O vinho, por muito tempo visto como um produto de nicho no Brasil, vive hoje um momento de transformação. A bebida caiu no gosto dos consumidores, ganhou espaço nas mesas e passou a integrar hábitos de diferentes faixas etárias e perfis de renda. A mudança de comportamento não é isolada: números da Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV) mostram que entre 2022 e 2023 o consumo de vinhos no Brasil cresceu 11,6%, o segundo maior avanço registrado no mundo no período. Esse movimento abre caminho para que a indústria nacional conquiste protagonismo – e é exatamente esse espaço que o Pão de Açúcar tem buscado valorizar em suas lojas.
Tradicional referência em curadoria de vinhos no varejo supermercadista, a rede premium do Grupo Pão de Açúcar (GPA) vem ampliando de forma consistente a presença de rótulos nacionais, tanto tintos quanto espumantes. Atualmente, os vinhos brasileiros representam 18% do portfólio da rede, com mais de 140 opções disponíveis, e antes respondiam por quase 10% da categoria. Em um segmento ainda marcado pelo prestígio dos importados, esse é um sinal claro de mudança de percepção do consumidor.
O boom dos espumantes nacionais
Se há uma categoria em que o Brasil já conquistou reconhecimento internacional, ela é a dos espumantes. Com terroirs como o Vale dos Vinhedos e a Serra Gaúcha, o País vem acumulando prêmios em concursos de prestígio e foi recentemente incluído pela primeira vez no ranking Best Vineyards Awards, que lista as 100 melhores vinícolas do mundo. No Pão de Açúcar, não por acaso, os espumantes dominam: são responsáveis por 66% das vendas de rótulos brasileiros na rede.
“Os espumantes nacionais são um grande cartão de visitas da nossa indústria. Temos marcas que emplacaram premiações internacionais e chamaram a atenção de especialistas em todo o mundo. Incentivar esse mercado é não apenas valorizar a produção local, mas também conectar os consumidores brasileiros a um produto que já é reconhecido globalmente”, afirma Henrique Pedroni Palhares, gerente da categoria de vinhos do Pão de Açúcar.
Segundo ele, a estratégia da rede está alinhada a uma visão de longo prazo: criar uma relação de confiança com os consumidores, ao mesmo tempo em que fortalece a indústria nacional. “O vinho brasileiro já tem qualidade para estar ao lado dos importados nas prateleiras mais exigentes. A nossa missão é dar visibilidade e criar curiosidade, estimulando novas experiências, inclusive no turismo”, complementa.
Parcerias que geram valor
O movimento do Pão de Açúcar não se limita a aumentar espaço em gôndolas. Ele envolve parcerias com vinícolas que se tornaram símbolos da evolução do vinho nacional, como Pizzato, Casa Valduga, Salton, Miolo, Casa Perini, Góes, Cooperativa Aurora e Don Guerino. A curadoria traz diversidade de estilos e preços, mas mantém um ponto em comum: a qualidade.
Além da presença física nas lojas, a rede aposta em ações de relacionamento por meio do programa de fidelidade Pão de Açúcar Mais, especialmente no nível Mais Black, que reúne os clientes mais engajados. A ideia é ir além da compra e oferecer experiências únicas, reforçando a conexão emocional com a marca.
Um exemplo foi a viagem organizada recentemente ao Vale dos Vinhedos, em parceria com vinícolas como Pizzato, Casa Valduga e Salton. Clientes selecionados puderam vivenciar de perto o processo de produção, conhecer vinhedos e participar de degustações exclusivas. “Essas experiências têm nos diferenciado no mercado e mostram o quanto podemos contribuir também para fortalecer o enoturismo brasileiro”, destaca Palhares.
Por muito tempo, o vinho nacional carregou o estigma de ser um produto de menor qualidade em relação aos importados. Essa visão, no entanto, vem mudando de forma acelerada. A combinação de investimentos em tecnologia, modernização das vinícolas e profissionalização da cadeia produtiva transformou o setor. Hoje, rótulos brasileiros ganham espaço em cartas de restaurantes renomados e conquistam paladares exigentes.
No varejo, a valorização da produção local atende também a uma demanda crescente do consumidor brasileiro por identidade e pertencimento. Em um cenário global de busca por autenticidade, produtos que carregam uma narrativa ligada ao território, ao clima e às tradições culturais ganham relevância. Nesse sentido, o vinho brasileiro tem se beneficiado de uma “onda de soberania” que se reflete também em outras áreas, como gastronomia e turismo.
Um mercado em expansão
Os dados da OIV reforçam o potencial: o Brasil está entre os países que mais ampliaram o consumo de vinhos no último ano, à frente de mercados tradicionais. Esse dinamismo se deve a fatores como a popularização da bebida entre consumidores mais jovens, a ampliação do acesso por meio de promoções em supermercados e e-commerces, e o crescimento de clubes de assinatura especializados.
Para a indústria nacional, isso significa uma oportunidade única de consolidar presença e disputar espaço com os importados. O apoio de grandes redes varejistas, como o Pão de Açúcar, é um elemento decisivo nesse processo. Ao ampliar o sortimento e investir em experiências, a rede cria um ciclo virtuoso: aumenta a visibilidade dos rótulos, estimula a curiosidade do consumidor e, consequentemente, fortalece a demanda.
O Pão de Açúcar tem apostado em uma estratégia que une curadoria, inovação e relacionamento. De um lado, há a seleção criteriosa de vinhos nacionais, que hoje já somam mais de 140 rótulos. De outro, iniciativas de fidelização que oferecem ao cliente muito mais do que a compra em loja: experiências exclusivas, viagens, degustações e contato direto com produtores.
“Queremos que o cliente veja o Pão de Açúcar não apenas como o lugar onde ele encontra o vinho, mas como um parceiro de experiências. Quando levamos um consumidor ao Vale dos Vinhedos e ele conhece de perto uma vinícola que está na nossa gôndola, ele cria uma relação diferente com aquele rótulo. Esse vínculo é transformador”, resume Palhares.
Com esse movimento, o Pão de Açúcar reforça sua posição de liderança no varejo de vinhos no Brasil e contribui para consolidar a imagem do produto nacional. Mais do que ocupar espaço nas prateleiras, o vinho brasileiro ganha, assim, um lugar de destaque na mesa e na cultura de consumo do País.