Brasil se consolida como referência global em crédito tokenizado, conclui relatório

Com mais de R$ 1,7 bilhão em crédito, 300 operações estruturadas e 2.500 investidores ativos, a AmFi é destaque na aplicação da tecnologia blockchain

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Imagens: Divulgação

Paulo David, CEO da AmFi, diz que o Brasil conseguiu unir regulação, tecnologia e dados para criar ambiente seguro

Paulo David, CEO da AmFi, diz que o Brasil conseguiu unir regulação, tecnologia e dados para criar ambiente seguro

Um estudo internacional lançado pela AmFi, plataforma de tecnologia para o mercado de capitais, posiciona o Brasil como um dos principais polos de inovação em crédito privado tokenizado. O relatório “Project Aurora – Brazil’s Asset Tokenization Opportunity”, elaborado em parceria com Credit Saison (Brasil), Coruja, Pinheiro Neto Advogados e Onigiri Capital, com patrocínio institucional da Núclea, revela que o País já superou a fase experimental e avança para um estágio de consolidação de estruturas reguladas de tokenização de ativos.

O levantamento aponta que a aplicação da tecnologia blockchain pode reduzir em até 38% os custos operacionais de estruturas de financiamento privado, graças à automatização de fluxos de pagamento, integração de registros e eliminação de intermediários. O estudo destaca ainda que o Brasil reúne um conjunto de fatores que o coloca em posição de liderança: uma regulação robusta, infraestrutura tecnológica consolidada e casos reais de adoção.

De acordo com os dados do relatório, o estoque de Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs) atingiu R$ 596 bilhões em 2024, representando um crescimento de 33% em relação ao ano anterior e quase o triplo do volume registrado em 2019. O avanço é impulsionado pela digitalização do sistema financeiro, com o Pix, o Open Finance e o desenvolvimento do Drex, o real digital do Banco Central, criando condições para a integração de ativos financeiros em blockchain com liquidação instantânea e governança auditável.

“O Brasil conseguiu unir regulação, tecnologia e dados para criar um ambiente seguro de inovação financeira. O Project Aurora mostra que a tokenização já é realidade no País e que o próximo passo é a escala”, afirma Paulo David, CEO da AmFi.

Com mais de R$ 1,7 bilhão em crédito tokenizado, 300 operações estruturadas e 2.500 investidores ativos, a AmFi é citada no relatório como um dos principais exemplos práticos de aplicação da tecnologia blockchain ao crédito privado. O documento também ressalta o papel da Pinheiro Neto Advogados na estrutura jurídica das operações, da Coruja no investimento digital, da Credit Saison e da Onigiri Capital no aporte de capital institucional, e da Núclea, que opera a Núclea Chain, rede privada que deve atingir R$ 1 bilhão em ativos tokenizados até o fim de 2025.

“O report simboliza uma nova fase. Parcerias com instituições de ponta são a base para levar o modelo brasileiro a investidores globais, com a mesma transparência e compliance que tornaram o País referência”, complementa David.

A percepção é compartilhada pelos parceiros. Segundo Daniel Caldeira, sócio da Coruja, o relatório “reflete o amadurecimento do mercado de crédito privado no Brasil e o avanço da tokenização como ferramenta de eficiência e governança”. Ele acrescenta que a colaboração entre as instituições envolvidas “reforça o compromisso em criar pontes seguras entre o capital institucional e as novas infraestruturas digitais”.

O estudo conclui que a combinação de tecnologia aplicada a problemas reais, regulação sólida e inovação em crédito privado coloca o Brasil na vanguarda da transformação financeira global. A maturidade alcançada nos últimos anos faz do País um laboratório natural para o avanço do crédito digital, abrindo caminho para a internacionalização de plataformas brasileiras e o fortalecimento do mercado de ativos tokenizados sob supervisão regulatória.

O Project Aurora foi desenvolvido pelos coautores a partir de análises comparativas entre estruturas operacionais tradicionais e tokenizadas, referências regulatórias e estudos setoriais. O escopo do levantamento cobre crédito privado, incluindo recebíveis, carteiras pulverizadas e fundos de direitos creditórios, excluindo a tokenização de ações ou criptoativos nativos. Os dados consideram séries históricas de 2019 a 2024, com estimativas de eficiência baseadas em diferentes níveis de automação e integração com registradoras e sistemas bancários centrais.

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