A Vaas, startup brasileira de tecnologia para compliance e gestão de riscos, registrou crescimento acelerado nos últimos 12 meses. A empresa quadruplicou sua receita no período, captou R$ 20 milhões em investimentos e projeta alcançar R$ 40 milhões em ARR (Annual Recurring Revenue, ou Receita Anual Recorrente) até 2026.
Sob a liderança de Gustavo Tremel, CEO e cofundador, a companhia vem se consolidando como um dos principais nomes do setor de regtechs no País. A estratégia combina uso intensivo de Inteligência Artificial, automação regulatória e expansão para novos segmentos além do financeiro, incluindo seguros, óleo e gás, energia, tecnologia e automotivo.
O Brasil, considerado um dos mercados regulatórios mais complexos do mundo, tem servido como campo de testes para a Vaas. A empresa desenvolveu uma plataforma de orquestração de dados e automação de decisões que busca reduzir custos, aumentar a velocidade de processos e ampliar a segurança operacional de seus clientes.
“O crescimento da Vaas está diretamente ligado a uma dor real do mercado: as empresas precisam tomar decisões rápidas e seguras em ambientes regulatórios cada vez mais complexos”, afirma Tremel. “Unimos tecnologia de dados, inteligência regulatória local e automação de decisões que reduzem custos e aceleram processos.
A recente rodada de R$ 20 milhões marca um ponto de virada na trajetória da empresa. Segundo Tremel, os recursos serão destinados principalmente ao aprimoramento tecnológico, com destaque para a aplicação de Inteligência Artificial.
A plataforma já conta com mais de 40 parceiros de dados integrados, o que permite ampliar a precisão das análises. “Nosso diferencial é a capacidade de conectar uma ampla rede de fontes de dados às políticas e fluxos de decisão do cliente. Isso cria uma camada de Inteligência Artificial robusta, que vai muito além da simples consulta de informações”, explica o executivo.
Entre as inovações em desenvolvimento, a Vaas aposta em modelos capazes de interpretar normas regulatórias, identificar padrões de risco em tempo real e sugerir ações proativas. “Estamos construindo soluções que antecipam cenários antes mesmo que os analistas percebam. O ganho de eficiência é significativo”, acrescenta Tremel.
Compliance como diferencial estratégico
A visão da empresa vai além da mitigação de riscos. A proposta é transformar o compliance em vantagem competitiva. De acordo com Tremel, a automação contribui para unificar dados dispersos, eliminar redundâncias e acelerar processos como onboarding, análise de crédito e monitoramento contínuo.
“Por muito tempo, compliance foi visto como custo inevitável. Mostramos que pode ser alavanca de eficiência e até de crescimento, ao reduzir fraudes, aumentar a produtividade e melhorar a experiência do cliente”, afirma o CEO.
Essa abordagem tem atraído empresas de setores variados, que enfrentam particularidades regulatórias próprias. “Cada setor tem suas regras e complexidades. Nossa plataforma se adapta ao contexto de cada indústria, mas sempre mantendo o controle das políticas nas mãos do cliente”, completa Tremel.Embora já atenda clientes em países da América Latina e Europa, a VAAS mantém o Brasil como centro de desenvolvimento. Para a empresa, dominar o ambiente regulatório local serve como credencial para atuar em outras jurisdições.
“O Brasil é um dos ambientes mais desafiadores. Se conseguimos criar soluções eficazes aqui, conseguimos aplicá-las em qualquer lugar do mundo”, avalia Tremel.
O executivo também projeta que a próxima etapa do setor será o uso de Inteligência Artificial preditiva. “O futuro do compliance é preditivo e com mais autonomia. A IA não apenas analisará dados históricos, mas será capaz de antecipar vulnerabilidades e indicar a melhor decisão em tempo real. É claro que muitas decisões continuarão exigindo supervisão humana, mas o nível de eficiência tende a ser transformador”, conclui.
Com a combinação de crescimento acelerado, foco em inovação tecnológica e expansão internacional, a Vaas busca consolidar-se como protagonista de um mercado em que o compliance deixou de ser mera obrigação e passou a ser diferencial estratégico para empresas em contextos regulatórios complexos.