Investidor russo compra imóvel na Barra da Tijuca com cripto em negócio inédito no País

A transação de R$ 740 mil foi realizada via TokenHaus, do HausBank, e sinaliza avanço da tokenização e do uso de blockchain no mercado imobiliário nacional

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Imagens: Divulgação

O pagamento de R$ 740 mil foi feito integralmente em USDT (Tether)

O pagamento de R$ 740 mil foi feito integralmente em USDT (Tether)

Um estúdio do Niemeyer 360, empreendimento localizado na Barra da Tijuca e anteriormente conhecido como Torre H, foi vendido a um comprador russo em uma operação considerada pioneira no mercado imobiliário brasileiro. O pagamento de R$ 740 mil foi feito integralmente em USDT (Tether), stablecoin atrelada ao dólar americano, e a transação foi concluída por meio da plataforma TokenHaus, vinculada ao HausBank.

A negociação permitiu que o comprador, residente na Rússia, utilizasse criptoativos para a aquisição do imóvel, enquanto a vendedora recebeu o valor líquido em reais, sem a necessidade de conversões cambiais tradicionais ou burocracias bancárias. O processo contou com liquidação on chain, isto é, registrada em blockchain, e distribuição off chain, em reais, para todos os envolvidos, incluindo imobiliária e profissionais prestadores de serviço.

Ernesto Otero, CEO e fundador da HausBank, destaca que a proposta do banco é suprir carências específicas de profissionais e empresas que atuam no mercado imobiliário
Ernesto Otero, CEO da HausBank, destaca que a proposta do banco é suprir carências específicas de profissionais

De acordo com o HausBank, a operação foi possível graças ao protocolo autoexecutável da TokenHaus, que automatizou o pagamento e a distribuição dos valores. O modelo elimina etapas manuais, reduz custos operacionais e garante rastreabilidade total das transações, uma das principais vantagens do uso da tecnologia blockchain.

Em vez de lidar com barreiras cambiais, spreads bancários ou trâmites internacionais demorados, o comprador realizou o pagamento diretamente em USDT. O sistema converteu e direcionou automaticamente os recursos à vendedora em reais, com segurança e transparência.

Especialistas do setor apontam que esse tipo de mecanismo pode revolucionar o mercado, abrindo espaço para operações internacionais mais rápidas e baratas, além de atrair investidores estrangeiros que já operam com criptoativos.

Lançado oficialmente em 2025, o HausBank se apresenta como o primeiro banco digital exclusivo para o setor imobiliário brasileiro. A instituição nasceu com aporte inicial de R$ 45 milhões, provenientes de uma rodada semente liderada por investidores-anjo com experiência nos setores de tecnologia e real estate.

O CEO e fundador, Ernesto Otero, destaca que a proposta do banco é suprir carências específicas de profissionais e empresas que atuam no mercado imobiliário.  “Nossa estratégia é resolver as dores financeiras desses profissionais, que dependem dos bancos tradicionais e enfrentam limitações. O HausBank não se posiciona apenas como uma conta digital, mas como uma plataforma de soluções integradas”, afirmou Otero.

Com um plano ambicioso de crescimento, o banco estima movimentar R$ 1,5 bilhão em transações no primeiro ano de operação.

Entre as funcionalidades disponíveis desde o início estão a gestão de comissões (sistema que automatiza e agiliza pagamentos e recebimentos de corretores), boletos inteligentes (emissão e conciliação automática de cobranças, úteis para aluguéis e taxas condominiais) e soluções de pagamento (ferramentas de Pix e transferências integradas ao dia a dia do setor).

Segundo Otero, o foco inicial é atrair 15 mil contas digitais ativas nos próximos 12 meses, concentrando-se em corretores, incorporadoras, imobiliárias e empresas ligadas ao setor.

Tokenização como tendência

Além dos serviços já disponíveis, o HausBank prepara novidades para ampliar o acesso a investimentos no setor imobiliário. Entre os planos está o lançamento de uma plataforma de ativos tokenizados, permitindo que clientes invistam em frações de imóveis de forma digital.

Esse modelo, já adotado em outros Países, pode democratizar o acesso ao mercado, possibilitando que investidores de diferentes perfis adquiram participações em imóveis de alto valor sem necessidade de comprar a propriedade inteira.

Segundo analistas, o potencial é significativo, especialmente em um País como o Brasil, que ainda apresenta alto déficit habitacional e um mercado imobiliário em constante transformação.

O uso de criptomoedas em transações imobiliárias ainda é incipiente no Brasil, mas vem ganhando força em Países como Estados Unidos, Portugal e Emirados Árabes Unidos, onde empreendimentos de luxo já são comercializados em Bitcoin, Ethereum e stablecoins.

A operação realizada na Barra da Tijuca coloca o País no radar dessa tendência global e pode incentivar incorporadoras e bancos a buscarem modelos semelhantes. A utilização de stablecoins, em especial, tende a reduzir riscos de volatilidade, já que são lastreadas em moedas fiduciárias, como o dólar.

Para especialistas, essa mudança pode atrair um novo perfil de comprador: investidores internacionais, nômades digitais e jovens de alta renda acostumados a operar com criptoativos.

Com a digitalização dos meios de pagamento e a entrada de fintechs imobiliárias, o setor no Brasil vive um momento de transformação acelerada. O crescimento do Pix, o avanço de carteiras digitais e agora o uso de criptomoedas ampliam as possibilidades de negócios e reforçam a necessidade de inovação.

Nesse cenário, o HausBank aposta em unir tecnologia financeira, tokenização e foco setorial para se consolidar como parceiro estratégico do mercado imobiliário. Se bem-sucedida, a iniciativa pode estimular outras instituições a desenvolverem soluções semelhantes, impulsionando ainda mais a digitalização do setor.

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