A Guardline, companhia sediada no Panamá com foco em desenvolvimento de soluções para cumprimento regulatório e prevenção de crimes financeiros, anunciou sua entrada oficial no mercado brasileiro ao nomear Adriano Fernandes como country manager. Atualmente, a companhia tem atuação na Europa e o Brasil é segundo país latino-americano onde se instalou, depois da Argentina.
Com soluções baseadas em inteligência artificial, a plataforma vê no Brasil um terreno fértil para negócios já que, ao mesmo tempo que tem um alto índice de fraudes, também vem se destacando como um dos países que mais investe em compliance. “Temos visto uma expansão forte do crédito brasileiro para as pequenas e médias empresas e isso também vem acompanhado do incremento de tentativas de golpes e fraudes. Enxergamos uma oportunidade de oferecer uma solução ágil para que o sistema financeiro brasileiro banque somente quem precisa ser bancado e não os fraudadores”, afirmou Adriano Fernandes.
O novo country manager tem experiência de 15 anos em empresas como Totvs, Tivit, Semantix e Simpress. Especialista em prevenção a fraudes pela Risk Leadership Academy, Adriano também acumula experiência internacional na mexicana NAAT TECH, o que amplia sua visão estratégica para mercados latino-americanos e contribui para a abertura do mercado brasileiro.
Levantamento da empresa mostra que a lavagem de dinheiro movimenta mais de US$ 3 trilhões por ano no mundo. No Brasil, são cerca de R$ 200 bilhões em perdas fiscais anuais. Houve ainda um forte incremento do mercado de criptomoedas e stablecoins no país: dados da Receita Federal dão conta que no ano passado, o volume movimentado dessa classe de ativos aumentou 118% na comparação com 2023, para um recorde de R$ 248 bilhões.
“Este é um mercado sofisticado que irá exigir cada vez mais tecnologia para a prevenção a fraudes. Há uma tendência de desintermediação financeira, com o mercado de criptoativos oferecendo alternativas ao sistema bancário tradicional para pagamentos internacionais e investimentos, o que nos traz uma enorme oportunidade. Além disso, os criminosos estão usando IA generativa para contornar processos de verificação de identidade e cometer fraudes online”, lembra Fernandes ao destacar que métodos tradicionais de verificação de conhecimento e propriedade, incluindo senhas de uso único podem ser facilmente comprometidos.
Para Bruno Bitelli, professor do Insper na área de Inteligência Artificial e CEO da Artemis, empresa que utiliza deste método para transformar processos judiciais em ativos financeiros, se utilizar de tecnologias avançadas para prevenir crimes financeiros traz bons resultados para as operações.
“Esses modelos geralmente são utilizados para fazer a detecção de milhões de transações em tempo real, identificando se tem algum padrão anômalo, algo que foge a uma regra do modelo pré-determinado. Você tem isso também voltado para a parte de prevenção proativa onde se cruzam diferentes tipos de fontes de dados, como histórico de crédito, movimentação bancária, perfil de usuário para tentar modelar quais são os casos”, afirmou.

