Stablecoins ganham força no câmbio e devem crescer 500% entre Brasil-Argentina

Para empresas brasileiras que exportam para a Argentina, receber em stablecoins garante maior previsibilidade de caixa e elimina atrasos na conversão de moedas

Rocelo Lopes*
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Imagens: Divulgação

Rocelo Lopes diz que para empresas brasileiras que exportam para a Argentina receber em stablecoins garante previsibilidade

Rocelo Lopes diz que para empresas brasileiras que exportam para a Argentina receber em stablecoins garante previsibilidade

As stablecoins estão deixando de ser apenas um ativo de investidores e passando a ocupar um espaço central em operações de câmbio e pagamentos B2B na América Latina. Em 2025, a expectativa é que o uso de stablecoins em operações de trade exterior entre Brasil e Argentina cresça até 500%, impulsionado pelas restrições cambiais no país vizinho, pela busca de eficiência em operações de importação e exportação e por um novo cenário global de instabilidade cambial.

Na Argentina, a inflação anual acima de 200% e as múltiplas cotações do dólar dificultam o acesso das empresas ao mercado de câmbio tradicional, criando um ambiente propício para a adoção de stablecoins como USDT. Para empresas brasileiras que exportam para a Argentina, receber em stablecoins garante maior previsibilidade de caixa, elimina atrasos na conversão de moedas e reduz custos com bancos intermediários.

A esse cenário se soma o impacto do “tarifaço” anunciado pelo presidente Donald Trump sobre produtos importados, incluindo commodities brasileiras, que elevou a incerteza cambial e os custos em operações internacionais. A perspectiva de aumento de tarifas e sanções comerciais reacende a importância de soluções que ajudem empresas a proteger margens e reduzir custos operacionais em negociações com mercados externos, independentemente das oscilações políticas e cambiais.

Na prática, stablecoins oferecem liquidação praticamente instantânea, taxas mais baixas do que remessas tradicionais e maior transparência, aspectos que se tornam ainda mais relevantes no comércio exterior em tempos de incerteza. Para as empresas, representa um avanço significativo em termos de agilidade e gestão de risco cambial.

Na SmartPay, já observamos um crescimento consistente na demanda por soluções de pagamentos em stablecoins para o comércio internacional, utilizando nossa API Swapx para facilitar a conversão instantânea entre reais e ativos digitais em operações B2B. Com a blockchain Liquid e integrações com carteiras autocustodiadas como a Truther, as empresas conseguem gerenciar seus fluxos de caixa de forma segura e em conformidade com o sistema financeiro, utilizando stablecoins como ferramenta de proteção cambial e eficiência operacional.

Este movimento também acompanha um cenário global favorável: relatórios recentes da Circle e Blockdata apontam que as stablecoins devem capturar uma parcela relevante dos fluxos B2B e de remessas internacionais em 2025, consolidando-se como infraestrutura de pagamento no mercado corporativo.

No Brasil, o avanço do Drex e do open finance, aliado à ampla adoção do Pix, cria um ecossistema ideal para que as stablecoins atuem como ponte entre criptoativos e o sistema financeiro tradicional, fortalecendo as exportações e importações em toda a América Latina.
O futuro dos pagamentos internacionais está em transformação, e as stablecoins estão no centro dessa mudança. Quem entender e se adaptar a essa realidade poderá acessar um mercado mais ágil, competitivo e seguro, transformando as relações de comércio exterior no continente.

*Rocelo Lopes é CEO da SmartPay

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