A euforia do mercado financeiro com o início do ciclo de cortes nos juros dos Estados Unidos amanhã (17) fez o Ibovespa alcançar nova pontuação histórica ontem. Já o dólar flerta com a marca de R$ 5,30, depois de fechar no menor valor em 15 meses. Esse comportamento dos ativos locais tem tudo para continuar nesta terça-feira (16), mas sempre surge algum ruído nos mercados capaz de atrapalhar o movimento tão previsível.
No compasso de espera pelos eventos envolvendo o Federal Reserve, os investidores contam as horas até a Super Quarta. O dia será “super” porque também contará com o anúncio da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre a taxa Selic. Aliás, as taxas negociadas no Tesouro Direto despencaram na sessão da véspera, em meio à chance crescente de corte nos juros básicos brasileiros talvez ainda neste ano.
Fed no centro, riscos no entorno
Portanto, é o Fed que move os mercados globais. Por mais que a economia real emita sinais de fraqueza – como apontaram ontem os indicadores econômicos da China, e como devem sinalizar hoje os dados sobre a indústria e o varejo dos EUA (vide agenda do dia) – os investidores são movidos por estímulos monetários. Ou seja, nada mais importa no cardápio. O apetite por risco se sustenta com o recuo da taxa dos EUA para abaixo de 4%.
Daí que qualquer nova ameaça do governo Trump em resposta à condenação de Jair Bolsonaro pode até assustar, mas dificilmente irá prevalecer no desempenho dos mercados domésticos. Ainda que a economia brasileira não esteja tão aquecida, como apontou o índice de atividade do Banco Central (IBC-Br) ontem, o mercado de trabalho mostra resiliência – também na agenda sai a taxa de desemprego no país.
Contudo, não se pode descartar os riscos no cenário. A questão é que eles não estão circunscritos somente ao ambiente nacional. É preciso levar em conta toda a conjuntura global. No topo da lista dos focos de tensão está o perigo de uma recessão nos EUA, com a guerra comercial contra o mundo cobrando seu preço à própria economia norte-americana. E isso sem contar a cena geopolítica, que segue no horizonte.
Passeio pelos mercados
Os futuros das bolsas de Nova York amanheceram sem uma direção única. Enquanto os índices S&P 500 e Nasdaq avançam, o Dow Jones alterna leves altas e baixas.
Na Europa, há um predomínio do sinal negativo, na contramão do sinal positivo vindo da Ásia. Entre as moedas, o dólar perde terreno para as rivais e o índice DXY recua.
Nas commodities, o petróleo cai, enquanto o ouro avança. Já nas criptomoedas, o Bitcoin também ensaia ganhos.
Agenda do dia
Indicadores
- 9h – Brasil: Taxa de desemprego (julho)
- 9h30 – EUA: Vendas no varejo (agosto)
- 9h30 – EUA: Preços de importação e exportação (agosto)
- 10h15 – EUA: Produção industrial (agosto)
- 11h – EUA: Estoques das empresas (julho)
- 11h – EUA: Índice NAHB do setor imobiliário (setembro)
Eventos
- 10h – Brasil: Primeiro dia da reunião do Copom

