Forças externas deixam mercado refém, mas Fed segue no comando

Indicado por Trump para o Fed fala de “forças não monetárias” para ver juros dos EUA abaixo de 3%, mas desconsidera lista de focos de tensão no mundo

Compartilhe:
Firefly fazer imagem em estilo retro de duas latas unidas por um fio com pano de fundo do mercado fi | Brazil Economy

O mercado financeiro pode ficar refém de forças não relacionadas aos mercados nesta terça-feira (23), em meio à escalada das tensões geopolíticas entre Brasil e Estados Unidos. Mas o Federal Reserve continua sendo quem move os ativos de risco. Com isso, o discurso de Jerome Powell, presidente do Fed, tende a se sobrepor ao do presidente Lula hoje.

Porém, chamou a atenção ontem o discurso de Stephen Miran, recém-empossado diretor do Fed com o dedo de Donald Trump. Especula-se que seja de Miran o ponto fora da curva no gráfico de pontos (dot plot) divulgado na semana passada, que indicava corte adicional de um ponto percentual (pp) nos juros dos Estados Unidos ainda em 2025.   

Ao falar sobre “forças não monetárias” na condução dos juros dos EUA, Miran insinuou que o Fed precisa enxergar as coisas como o presidente Trump vê. Segundo ele, deve-se levar em conta as mudanças recentes nas políticas fiscal e de fronteira. Em outras palavras, são as medidas de imigração e tarifas que justificariam uma taxa de juros neutra abaixo de 3%. 

Geopolítica no radar

De fato, como já dito aqui, a questão para os mercados é, cada vez mais, de Economia Política mundial. No aniversário de 80 anos das Nações Unidas (ONU), o que não faltam são focos de tensão no mundo. “A única coisa que anda mais devagar do que o trânsito no centro da cidade é a diplomacia”, escreveu a Eurasia nesta segunda-feira em seu boletim. 

Então, sim, são muitas “forças não monetárias” que estão espalhadas por aí – e não se limitam aos EUA nem convergem com a agenda de “fazer a América grande de novo”. A guerra comercial e na Ucrânia são dois de muitos dilemas. Os investidores precisam lidar com um mosaico de riscos simultâneos que transcendem a questão dos juros e apontam para uma fragmentação no sistema financeiro internacional e na ordem econômica global. 

Por isso, talvez, o melhor para o mercado seja mesmo manter o foco concentrado apenas no Fed. Ao menos, é o caminho mais pragmático para manter o apetite por risco. 

Passeio pelos mercados

Os índices futuros das bolsas de Nova York amanheceram sem uma direção definida, oscilando na linha d’água. 

Já na Europa, prevalece o sinal positivo, após uma sessão mista na Ásia, onde as praças chinesas caíram.  

Entre as moedas, o dólar exibe um comportamento lateral em relação às moedas rivais.

Nas commodities, o petróleo cai e o minério de ferro fechou em queda em Dalian (China). O ouro atingiu nova máxima histórica. 

Nas criptomoedas, o Bitcoin sobe.

Agenda do dia

Indicadores

  • 8h – Brasil: Ata do Copom (reunião de setembro)
  • 10h30 – Brasil: Arrecadação de impostos federais (agosto)
  • 10h45 – EUA: Índice S&P de atividade indústria e serviços (prévia-setembro)

Eventos

  • 10h – Brasil: Presidente Lula discursa na Assembleia-Geral da ONU
  • 13h35 – EUA: Jerome Powell, presidente do Fed, fala sobre perspectivas econômicas em evento da Câmara de Comércio de Providence

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

ASSINE NOSSA NEWSLETTER E
FIQUE POR DENTRO DAS PRINCIPAIS NOTÍCIAS DO MERCADO

    Quer receber notícias pelo Whatsapp ou Telegram? Clique nos ícones e participe de nossas comunidades.