O jogo da Revo no concorrido mercado brasileiro de transporte por helicópteros

Plataforma de mobilidade aérea de luxo reforça seu posicionamento com patrocínio de grandes eventos esportivos e parcerias com a NFL e a Fórmula 1

Celso Masson
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Imagens: Divulgação

Um dos destaque é a presença, pelo segundo ano consecutivo, na etapa brasileira da NFL, a liga de futebol americano dos Estados Unidos

Um dos destaque é a presença, pelo segundo ano consecutivo, na etapa brasileira da NFL, a liga de futebol americano dos Estados Unidos

São Paulo ostenta um título pouco conhecido fora do universo da aviação executiva: é a cidade com a maior frota de helicópteros do planeta, superando inclusive Nova York. Estima-se que mais de 400 aeronaves estejam registradas na capital paulista e região metropolitana, compondo uma malha aérea que conecta centros financeiros, condomínios de alto padrão, helipontos privados e os principais aeroportos. A cada dois minutos, em média, um helicóptero decola ou pousa, revelando a dimensão de um mercado robusto, mas também marcado por alta concorrência e pela informalidade em alguns serviços.

É nesse cenário que a Revo, plataforma de mobilidade aérea urbana lançada em 2023, vem conquistando espaço com uma proposta diferenciada. Mais do que oferecer voos rápidos para driblar o trânsito, a companhia aposta em um posicionamento de marca associado ao universo do luxo, da performance e das experiências exclusivas. A estratégia inclui patrocínios a eventos esportivos de alto prestígio, presença em competições internacionais e parcerias que reforçam o elo entre aviação, estilo de vida e sofisticação.

A guinada da Revo ganhou força com a chegada da CMO Patrícia Dib, em janeiro de 2024. Com passagens pelo programa de milhagem da Latam e pela rede de hotéis Bourbon, ela trouxe experiência em fidelização e em hospitalidade para um segmento em que confiança, conveniência e excelência no atendimento são determinantes. “Queremos estar presentes não apenas no deslocamento do dia a dia, mas também nos momentos de lazer, de paixão e de performance que fazem parte do universo do nosso cliente”, afirmou ao BRAZIL ECONOMY.

Segundo a executiva, a associação da marca a esportes de elite é um vetor de diferenciação. Em um ambiente onde várias empresas disputam passageiros oferecendo preços similares e rotas semelhantes, agregar valores emocionais e experiências exclusivas é um caminho eficaz para fidelizar um público exigente e de alto poder aquisitivo.

Patrícia Dib, CMO da Revo, trouxe para a empresa a experiência em fidelização e em hospitalidade para um segmento em que confiança, conveniência e excelência no atendimento são determinantes
Patrícia Dib, CMO da Revo, trouxe para a empresa a experiência em fidelização e em hospitalidade 

Entre os exemplos mais emblemáticos está a parceria com a Fórmula 1 em São Paulo. A Revo tornou-se a fornecedora oficial de mobilidade aérea do GP, um dos eventos esportivos mais aguardados do calendário brasileiro. Além de organizar e gerenciar todos os slots de helicóptero durante o fim de semana da corrida, a empresa oferece voos compartilhados e fretamentos integrais, com direito a lounge privativo para passageiros.

Velocidade, precisão e exclusividade (três atributos que definem tanto a Fórmula 1 quanto o DNA da Revo) são explorados na comunicação da marca, reforçando a conexão com os valores de seus clientes.

A incursão no tênis também é estratégica. Em 2025, a Revo será patrocinadora do SP Open, torneio da categoria WTA 250, considerado o maior evento feminino da modalidade em São Paulo desde o início dos anos 2000. O movimento reforça a afinidade da marca com esportes que exigem disciplina, preparo e precisão. “Muitos de nossos clientes são praticantes ou admiradores do tênis. Estar presente nesse universo reforça nossa identidade e amplia nossa visibilidade”, explicou Dib.

Outro destaque é a presença, pelo segundo ano consecutivo, na etapa brasileira da NFL, a liga de futebol americano dos Estados Unidos. O público do esporte, majoritariamente de alta renda, se conecta ao perfil buscado pela Revo. A empresa organiza voos de apenas 12 minutos entre a Av. Faria Lima e a Neo Química Arena, pousando em um heliponto localizado a 150 metros do estádio. “Mais do que voar, entregamos experiência, pontualidade e sofisticação em cada detalhe”, reforçou a CMO.

A estratégia de branding também contempla o hipismo, esporte historicamente associado à elite. Pelo terceiro ano seguido, a Revo patrocina o Rocas Festival, realizado na Coudelaria Rocas do Vouga, em São Paulo. O evento reúne competições de alto nível, público seleto e tradição equestre, ampliando a inserção da marca no território do luxo.

Frota enxuta, operação premium

A frota atual da Revo é composta por três helicópteros Airbus bimotores: dois H155, com capacidade para oito passageiros, e um H135, de cinco lugares. Apesar de compacta, a estrutura permite flexibilidade entre voos sob demanda e rotas fixas, como Faria Lima–Guarulhos, Alphaville–Guarulhos e ligações para empreendimentos de luxo como a Fazenda Boa Vista e a Quinta da Baroneza. Destinos sazonais, como Campos do Jordão no inverno e o litoral paulista no verão, também estão no portfólio.

O modelo de negócio é híbrido: os clientes podem adquirir assentos individuais — a partir de R$ 4.500 por trecho (ou fretar a cabine inteira, por cerca de R$ 20 mil). Em ambos os casos, o padrão de atendimento inclui lounge exclusivo, concierge, traslado terrestre com carros executivos e operação com dois pilotos em todas as aeronaves, reforçando a segurança e a experiência premium.

De janeiro a julho de 2025, o crescimento da Revo alcançou impressionantes 325%, segundo dados da companhia. O resultado decorre da combinação entre maior demanda por mobilidade aérea em São Paulo e da estratégia de se

O próximo passo é ousado: consolidar São Paulo como base global da marca e expandir internacionalmente. O grupo controlador da Revo, o português Omni Helicopters International (OHI), anunciou durante a feira aeronáutica de Paris a compra de 50 aeronaves elétricas da Eve, startup da Embraer. A previsão é iniciar operações com eVTOLs no fim de 2026, posicionando a empresa como pioneira mundial na mobilidade aérea elétrica.

“Esse movimento une inovação e sustentabilidade, dois pontos essenciais para o futuro da mobilidade aérea”, destacou Dib. A iniciativa também responde à crescente pressão por soluções de transporte menos poluentes, alinhando a marca a tendências globais de ESG.

 

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