Mercado inicia semana esperando a Super Quarta de decisão com Fed e Copom

Dia será de decisão do Fed sobre juros nos EUA e anúncio será acompanhado de previsão de novos cortes na taxa; Copom reúne-se horas depois na Super Quarta

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investidoresperaPayroll | Brazil Economy

O mercado financeiro vai passar a primeira parte da semana esperando a (super) quarta-feira chegar. É quando o Federal Reserve reúne-se e deve anunciar um corte nos juros dos Estados Unidos. Junto com a decisão, o Fed irá atualizar as projeções no gráfico de pontos (dot plot) e os investidores já dão como certo outros dois cortes na taxa neste ano.

A decisão, se confirmada, deve provocar um rali dos ativos de risco, mesmo com os mercados globais andando em território recorde. Apesar de ter encerrado a semana passada praticamente estável, o Ibovespa acumula ganhos de 0,6% em setembro. No ano, a valorização da bolsa brasileira é de quase 20%. 

Já o dólar, enfim, fechou abaixo de R$ 5,40, no menor valor em um ano. No mês, a moeda perde 1,3% e, desde janeiro, está quase 15% mais barata em relação ao real. Sob efeito do Fed, esse movimento dos negócios locais tende a continuar, ampliando a valorização do câmbio doméstico e impulsionando ainda mais as ações de empresas nacionais. 

Em algum momento, haverá um impacto na curva local de juros futuros. Por ora, a expectativa para o Copom deste mês é de manutenção da taxa Selic. A decisão sai poucas horas após os eventos do Fed e o foco estará no trecho do comunicado que indica possibilidade de retomada do ciclo de alta. Se retirado, o próximo passo é sinalizar queda.     

Muito além da Super Quarta

Mas não é apenas de Super Quarta que vive os mercados. A semana também reserva dados econômicos de atividade. A China novamente abriu a rodada de divulgações, com números fracos sobre a indústria e o varejo. O comércio varejista chinês cresceu 3,4% em agosto, em base anual, abaixo do esperado. 

Na mesma linha, a produção industrial chinesa cresceu 5,2%, desacelerando-se em relação à alta em julho (+5,7) e contrariando a previsão de avanço de +5,8%. Foi a leitura mais fraca deste ano da indústria chinesa. O desempenho dá uma sensação de deja vu, com a atividade na China repetindo a perda de tração no mesmo período do ano passado. 

Se o gigante emergente dá sinais de pé no freio, o que esperar, então, dos mesmos indicadores das principais economias do mundo em tempos de guerra comercial ampliada? A zona do euro e os EUA anunciam amanhã (16) o desempenho da indústria, além do varejo norte-americano. O comércio britânico sai na sexta-feira (19). No Brasil, hoje tem o índice do Banco Central de atividade (vide agenda abaixo).

Combinados, esses indicadores apontam que não é apenas o rumo da taxa de juros que deveria importar aos mercados. Ainda mais com os preços dos ativos já bastante esticados. Mas os investidores seguem movidos por estímulos monetários, relegando o movimento da economia real e do cenário geopolítico global. 

Passeio pelos mercados

Os futuros das bolsas de Nova York iniciam a semana com um ligeiro viés positivo, em meio à expectativa em torno do Fed. No entanto, o futuro do Nasdaq recua, após a China acusar a Nvidia de violar regras de concorrência.

Na Europa, as praças estão no azul – exceto Londres (-0,1%), enquanto na Ásia o feriado no Japão esvaziou a sessão. Xangai caiu 0,3%, mas Hong Kong subiu 0,2%.

Entre as commodities industriais, o petróleo volta a subir, diante das preocupações com a oferta do óleo russo. Já o minério de ferro fechou em queda de 0,3% em Dalian (China), cotado a US$ 111,72 a tonelada métrica. O ouro também recua, após sucessivos recordes. 

Já nas criptomoedas, o Bitcoin está lateral. 

Agenda do dia

Indicadores

  • 8h25 – Brasil: Relatório Focus (semanal)
  • 9h – Brasil: IBC-Br (julho)
  • 9h30 – EUA: Índice Empire State de manufatura (setembro)

 

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