Em meio a um cenário de taxas de juros elevadas, restrições ao crédito e retração em alguns segmentos, o mercado imobiliário de São Paulo mostra sinais de resiliência. O lançamento e entrega do Casa Genebra, no bairro Bela Vista, se insere nesse contexto: não apenas como mais um empreendimento, mas como um case emblemático de integração entre finanças estruturadas e execução imobiliária de alto padrão.
A parceria entre UMÃ Incorporadora e TG Core Asset viabilizou um projeto que manteve prazos e mostrou fluidez na governança, atributos que tornam o Casa Genebra uma referência. Agora, com o acréscimo de dados de mercado, é possível situar esse empreendimento num panorama mais amplo e perceber o quanto a lógica de capital inteligente está ganhando terreno no setor.
Para a UMÃ Incorporadora, a entrega comprova a solidez de seu modelo de negócios. O CEO Jorge Cury destaca que a integração com o mercado financeiro foi fundamental para viabilizar o projeto. “O Casa Genebra mostra como o nosso modelo funciona na prática. Da concepção arquitetônica à execução das obras, passando pela disciplina financeira e pelo relacionamento próximo com os clientes, cuidamos de todas as frentes com rigor. Não entregamos apenas imóveis, mas ativos de alto padrão com potencial de valorização. Essa é a diferença de integrar o mercado imobiliário ao financeiro”.
O Valor Geral de Vendas (VGV) é um indicador amplamente utilizado pelo mercado imobiliário para estimar a receita total potencial de empreendimentos, seja pela soma do número de unidades pelo preço médio, seja pela multiplicação da área construída pelo valor por metro quadrado. No Brasil, o VGV acumulado em 2024 alcançou cerca de R$ 229,2 bilhões, representando alta de 23% em relação ao ano anterior. No Estado de São Paulo e na capital paulista, esse movimento também se refletiu, com lançamentos e vendas mais intensas nos primeiros meses de 2025.
Em maio de 2025, apenas na cidade de São Paulo, o VGV mensal foi de R$ 4,8 bilhões. No acumulado dos últimos 12 meses, atingiu R$ 57,5 bilhões (valores deflacionados). Esses números reforçam que, apesar dos desafios macroeconômicos, o mercado de lançamentos e vendas ainda mantém fôlego.

Também conforme dados do Secovi-SP, no mesmo período de levantamentos recentes, foram lançadas 5.724 unidades residenciais novas na cidade de São Paulo, sendo comercializadas 6.154 unidades. Ou seja, a absorção de imóveis novos ainda está relativamente forte em muitos segmentos.
No primeiro quadrimestre de 2025, houve crescimento de 24% no número de unidades vendidas frente ao mesmo período do ano anterior. Particularmente nos imóveis compactos (unidades menores), observou-se uma queda de 9% no volume vendido, mas o VGV associado a esse segmento subiu 14%, sugerindo uma pressão de valorização por unidade.
Quanto à valorização média dos imóveis residenciais, o índice FipeZAP registrou em 2024 uma elevação de 7,73% para o Brasil, enquanto a inflação (IPCA) acumulada no mesmo período ficou em cerca de 4,64%. Isso resultou em um ganho real de aproximadamente 3,09% no setor imobiliário residencial.
Especificamente para São Paulo, a valorização média anual foi de 6,56% em 2024. Quando se analisa por tipologia, os imóveis de 1 dormitório foram os que mais se valorizaram (8,71% no ano de 2024). Unidades de 2 dormitórios subiram 7,16%, de 3 dormitórios 8,08%, enquanto imóveis com 4 ou mais dormitórios tiveram valorização de 6,24%. Isso sugere que existe apetite por unidades compactas, especialmente em localizações centrais, tanto por demanda de moradia quanto por potencial de investimento.
Tendências e pressões macroeconômicas
O mercado imobiliário, porém, vive sob forte influência de elementos macroeconômicos. A Selic elevada, na casa dos 15%, tem impacto negativo no custo do crédito imobiliário e na atratividade de financiamentos. A queda dessa taxa em ciclos futuros pode liberar novos patamares de demanda, sobretudo para empreendimentos de médio e alto padrão.
Outro movimento visível é a busca por liquidez e eficiência. Investidores têm olhado com mais atenção para fundos imobiliários (FIIs) e veículos estruturados que permitem exposição ao setor sem necessidade de compra direta de imóveis. Essa tendência reforça a importância de projetos bem estruturados e com perfil sustentável de geração de caixa, características que tornam o Casa Genebra um exemplo estratégico nesse cenário.
Por fim, o segmento de médio e alto padrão mostrou resiliência. Em pesquisas recentes, esse nicho apresentou aumento de 7,1% no número de unidades vendidas e alta de 28,8% no volume financeiro transacionado. Esse comportamento indica que, mesmo em períodos de restrição, há demanda qualificada por empreendimentos diferenciados.
O ciclo de entrega do Casa Genebra marca apenas o início de uma trajetória que promete ganhar fôlego. Com mais de R$ 500 milhões em lançamentos previstos, a UMÃ e a TG Core Asset reafirmam que a parceria não se limita a um caso isolado, mas inaugura uma agenda de novos projetos.
Mais do que entregar unidades residenciais, o objetivo é criar ativos imobiliários que combinem estética, qualidade e retorno financeiro. Em um mercado cada vez mais sofisticado, a integração entre finanças e arquitetura se mostra não apenas uma tendência, mas um caminho inevitável para quem deseja competir em alto nível.

