A energia solar deve representar 33% da matriz elétrica brasileira até 2030, com potencial de gerar mais de 3,6 milhões de empregos no país. Mais do que uma alternativa ambiental, a tecnologia vem se consolidando como solução econômica, capaz de reduzir em até 95% as despesas com eletricidade e ampliar a competitividade das empresas.
Em entrevista exclusiva ao BRAZIL ECONOMY, Carlos Braga Monteiro, CEO do Grupo Studio, consultoria especializada em energia por assinatura, destacou que a energia solar deixou de ser apenas um custo operacional e passou a se tornar um ativo estratégico.“Energia elétrica sempre foi custo fixo. Com a solar, ela passa a ser investimento que gera retorno, previsibilidade e valorização do negócio. É a diferença entre pagar uma conta todos os meses e ter um ativo que reduz despesas e fortalece patrimônio”, afirmou.
O setor de energia solar fotovoltaica atravessa um ciclo de expansão sem precedentes no Brasil. A redução nos custos de instalação, o avanço tecnológico e a ampliação do crédito impulsionam a adoção da geração própria de energia, tanto por grandes companhias quanto por pequenas e médias empresas.
Desde 2012, o segmento já criou mais de 1,4 milhão de empregos diretos e indiretos. A projeção é de que esse contingente ultrapasse os 3,6 milhões até o fim da década, ao mesmo tempo em que a fonte deve alcançar um terço de participação na matriz elétrica nacional.
Segundo Monteiro, os benefícios ultrapassam a redução na conta de luz. “Ela libera caixa para investimento em crescimento, melhora margens operacionais e fortalece a imagem junto a clientes e investidores. Cada vez mais, sustentabilidade está ligada a acesso a crédito e competitividade.”
Fundado em 1996 e presente em mais de 350 escritórios no Brasil, o Grupo Studio atua em 14 verticais de negócios, incluindo gestão tributária, societária, financeira e de energia. A proposta, explica o CEO, é oferecer uma visão integrada para os clientes. “O cliente não recebe apenas um projeto solar, mas uma estratégia completa. A energia dialoga com gestão tributária, eficiência financeira e compliance. Isso amplia resultados e garante soluções sob medida para cada empresa.”
A consultoria já acumula mais de R$ 14 bilhões em benefícios gerados a seus clientes e considera a energia renovável uma das alavancas centrais de seu ecossistema de soluções.
Apesar do avanço do setor, ainda existem barreiras, principalmente na esfera regulatória e de financiamento. Monteiro defende medidas para simplificar o acesso ao crédito e garantir previsibilidade às empresas. “O setor já provou viabilidade técnica e econômica; agora precisa de estabilidade regulatória para atrair investimentos em larga escala.”
Para o executivo, o Brasil possui condições únicas para se destacar na transição energética global. Com uma matriz já predominantemente limpa e um dos maiores potenciais solares do mundo, o país tem a chance de transformar vantagem natural em liderança estratégica.
“As empresas que liderarem esse movimento não só ganham competitividade interna, mas também posicionamento internacional. É hora de assumir protagonismo e transformar vantagem natural em vantagem estratégica.”