Quando o empresário Fabrício Morini, conhecido por publicar em 2023 o livro “Faça Seu Negócio Decolar”, que se tornou best-seller entre as obras literárias da área corporativa, anunciou que traria a lendária empresa italiana Moto Morini ao Brasil, muitos acharam que o fundador da companhia, Alfonso Morini, seria seu pai ou seu avô. “Somos parentes longínquos, mas, quando negociei com o pessoal da sede para trazer a marca ao Brasil, isso foi considerado, já que a coincidência do sobrenome é muito interessante”, afirmou o CEO da Moto Morini no país em entrevista exclusiva ao BRAZIL ECONOMY.
Presente no Brasil desde janeiro de 2025, com um investimento de R$ 250 milhões previstos para os próximos três anos, a marca italiana — fundada em 1937 e com operação em 57 países — já inaugurou lojas no ABC Paulista, em Santa Catarina, no Paraná, em Brasília, no Espírito Santo e em Goiás.
Com a consolidação dessa primeira fase de expansão, os planos para o próximo ano incluem novas unidades no Rio de Janeiro, em Minas Gerais, em Pernambuco, no Rio Grande do Sul e na capital paulista. “A loja de São Paulo que vamos inaugurar em 2026 será a cereja do bolo. Em março anunciaremos o local exato dessa que será nossa Loja Magna”, disse Morini.
Apaixonado por motocicletas, o empresário já acompanhava a possibilidade de trazer a marca ao país. “A escola italiana de motos está abandonada no Brasil, como mostra a situação da Ducati, que vem vendendo cada vez menos no mercado brasileiro, o que abre uma lacuna. Quero que o nome Morini esteja na história da inovação e do empreendedorismo muito além da minha geração”, enfatizou.
Em um mercado de motocicletas dominado, em grande parte, por Honda e Yamaha, o objetivo da Moto Morini é concorrer principalmente com Kawasaki, Suzuki e Triumph Brasil no segmento de motos entre 650 e 1000 cilindradas, considerado premium, como explica o CEO.
“É o tipo de produto visto como ‘luxo acessível’, já que são um pouco mais baratas”. As motocicletas da Morini chegaram ao Brasil custando cerca de R$ 50 mil, e a perspectiva é vender aproximadamente 900 unidades até o fim de 2025. Para 2026, a meta é atingir 2.500 vendas.
“Não queremos ser a maior marca. Queremos ser a mais lembrada entre aqueles que realmente amam o que pilotam. Nesse mercado, os detalhes fazem toda a diferença: o toque do acelerador, o som do motor, o design do farol. Não vendemos apenas motocicletas, entregamos o direito de fazer parte de algo maior.”
Com uma carreira consolidada em Administração, iniciada nos Estados Unidos — onde estudou na Universidade do Missouri —, Morini se especializou em estratégias de tropicalização de produtos e comportamentos. Além de adaptar motocicletas italianas ao mercado brasileiro, ele também comanda a primeira planta de biossolventes da região, prevista para ser lançada no próximo ano, com investimento expressivo.