Uma das maiores empresas do setor elétrico, a Engie Brasil Energia acaba definir uma reformulação em sua estrutura organizacional com o objetivo de fortalecer sua atuação na transição energética e garantir maior integração entre as áreas da companhia. A nova configuração, em vigor desde 1º de julho, acompanha um ciclo de crescimento sólido e amplia o alinhamento com a estratégia global do grupo, segundo o CEO da empresa, Eduardo Sattamini. Isso porque a mudança vai além de uma reorganização administrativa e busca promover ganhos reais de eficiência, melhorar a comunicação interna e fortalecer a resposta da companhia aos desafios do setor elétrico.
“Mais do que uma simples mudança no organograma, essa nova estrutura reflete uma visão mais integrada do negócio. Internamente, promove eficiência e facilita a transferência de conhecimento. Externamente, fortalece o foco nos negócios e nos resultados esperados pelos stakeholders”, afirmou o executivo, em entrevista exclusiva ao BRAZIL ECONOMY.
A reestruturação ocorre em um momento de desempenho positivo para a companhia. No primeiro trimestre de 2025, a Engie registrou um Ebitda ajustado de R$ 2 bilhões, alta de 12,4% em relação ao mesmo período do ano anterior. A receita operacional líquida somou R$ 3 bilhões, crescimento de 15,5%, enquanto o lucro líquido ajustado atingiu R$ 823 milhões, avanço de 3,8%. Também houve aumento de 27% na base de clientes no mercado livre e expansão de 12,1% no volume de energia comercializada.
Entre os destaques do trimestre, estão a entrada em operação de 908 MW de capacidade instalada, impulsionada pelo avanço do Conjunto Eólico Serra do Assuruá (BA) e do Conjunto Fotovoltaico Assú Sol (RN). Com isso, a empresa passou a operar 9.915,7 MW de capacidade própria dentro de um parque gerador total de 11.625,5 MW, distribuído em 120 usinas.
No período, os investimentos totalizaram R$ 1,1 bilhão, destinados à construção de novos empreendimentos e modernização da infraestrutura existente. Para o triênio 2025–2027, estão previstos aportes de R$ 11,6 bilhões em projetos eólicos, solares, expansão da malha de transmissão e aquisição de ativos. Um exemplo é a recente compra de duas hidrelétricas na região Norte, que devem adicionar 612 MW ao portfólio, após aprovação regulatória.
“Essa operação está alinhada à nossa estratégia de fortalecer a posição da Engie no setor, com a ampliação do prazo médio das concessões e receitas contratadas no mercado regulado”, afirmou Sattamini.
Integração e foco em ESG
A nova estrutura organizacional une áreas estratégicas como renováveis, armazenamento, transmissão e comercialização, promovendo maior sinergia e alinhamento com o modelo internacional do Grupo Engie. “A mobilidade de talentos, seja por novas lideranças ou pela realocação de executivos, é uma forma de renovar ideias e acelerar a tomada de decisões”, disse o CEO.
Além da eficiência operacional, a transformação tem caráter cultural, segundo Sattamini. “Estamos valorizando a diversidade de perspectivas, o protagonismo das lideranças e a construção coletiva de soluções. Isso reforça nosso compromisso com a transição energética e a geração de valor de longo prazo.”
Outro destaque é a criação de uma diretoria dedicada exclusivamente à agenda ESG. “Reforçamos nossa gestão com foco em desempenho econômico, responsabilidade socioambiental e governança ética. É um passo estratégico que nos consolida como agente de transformação positiva no País”, garantiu Sattamini.
Entre as ações recentes, está o lançamento do “Caderno de Clima e Natureza”, que complementa o Relatório de Sustentabilidade com foco nos impactos ambientais. A Engie também mantém presença, pelo 20º ano consecutivo, no Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da B3, e integra o Supplier Engagement Leaderboard do CDP.
“Queremos inspirar nossos colaboradores a serem protagonistas dessa jornada, contribuindo para uma sociedade mais justa, inclusiva e sustentável”, destacou o CEO.