A transformação digital no setor de serviços de campo acaba de ganhar um novo capítulo com o lançamento da uMov.me AI, plataforma que recebeu investimento de mais de R$ 10 milhões e promete mudar a forma como empresas brasileiras e multinacionais gerenciam equipes externas. A iniciativa, anunciada pela uMov.me, empresa nacional especializada em soluções para operações em campo, combina Inteligência Artificial (IA), automação de ponta a ponta e tecnologia no-code para oferecer gestão em tempo real, com impacto direto na produtividade e na qualidade do atendimento.
O setor enfrenta um desafio estrutural: 90% dos profissionais de linha de frente ainda trabalham sem qualquer tipo de automação, segundo dados da companhia. Essa lacuna resulta em baixa visibilidade das operações, erros recorrentes e equipes pouco preparadas para tomar decisões imediatas. A nova plataforma busca resolver essa fragilidade ao levar a gestão diretamente ao ponto de execução, com assistentes digitais que atuam lado a lado com os trabalhadores.
Para Alexandre Trevisan, CEO da uMov.me, a proposta representa uma ruptura na forma de pensar a gestão de campo. “Historicamente, os investimentos se concentraram em automatizar processos operacionais. Mas é na automação da gestão que está a maior oportunidade de gerar valor e vantagem competitiva. A liderança precisa estar onde as decisões são tomadas, não apenas em relatórios no escritório”, afirmou.
A uMov.me AI funciona como um “gestor digital”, capaz de aprender continuamente com a operação, antecipar problemas e orientar escolhas baseadas em dados. O sistema apoia motoristas, técnicos, promotores e vendedores em tempo real, transformando a rotina em fonte de performance. “A Inteligência Artificial deixa de ser promessa e passa a ser prática, com impacto direto na vida das equipes”, completou Trevisan.
A nova geração da ferramenta é composta por dois pilares: aplicativo de campo (com funcionamento online e offline, que acompanha o colaborador na execução das atividades, backoffice inteligente (que reúne dashboards atualizados, indicadores de performance e integração com centenas de sistemas corporativos), e camada de multiagentes de IA.
A tecnologia, segundo a empresa, é flexível e conta com módulos que incluem controle de despesas, gestão de jornada, comunicação com clientes, monitoramento de risco e análise preditiva de desempenho.
No último ano, a uMov.me fechou mais de 100 novos contratos, reforçando sua presença em diferentes setores. Entre os clientes estão companhias como Carrefour, Aegea, Seara, Neoenergia e Correios.
Na logística, o grande destaque são os Correios, que utilizam a plataforma para rastrear milhares de entregas diariamente, mesmo em períodos de alta demanda, garantindo eficiência na distribuição. A rede Panvel consegue manter entregas expressas em até 30 minutos graças ao suporte da solução.
Já no varejo, o Carrefour adotou o sistema para monitorar riscos e gerir ocorrências em mais de mil lojas espalhadas pelo País. Enquanto isso, na indústria, a mineradora Anglo American aplica a tecnologia para rastreamento de processos críticos, aumentando a segurança e reduzindo o tempo de paralisações. “Esses exemplos mostram a diversidade de aplicações e a capacidade da solução de se adaptar a diferentes segmentos”, afirmou Trevisan.
Um mercado em expansão
A digitalização do setor de field service management (FSM) é uma tendência global. Relatórios de consultorias como MarketsandMarkets projetam que o mercado mundial de gestão de serviços de campo deve ultrapassar US$ 8 bilhões até 2028, impulsionado pela demanda por eficiência, pela popularização de dispositivos móveis e pelo uso crescente de IA.
No Brasil, a adoção ainda é desigual. Grandes empresas de logística, energia e telecomunicações já incorporam tecnologias de automação, mas pequenos e médios negócios seguem operando de forma manual. É justamente nesse espaço que a uMov.me pretende ganhar terreno. “Nenhum setor pode ignorar essa transformação, porque é nela que estão a escala de produtividade e a diferenciação no atendimento ao cliente”, destacou Trevisan.
O avanço da IA na gestão de serviços de campo tem reflexos diretos na economia. Processos mais eficientes reduzem custos operacionais, aumentam a previsibilidade de entregas e melhoram a experiência do consumidor. Em setores como varejo e telecomunicações, essa agilidade pode ser determinante para retenção de clientes e fidelização.
Além disso, a automação da gestão favorece a redução de erros humanos, garante maior segurança em atividades de risco (como na mineração) e fortalece a governança de dados. “Trata-se de transformar a execução em uma fonte de inteligência e não apenas em um processo operacional”, explicou o executivo.
O futuro do trabalho em campo
A chegada de soluções como a uMov.me AI também sinaliza mudanças culturais no mundo corporativo. Se antes a gestão era vista como um processo centralizado, agora ela se distribui em cada ponto da operação, permitindo que colaboradores tenham suporte instantâneo para tomar decisões críticas.
Essa descentralização amplia a responsabilidade das equipes, mas ao mesmo tempo oferece ferramentas para que erros sejam minimizados. Para especialistas do setor, trata-se de um movimento irreversível. Empresas que não se adaptarem à era da gestão inteligente correm o risco de perder competitividade em um mercado cada vez mais orientado por dados.
O lançamento da uMov.me AI é mais do que a apresentação de um novo produto: é um reflexo das mudanças que atravessam o setor de serviços de campo no Brasil e no mundo. Com um investimento robusto, clientes de peso e uma proposta baseada em Inteligência Artificial aplicada ao cotidiano, a empresa busca se posicionar na vanguarda da transformação digital.
Nas palavras de Alexandre Trevisan, “a liderança de uma empresa não está apenas nas salas de reunião. Ela se materializa em campo, onde cada colaborador toma decisões em tempo real”.

