Inflação global e política no Brasil testam apetite por risco dos investidores

Índices de preços na China abrem rodada de divulgação de dados de inflação, que traz IPCA hoje e CPI dos EUA, amanhã, enquanto a política divide a atenção dos mercados

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apetite 1 | Brazil Economy

A China abre a rodada de divulgação de dados de inflação desta semana, com os preços ao consumidor registrando a maior queda em seis meses. No atacado, o produtor chinês vê deflação há 35 meses consecutivos. Logo mais, no Brasil, sai o IPCA, que também deve vir negativo na leitura mensal, calibrando as apostas sobre o rumo da taxa Selic ainda em 2025. 

Mas é o CPI nos Estados Unidos, amanhã (11), que deve projetar o ritmo de cortes nos juros pelo Federal Reserve a partir deste mês. Enquanto isso, o mercado financeiro monitora os conflitos políticos e econômicos ao redor do mundo, tentando mensurar o apetite por risco dos investidores.

Por aqui, o voto do ministro Alexandre de Moraes do Supremo Tribunal Federal (STF) pela condenação de todos os réus no processo penal que apura tentativa de golpe de Estado mantém o mercado em alerta. Há receio de que uma eventual condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro provoque novas sanções por parte dos EUA sob Trump.

Economia + Política

Contudo, se as oportunidades de negócios forem limitadas pelo ambiente político no Brasil – como afirmou ontem o diretor de Assuntos para o Hemisfério Ocidental no Conselho de Segurança Nacional dos EUA, Michael Jensen – vão faltar opções de investimentos. E não apenas em solo brasileiro. 

Afinal, o que não faltam são focos de tensão. Os ataques de Israel no Catar, as investidas da Casa Branca contra a Rússia e a favor da Índia, além dos protestos da “Geração Z” no Nepal e da dança das cadeiras na França e no Japão estendem a lista de acontecimentos que reforçam a ausência de “dias tranquilos” em 2025 no cenário global. 

Daí porque o mercado, pragmático, não deve dar ouvidos a algumas mensagens políticas ditas em alto e bom som. Muitas delas são distorcidas pelo volume. No fim, o excesso de ruído acaba minguando a liquidez dos negócios, como se tem visto no Ibovespa neste início de setembro.  

Passeio pelos mercados

As bolsas de Nova York devem ter um dia sem direção única, conforme apontam os índices futuros nesta manhã. Na Europa, prevalece o sinal positivo, seguindo a sessão de ganhos na Ásia.

Entre as commodities, o petróleo segue em alta. Nos metais, o minério de ferro negociado na bolsa de Dalian (China) fechou novamente no positivo, já cotado acima de US$ 113 a tonelada métrica, enquanto o ouro está estável, perto das máximas históricas.  

Entre as criptomoedas, o Bitcoin também se sustenta em alta. 

Agenda do dia

Indicadores

  • 9h – Brasil: IPCA (agosto) 
  • 9h30 – EUA: Índice de preços ao produtor (agosto)
  • 11h – EUA: estoques no atacado (julho)
  • 11h30 – EUA: estoques de petróleo (semanal)
  • 14h30 – Brasil: fluxo cambial (semanal)

Eventos

  • 9h – Brasil: julgamento de Bolsonaro e outros réus pela 1ª Turma do STF

 

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