Mercado em modo ajuste de contas após Super Quarta com Fed e Copom

Dia seguinte à Super Quarta é de ajustes no mercado, reagindo à manutenção da taxa Selic em meio aos cortes esperados nos juros dos EUA

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O mercado financeiro dedica o dia seguinte à Super Quarta aos ajustes pós-decisões de juros nos Estados Unidos e no Brasil. Isso significa que, se ontem o Ibovespa subiu, renovando recorde de pontuação ao fechar acima dos 145 mil pontos, hoje a bolsa brasileira pode ceder à realização de lucros. 

Ainda mais após o comunicado duro (“hawkish”) do Comitê de Política Monetária. O Copom não apenas resiste em mover a taxa Selic do maior nível em dez anos, como também disse que não hesitará em retomar o ciclo de alta, se necessário. Ao esfriar as apostas de queda do juro básico em 2025, espera-se uma recomposição de prêmios nos juros futuros.  

Esse movimento na renda fixa doméstica tende a afetar o desempenho da renda variável. De quebra, também deve fortalecer o dólar, um dia após a moeda norte-americana oscilar abaixo de R$ 5,30. É o que se espera para a sessão local hoje. A questão é que os negócios aqui não estão isolados e o que move os mercados é o Federal Reserve.

Ajustes pós-Super Quarta

Também em dia de ajuste, os índices futuros das bolsas de Nova York exibem ganhos firmes, mostrando uma reação positiva atrasada ao corte do Fed. Além de reduzir os juros dos EUA para o intervalo entre 4% e 4,25%, a sinalização de mais dois cortes – em outubro e em dezembro – projeta a taxa para a faixa de 3,50%-3,75% ao final de 2025.

Ainda caberá mais um corte, em 2026, com a taxa terminal de 3% a 3,50% contemplando a média da projeção do Comitê do Fed apresentada no gráfico de pontos (dot plot). Ontem, essa previsão não empolgou Wall Street, à medida que os EUA entram em um ambiente de estagflação. Hoje, porém, o humor é outro. A dúvida é: o que mudou?

Os investidores continuam reavaliando suas exposições ao risco, ao mesmo tempo em que buscam proteção contra oscilações bruscas em ativos seguros. Porém, diante de um cenário geopolítico também agitado, o problema é onde encontrar refúgio. Daí porque cabe um ajuste após movimentos exagerados. Ao menos nesse dia seguinte à Super Quarta.   

Passeio pelos mercados

Conforme dito acima, os índices futuros das bolsas de Nova York têm alta acelerada nesta manhã, no dia seguinte à redução dos juros pelo Fed e à sinalização de novos cortes. Por volta das 6h (de Brasília), o Dow Jones subia 0,7%, S&P 500 avançava 0,9% e Nasdaq tinha +1,05%. 

A Europa também exibia ganhos acelerados, de mais de 1% em Paris e Frankfurt, enquanto na Ásia não houve uma direção única: Tóquio subiu 1,15%, enquanto Xangai (-1,15%) e Hong Kong (-1,35%) caíram. 

Entre as moedas, o dólar mede forças em relação às rivais, impulsionando o índice DXY. Nas commodities, o petróleo sobe, mas o minério de ferro fechou em baixa em Dalian (China), a US$ 112,62 a tonelada métrica. Já o ouro realiza lucros e recua. 

Nas criptomoedas, o Bitcoin sobe firme, indo além da marca de US$ 117,2 mil.

Agenda do dia

Indicadores

  • 8h – Reino Unido: BoE anuncia decisão de juros
  • 9h30 – EUA: Pedidos de auxílio-desemprego (semanal)
  • 9h30 – EUA: Índice de atividade industrial do Fed de Filadélfia (setembro)
  • 11h – EUA: Índice de indicadores antecedentes (agosto)
  • 17h – EUA: Fluxo de capital para os EUA (julho)

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