Mercado inicia semana de olho no fim do mês (e do trimestre)

Agenda econômica carregada nos próximos dias e ambiente político agitado no Brasil movimentam os negócios, trazendo volatilidade ao mercado

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mercadopista | Brazil Economy

O mercado financeiro olha para o cenário ao redor, agora que o Federal Reserve realizou o primeiro corte nos juros dos Estados Unidos em nove meses – e sinalizou novas reduções ainda neste ano. Cientes de que a taxa deve encerrar 2025 abaixo de 4%, os investidores têm pouco mais de uma semana para embelezar suas carteiras e garantir os rendimentos do mês, que também marca o fim do terceiro trimestre. 

Portanto, o calendário tende a ser o principal direcionador dos mercados globais ao longo dos próximos dias, em meio aos ajustes nos preços dos ativos de risco. Pode-se até falar da agenda econômica carregada ou do ambiente político agitado no Brasil – seja por movimentações internas ou pressões externas. 

Fato é que o mercado prefere trabalhar com certezas – e elas estão no gráfico de pontos (dot plot) do Fed. O resto são eventos que tendem a trazer volatilidade. No entanto, qualquer movimentação nos negócios representa oportunidade de alocação de recursos. Ainda mais em meio aos níveis recordes de vários ativos – inclusive no ouro.  

Ao final da semana passada, o Ibovespa fechou em nova máxima histórica, colado à marca dos 146 mil pontos. A valorização da bolsa brasileira no mês é de pouco mais de 3%. No ano, os ganhos superam 20%, em meio ao ingresso de recursos estrangeiros nas ações. Já o dólar e os juros futuros encerram o período tecnicamente estáveis.

Esse comportamento dos ativos locais mostra que o Comitê de Política Monetária (Copom) conseguiu refrear parte do apetite por risco. A manutenção dos prêmios nas taxas dos DIs de curto prazo e a resistência do câmbio na faixa de R$ 5,30 estão mais relacionadas ao tom duro do comunicado da decisão de manter a taxa Selic em 15%.   

O que vem por aí

Daí porque o Copom continua no foco do mercado doméstico nesta semana. A ata da reunião da semana passada sai amanhã (23). Os investidores vão buscar no documento explicações para a autoridade monetária não ter descartado retomar o ciclo de altas, se necessário. O principal motivo são as expectativas inflacionárias, que caem em ritmo lento. 

Mas também merece atenção a inflação corrente. A prévia do índice oficial de preços ao consumidor brasileiro neste mês sai na quinta-feira (25) e o IPCA-15 continua rodando acima da margem de tolerância da meta perseguida pelo Banco Central. Na quinta-feira (22), o BC volta à cena para a divulgação do Relatório Trimestral de Inflação (RTI). 

Nos EUA, também será conhecido o índice de preços preferido do Fed. O PCE de agosto sai na sexta-feira (26), juntamente com os dados sobre a renda pessoal e os gastos com consumo. Um dia antes, tem a terceira e última estimativa do desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) norte-americano no trimestre passado.

Passeio pelos mercados

As bolsas de Nova York devem ter um dia no vermelho, recuando das máximas históricas, conforme apontam os índices futuros nesta manhã. Pouco antes das 7h (de Brasília), os índices Dow Jones, S&P e Nasdaq caíam 0,3%, cada. 

Na Europa, também prevalece o sinal negativo – exceto em Londres – após uma sessão sem direção única na Ásia. Tóquio subiu 1%, enquanto Hong Kong cedeu 0,8% e Xangai avançou 0,2%. 

Entre as moedas, o dólar perde terreno em relação às moedas rivais. Nas commodities, o petróleo sobe e o minério de ferro fechou em alta em Dalian (China). Já o ouro crava novos recordes. Nas criptomoedas, o Bitcoin cai firme, indo abaixo dos US$ 113 mil.

Agenda do dia

Indicadores

  • 8h25 – Brasil: Boletim Focus (semanal)
  • 9h30 – EUA: índice de atividade nacional Fed Chicago (agosto)
  • 11h – Zona do Euro: confiança do consumidor (prévia-setembro)

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