Primeiro conheça a si mesmo, depois conheça os outros. Esse é um dos ensinamentos do caratê, modalidade que deu início à Academia Gaviões há 50 anos. Em 1974, o casal Léo e Roseli Aguiar montou uma pequena estrutura em uma garagem no bairro do Tucuruvi, em São Paulo. Mais de duas décadas depois, transferiram a sede para uma estrutura maior na cidade de Guarulhos (SP). A segunda unidade veio somente no ano 2000. Em seguida, outras três. A família Aguiar ficou com cinco academias durante 45 anos — conhecendo a si mesma. Apenas nos últimos cinco anos abriu o modelo de franquias — para conhecer os outros.
Hoje são 64 unidades em operação, outras 80 já contratadas e um plano que visa chegar a 300 até o fim de 2026, alcançando um faturamento próximo de R$ 1 bilhão. Aliado a esse planejamento está o processo de internacionalização. A Academia Gaviões já está presente no Paraguai e em Portugal, e suas asas já começam a bater rumo aos Estados Unidos.
“Estamos no nosso momento mais acelerado, em plena expansão”, afirmou ao BRAZIL ECONOMY Priscila Aguiar, CEO da marca e filha do casal fundador.
As 64 unidades em funcionamento — sendo 14 próprias e 50 franqueadas — possuem 160 mil alunos inscritos. O faturamento de 2024 foi de R$ 113 milhões, e, faltando três meses para terminar o ano de 2025, esse valor já foi alcançado.
A expectativa de receita para 2026 é de R$ 900 milhões, com 200 unidades ativas e outras 100 contratadas. Se o projeto para o Brasil é ousado, o plano internacional é igualmente ambicioso.

No Paraguai, já são três unidades inauguradas — em Ciudad del Este e Santa Rita — e sete em implantação. “A expectativa é chegar a 40 no país nos próximos cinco anos. Temos um parceiro importante para viabilizar isso”, disse Priscila, que começou a trabalhar na Academia Gaviões aos 13 anos, ajudando os pais na recepção.
Em Portugal, há uma unidade, levada por um franqueado de São Paulo, e outra nos Estados Unidos está sendo preparada, com abertura prevista até o fim do próximo ano.
Diferenciais
Apesar do nome, a Academia Gaviões nada tem a ver com a famosa torcida organizada do Corinthians. A marca foi criada por Léo Aguiar, que escolheu a ave como símbolo da empresa — uma tendência entre academias de caratê nas décadas de 1970 e 1980.
Entre os diferenciais está o funcionamento 24 horas por dia (exceto as unidades dentro de shoppings) e uma estrutura que inclui musculação, lutas, dança e pilates.
Os equipamentos são multimarcas, importados principalmente dos Estados Unidos, Itália e China. Para uma empresa que atende tanto alunos iniciantes quanto os mais experientes, essa variedade tem surtido efeito positivo no negócio.
“É um mix atrativo de máquinas, que o nosso aluno gosta de usar na Gaviões e não costuma encontrar em outros lugares”, afirmou a executiva, que contratou uma consultoria para preparar a empresa em seu avanço no modelo de franchising.
Além da franquia total, a Academia Gaviões também oferece a modalidade de cotas por unidade. Em muitas delas, a própria família fundadora é parceira do negócio.
“O fato de sermos uma família cuidando do negócio traz mais segurança para quem está adquirindo uma franquia ou uma cota”, disse Priscila. “Trazemos toda a expertise que desenvolvemos nesses 50 anos de atuação nesse mercado.”
Além de Priscila, outros dois irmãos ocupam funções executivas na companhia: Daniel Aguiar, responsável por tecnologia e inovação, e Leandro Aguiar, encarregado da área de expansão. Os pais e fundadores, Léo e Roseli, integram o conselho administrativo.
“Com esse organograma e nossa governança, ganhamos mais clareza das nossas atividades e responsabilidades. As demandas têm aumentado e temos um melhor fluxo de decisões”, frisou a CEO.
Dessa forma, a Academia Gaviões ganha musculatura e se prepara para seu próximo cinquentenário — levando as lições do caratê em seu DNA, como a que prega manter-se sempre alerta, diligente e capaz em sua busca pelo caminho.