Lobie salta em locações por temporada com modelo em que só lucra se o investidor lucrar

Startup atrai investidores com modelo centrado na eficiência operacional e prepara expansão para novas cidades, como São Paulo, Balneário Camboriú e Sinop

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Imagens: Divulgação

Ernesto Otero, CEO da Lobie, afirma que o segredo da lucratividade está no controle dos custos

Ernesto Otero, CEO da Lobie, afirma que o segredo da lucratividade está no controle dos custos

Com uma proposta que alia gestão profissional completa, foco em controle de despesas e forte investimento em tecnologia, a startup carioca Lobie vem se consolidando como um dos nomes fortes no setor de locações por temporada no Brasil. Atuando como operadora e síndica dos empreendimentos, a empresa aposta em um modelo diferenciado, que vai além da tradicional administração de receitas. “Cuidamos da despesa, porque é aí que está o valor. Preço é definido pelo mercado, mas o custo é o que conseguimos controlar”, afirmou ao BRAZIL ECONOMY Ernesto Otero, CEO da empresa.

Diferentemente da maioria das gestoras do setor, que se concentram apenas no faturamento dos imóveis, a Lobie também gerencia os custos operacionais de ponta a ponta — da manutenção aos contratos de equipe e fornecedores. A ideia, segundo executivos da empresa, é simples: otimizar despesas para valorizar o ativo e gerar retorno real aos investidores.

O modelo tem apresentado resultados expressivos. Um dos empreendimentos sob gestão da Lobie, o Casa Mauá, registrou valorização de capital de 50% em um ano e distribuiu rendimento médio mensal líquido de 1,78% aos investidores. “Se fosse um fundo imobiliário, seria o de melhor performance no Brasil”, afirmou o executivo.

A lógica de remuneração da startup também foge ao padrão de mercado. A Lobie só é paga se o empreendimento gerar lucro. “Temos skin in the game. Só ganhamos se distribuirmos resultados. Caso contrário, temos prejuízo até com o nosso próprio escritório”, explicou.

A tecnologia é outro pilar central na operação. A empresa destina cerca de dois terços de seus custos ao desenvolvimento de soluções digitais. A Lobie integra o programa Google for Startups, com acesso a infraestrutura de ponta e US$ 200 mil em créditos para desenvolvimento.

Sistemas próprios baseados em inteligência artificial e big data apoiam a gestão, a precificação dinâmica e o monitoramento de performance. Os empreendimentos são avaliados com base em indicadores da hotelaria, como taxa de ocupação, ADR (tarifa média diária) e RevPAR (receita por unidade disponível).

No Casa Mauá, no Centro, por exemplo, a ocupação em março chegou a 80%, com ADR de R$ 362 e RevPAR de R$ 291. O yield on cost do imóvel alcançou 3,21% ao mês — percentual muito superior à média dos fundos imobiliários listados em bolsa.

“Nos FIIs, o cotista sofre com a diluição nas ofertas subsequentes. No nosso modelo, o investidor é proprietário do imóvel, com valorização patrimonial e retorno direto”, destacou o executivo.

Atualmente, o Rio de Janeiro é o principal mercado da Lobie, com unidades em bairros como Botafogo, Humaitá, Copacabana, Ipanema, Leblon, Gávea, Flamengo, Glória, Santa Teresa, Barra da Tijuca e Centro, além de Niterói (Camboinhas, Icaraí e Ingá), Baixada Fluminense (Nova Iguaçu) e Região Serrana (Itaipava). Mas a empresa já planeja ampliar sua atuação. Ainda em 2025, a startup deve iniciar operações em Sinop (MT). Em 2026, a previsão é chegar a São Paulo e Balneário Camboriú (SC) — cidades selecionadas com base em potencial econômico, vocação turística e oferta de imóveis.

“Sinop tem um PIB elevado por conta do agronegócio. Já Balneário é um destino turístico consolidado, mas ainda pouco explorado por modelos como o nosso”, afirmou Otero.

Números da operação

Até o momento, a Lobie já entregou 574 unidades, com valor geral de vendas (VGV) estimado em R$ 400 milhões. Para os próximos lançamentos, o pipeline soma aproximadamente 1.300 unidades, com VGV total projetado em cerca de R$ 1,1 bilhão — números sujeitos a ajustes conforme a evolução do mercado.

A base de investidores também cresce. Hoje, cerca de 1.008 pessoas físicas participam dos empreendimentos operados pela empresa, algumas com mais de uma unidade em carteira. Os dados de ocupação, rendimento e valorização reforçam a robustez do modelo.

Com base em resultados concretos, uma operação escalável e um modelo de negócios ancorado em eficiência, tecnologia e alinhamento de interesses com o investidor, a Lobie busca não apenas crescer, mas redesenhar a lógica das locações por temporada no Brasil.

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