A Swap, empresa de Banking as a Service que facilita serviços no mercado de benefícios para diversas empresas, enxerga que as mudanças propostas pelo Governo Federal em torno das políticas de vale-alimentação e vale-refeição irão acirrar a concorrência entre players do setor. Visando auxiliar as facilitadoras de benefícios, como Ticket, Alelo e Visa, a companhia prevê crescer cinco vezes mais nos próximos três anos, mantendo o crescimento de 70% que registrou no último balanço.
A Portaria nº 1.707/24 do Ministério do Trabalho e Emprego, publicada em outubro de 2024, trouxe à tona novas discussões sobre a política de benefícios, o que gerou algumas propostas ainda em discussão. Essa portabilidade, porém, está pendente de regulamentação e não tem prazo para ser colocada em prática. De acordo com o CEO da Swap, Doug Storf, o governo foi aberto a ouvir as sugestões das empresas para que as alterações garantam mudanças positivas no setor e gerem maior atenção à tecnologia, à experiência do usuário e à eficiência operacional.
“Teve uma discussão bastante ampla entre governo e empresas. Participamos de reuniões com os Ministérios do Trabalho e Emprego e da Fazenda e notamos que poder público fez várias rodadas de negociações para ouvir os lados das companhias e associações com o objetivo de encontrar os melhores caminhos”.
As propostas mais importantes giram em torno da regulamentação da interoperabilidade, ou seja, permissão que uma mesma maquininha aceite cartões de todas as bandeiras e a redução no prazo para que um estabelecimento receba o pagamento, como explicou Storf:
“Embora a transação aconteça em um instante, o estabelecimento comercial recebe apenas em 30 dias. Algumas propostas defendidas pelo governo pedem que o pagamento caia em dois dias ou então que ao longo do tempo esse prazo se reduza. Mas, a questão é que alguns contratos públicos preveem um pós-pagamento de 30 dias, então seria difícil mudar para dois dias considerando esses contratos ativos com o poder público”.
Por fim, também se discute a criação de um teto no valor cobrado pelas operadoras de serviço de estabelecimentos comerciais: “Não se sabe o valor exato que será proposto, mas sonda-se algo em torno de 4%”, afirmou Doug.
Para a Swap, é crucial que as companhias façam uma análise do quadro atual e do novo cenário, para a tomada de decisão bem planejada já que existem, na prática, os arranjos fechados (que controlam a aceitação e o uso do cartão emitido e geralmente têm taxas mais altas) e os arranjos abertos (mais flexíveis e historicamente com taxas menores). Para alguns players, é possível que o arranjo fechado deixe de fazer sentido e será necessário decidir entre migrar para um arranjo aberto ou buscar um produto híbrido.
Na análise da Swap, o aumento da competitividade, ocasionado pela proximidade dos arranjos, tornará a experiência do usuário e a eficiência operacional mais impactantes.