Com diversificação e R$ 1 bi sob gestão, mineira Impacto Investimentos planeja expansão

Companhia financeira projeta crescimento em um momento de retomada do mercado de capitais brasileiro em decorrência da redução nos juros que deve acontecer em breve, na avaliação do fundador

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Imagens: Divulgação

Pedro Diniz, sócio-fundador da Impacto Investimentos: mercado vê de forma construtiva as eleições do ano que vem

Pedro Diniz, sócio-fundador da Impacto Investimentos: mercado vê de forma construtiva as eleições do ano que vem

Pedro Diniz é economista formado pela Universidade Federal de Minas Gerais e, desde cedo, decidiu que focaria no mercado de ações, algo que, na virada do último século, foi potencializado pela explosão no uso da internet. Nessa época, conheceu a economista Izabella Assi, que tinha o mesmo interesse em se especializar na área. De uma troca de ideias surgiu uma pequena sociedade para ajudar amigos por meio de um clube de investimentos. Finalmente, em 1999, decidiram fundar juntos a Impacto Investimentos, com sede em Belo Horizonte, que já conta com cerca de R$ 1 bilhão de patrimônio sob gestão, englobando mais de 1.000 investidores.

“Ao contrário da grande maioria das gestoras, que são filhas de outras gestoras, já começamos empreendendo desde a época da faculdade. Era um período em que tínhamos que bater o escanteio e cabecear para atender aos clientes”, afirmou Diniz, ao comemorar o sucesso da empresa que hoje se posiciona como uma das maiores gestoras de investimento de Minas Gerais, mas que atende clientes em todo o Brasil.

O mercado de ações ainda é o que mais desperta seu interesse, mas a situação macroeconômica do Brasil nos últimos dez anos exigiu que a Impacto diversificasse seus produtos.

“Até 2015 nosso trabalho era focado quase que 100% na gestão de ações. Naquele ano, tivemos que tomar uma decisão mercadológica por causa da elevação da taxa de juros no Brasil, que fez com que os investimentos em ações se tornassem menos interessantes. Nossos clientes passaram a demandar maior diversificação de produtos, e foi aí que montamos uma equipe para atendê-los por meio de renda fixa”, lembrou Pedro.

Dez anos após essa aposta, Diniz enxerga que o futuro da companhia é promissor. “Estamos bem posicionados para crescer em um momento de retomada do mercado de capitais brasileiro, entre outros motivos por causa dessa redução nos juros que deve acontecer em breve. Temos hoje uma estrutura sólida, junto da sociedade bastante resiliente que criamos e de uma equipe bem qualificada. Entendemos que este é um momento muito bom para expandir nossos negócios.”

Em 2021, a Impacto Investimentos surfou em uma novidade do mercado: a XP e o BTG facilitaram o acesso aos produtos próprios e procuraram as gestoras para oferecer o mesmo “supermercado” de opções que os corretores tinham. Isso ampliou o portfólio de produtos das gestoras.

“Antigamente, o corretor ganhava uma comissão pelo produto, e isso poderia gerar uma espécie de conflito de interesses. Neste formato de ‘fee-based’, em que a gestora recebe do cliente e não do produto, não existe esse risco, e isso vem ganhando força no mercado de investimentos como um todo.”

Em seguida, a companhia deu um novo passo: criou a Impacto Hub, que funciona como empresa separada e presta serviço de consultoria para empresas interessadas em M&A, IPO, precificação de ativos, captação de investimentos e outros modelos de negócios. Este braço da Impacto Investimentos já movimentou R$ 3 bilhões e ajudou a concluir mais de 110 transações no mercado.

Se em 2015 os investidores se mostraram receosos em comprar ações no Brasil por causa da taxa de juros, o que explica o bom momento atual da Ibovespa, que vem batendo recordes mesmo em um cenário em que a Selic está alta? Diniz entende que, em 2022, muitas companhias se retiraram da Bolsa e as que permaneceram se prepararam para enfrentar o novo ciclo de alta de juros, que era previsível.

“Sabia-se que o País enfrentaria um efeito rebote da elevação de gastos feitos pelo governo durante a pandemia, e isso gerou maior inflação. Consequentemente, as empresas entenderam que a Selic subiria para acomodar a alta de preços e souberam como lidar com isso, o que mostra o bom momento para se investir em ações.”

O sócio-fundador da Impacto Investimentos também acredita em uma queda da Selic nos próximos meses diante da melhora da inflação, da economia aquecida e dos sinais dados pelo FED de que os juros devem cair nos EUA muito em breve.

Sobre o cenário político que vem se desenhando, Diniz não teme mudanças bruscas que impactem o ânimo dos investidores no ano que vem: “Os investidores veem o cenário eleitoral de forma construtiva. Eles entendem que deve vir um governo pró-mercado, independentemente do partido político, que foque no controle das contas públicas e garanta um equilíbrio fiscal para os próximos anos.”

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