A MaxiFrota, uma das três maiores empresas de gestão de frotas do Brasil, aposta em um novo produto para acelerar sua expansão no setor. Lançado há seis meses, o cartão de crédito VEIC, desenvolvido em parceria com a Elo, já movimenta a operação da companhia baiana e deverá atingir um faturamento de R$ 200 milhões em seu primeiro ano. A expectativa da empresa é alcançar R$ 10 bilhões em receitas acumuladas até 2029.
Voltado exclusivamente a condutores que circulam pelas rodovias brasileiras, o cartão é resultado de um investimento de R$ 50 milhões iniciado em 2017, logo após a sanção da lei que permitiu a diferenciação de preços entre pagamentos em dinheiro e no cartão. À época, a mudança regulatória acendeu um alerta no setor de gestão de frotas, que movimenta atualmente cerca de R$ 200 bilhões por ano, mas tem potencial de atingir R$ 500 bilhões, dada a alta dependência do transporte rodoviário no País.
O CEO da MaxiFrota, Paulo Guimarães, explica que a nova regra poderia elevar os custos para motoristas que abastecem com cartões específicos de frota, devido ao ágio aplicado por alguns postos — estimado entre 5% e 20%. O cartão VEIC surgiu como alternativa para reduzir esse impacto. “Como o VEIC é um cartão de crédito, a incidência de ágio é mínima, quando existe. Em comparação com opções como PIX ou cartões comuns, a diferença não passa de 2%”, afirma o executivo.
Segundo Guimarães, o novo cartão também oferece mais liberdade aos motoristas, sendo aceito em aproximadamente 44 mil postos no país — todos compatíveis com máquinas da bandeira Elo. “Além de combater o ágio, o VEIC amplia a pulverização dos pontos de abastecimento, o que melhora a logística dos nossos clientes. É um diferencial competitivo que nossos concorrentes ainda não acompanham”, destacou.
O VEIC já opera como uma vertical independente dentro da MaxiFrota, com estrutura e tecnologia próprias, voltadas para a inovação em mobilidade corporativa. Ainda assim, a empresa mantém em operação seu cartão tradicional, utilizado principalmente por entes públicos e grandes empresas do setor privado. Atualmente, 60% da base de clientes da MaxiFrota pertence ao setor privado e os outros 40% ao setor público, incluindo prefeituras, governos estaduais e o governo federal.
“Temos 24 mil postos credenciados na rede tradicional da MaxiFrota. Com eles, conseguimos negociar preços diretamente com os estabelecimentos para oferecer melhores condições aos nossos clientes. O VEIC e o cartão tradicional se complementam na operação”, disse Guimarães.
Além da redução de custos operacionais, a MaxiFrota também atua no combate a fraudes como o desvio de combustível — prática recorrente que gera perdas significativas para gestores de frota. “Nosso sistema transforma o combustível em parâmetro principal da gestão, ajudando na comparação entre condutores e no controle de consumo. Em frotas pesadas, o combustível pode representar até 30% do custo total”, explicou o executivo.
Apesar dos desafios macroeconômicos, como a oscilação dos combustíveis ou barreiras comerciais internacionais, Guimarães se mostra confiante na resiliência do modelo de negócios da companhia. “Essas oscilações afetam diretamente nossos clientes, que acabam recorrendo ainda mais aos nossos serviços em busca de eficiência. Nosso papel é justamente ajudar as empresas a economizar quando o cenário fica mais desafiador”, afirmou.