O sistema de stablecoins movimentou R$ 230 bilhões no Brasil em 2024 ao eliminar os bancos intermediários e sua taxas que encarecem a movimentação final. Este recurso tem como grande diferencial a obrigação de estar lastreada a moedas seguras, como Dólar, Euro e até ouro. Além da economia financeira, esta tecnologia permite transações internacionais mais ágeis.
Atualmente, a pernambucana Sofia Düesberg é uma das principais defensoras deste sistema de moeda digital no país. Em dezembro de 2024, ela se tornou general manager da Conduit no país, empresa estadunidense que utiliza stablecoins para fazer pagamentos internacionais por meio da conexão de sistemas financeiros locais independentes, a exemplo do Pix ou da SEPA na Europa.
Após seis anos atuando na Goldman Sachs em Nova York e Miami, onde chegou a VP, Sofia resolveu apostar no mercado de tecnologia e se mudou para São Paulo para assumir como diretora da Fireblocks antes de aceitar o convite de Conduit. Além do Brasil, na América Latina a companhia já se instalou no México, Colômbia e Argentina, mas para Sofia o mercado brasileiro é o principal destaque:
“O Brasil vem se destacando e crescendo muito na nossa operação. Vamos expandir nossa equipe e contratar mais gente para se solidificar no mercado local. Temos forte expectativa de crescimento para ajudar empresas brasileiras com seus pagamentos no mundo todo”, disse a executiva.
Em 2024, o volume de transações da Conduit cresceu 16 vezes em todo o mundo na comparação com o ano anterior. O bom momento fez com que a companhia conseguisse uma rodada de captação Série A de US$ 36 milhões em maio deste ano. No momento, a empresa está em fase final de contratação de um alto executivo para ocupar o cargo de Banking Compliance Manager ainda este ano no Brasil. A ideia é trazer uma pessoa que atue com compliance e regulatório. “Isso é um movimento global, então precisamos de alguém que entenda o sistema brasileiro e que também ajude na parte estratégica, ou seja, que lidere o relacionamento direto com bancos”, ressaltou Sofia.
A executiva destaca ainda que as operações realizadas pela Conduit contam com controles de origem e destino dos recursos, já que os clientes passam por um processo de due dilligence para aprová-los antes de liberar os serviços. Isso ajuda a garantir as melhores ferramentas de prevenção à lavagem de dinheiro e combate ao financiamento de terrorismo.
Porém, por maior que seja o sucesso do negócio, a Conduit sobre com a falta de regulamentação de stablecoins no Brasil. Se por um lado os EUA já são mais avançados no uso sistema, onde a Conduit atua sob a licença de Money Services Business (MSB), no Brasil ele opera com parceiros regulados e registra todas as transações junto aos bancos locais. Atualmente, o Banco Central conduz uma consulta pública para discutir a regulamentação de operações envolvendo stablecoins.”Este recurso é o meio do caminho que traz eficiência, agilidade, rapidez e abaixa os custos”, disse Sofia.