo com a necessidade de cada paciente.

Para o farmacêutico e gerente de Pesquisa e Inovação da Prati-Donaduzzi, Liberato Brum Junior, o desenvolvimento do comprimido é resultado de um avanço científico significativo. Ele destaca que esta é a primeira formulação sólida de canabidiol regulamentada pela Anvisa. Embora existam no exterior cápsulas moles que reduzem parcialmente o impacto do sabor, elas mantêm o conteúdo em óleo, o que representa uma limitação tecnológica. Segundo o especialista, o principal desafio foi estabilizar a molécula em forma sólida sem perda de eficácia, uma barreira que a equipe de pesquisa da companhia conseguiu superar.

Segundo o CEO da Prati-Donaduzzi, Eder Maffissoni, a decisão de desenvolver o canabidiol em comprimidos foi estratégica e alinhada ao caráter inovador do projeto
Eder Maffissoni, CEO da Prati-Donaduzzi, diz que a decisão de desenvolver comprimidos é estratégica

A novidade chega em um momento de expansão da própria Prati-Donaduzzi. Em 2024, a empresa alcançou faturamento de R$ 2,4 bilhões e teve sua nota de crédito elevada pela agência Moody’s Local Brasil de AA.br para AA+.br, com perspectiva estável. A melhora no rating reflete a solidez financeira, a baixa alavancagem e a forte geração de caixa da companhia, que mantém planos de investir aproximadamente R$ 100 milhões ao ano para ampliar seu portfólio e dobrar o faturamento até 2027. Atualmente, a Prati-Donaduzzi ocupa o segundo lugar entre as melhores indústrias farmacêuticas do País, segundo o ranking Época Negócios 360°, e é reconhecida pela liderança em desempenho financeiro entre empresas nacionais do setor.

O lançamento do canabidiol em comprimidos também se insere em um mercado global que vive um momento de crescimento acelerado. Estimativas apontam que o mercado mundial de cannabis legal movimentou US$ 43,7 bilhões no ano passado e deve atingir US$ 444 bilhões até 2030, o que representa uma taxa de crescimento anual superior a 30%. No Brasil, o segmento de cannabis medicinal tem se consolidado rapidamente. Em 2023, o mercado movimentou cerca de R$ 699 milhões e, em 2024, alcançou R$ 853 milhões, um crescimento de 22%. A expectativa é que o setor ultrapasse a marca de R$ 1 bilhão em 2025, impulsionado pelo aumento no número de pacientes, que chegou a 672 mil em 2024, segundo dados da Agência Brasil.

O avanço regulatório também tem contribuído para esse cenário. No final de 2024, o Superior Tribunal de Justiça autorizou o cultivo e a importação de cannabis sativa com baixo teor de THC para uso medicinal e industrial, determinando que a Anvisa regulamente o tema em até seis meses. Hoje, o País já conta com mais de 2.100 produtos à base de cannabis registrados e autorizados para uso médico, abrangendo óleos, cápsulas, sprays e agora comprimidos sólidos. A maior parte, contudo, ainda depende de importações, com mais de 400 empresas estrangeiras fornecendo produtos ao Brasil.

Nesse contexto, a Prati-Donaduzzi reforça sua posição como protagonista da produção nacional e impulsiona a industrialização local de medicamentos à base de canabidiol. Para Maffissoni, o lançamento do comprimido sólido representa não apenas uma solução prática, mas uma oportunidade de fortalecer a cadeia de pesquisa e desenvolvimento no País, reduzir a dependência de produtos importados e estimular o crescimento de um novo segmento econômico. O executivo afirma que a inovação é também um símbolo do amadurecimento da indústria farmacêutica brasileira e do avanço científico nacional em terapias de alta complexidade.

O canabidiol em comprimidos da Prati-Donaduzzi já começou a ser distribuído nas farmácias brasileiras e poderá ser adquirido mediante prescrição médica. A empresa acredita que o produto deve ampliar o acesso a tratamentos com base em CBD e contribuir para a consolidação de uma linha completa de medicamentos à base da substância. “O lançamento marca um novo capítulo na história do canabidiol no Brasil, oferecendo aos pacientes uma alternativa mais prática, segura e inovadora”, afirmou Maffissoni.

 

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