Empresas de finanças e da área comercial atuantes no Brasil já representam, juntas, 42% da demanda pelo serviço de Office as Service, baseado no conceito de escritórios flexíveis. É o que mostra o Censo Coworking 2025, elaborado pela Woba. Este tipo de serviço facilita a escolha de imóveis para empresas já que, em vez de lidar com vários contratos separados como aluguel, internet, limpeza, condomínio, o serviço de Office as a Service permite que tudo seja resolvido em um único contrato, com gestão centralizada, como afirma o cofundador e CEO da Woba, Pedro Vasconcellos. “Empresas dos setores financeiro e comercial costumam crescer rápido e precisam estar presentes em várias regiões ao mesmo tempo. É aí que os escritórios flexíveis fazem total sentido, já que permitem uma nova operação em qualquer cidade do Brasil, sem investimento inicial em obra ou infraestrutura e com ativação muito mais rápida”.
As regiões que mais solicitam estes serviços ainda estão concentradas nas capitais, com destaque para São Paulo e Rio de Janeiro. Porém, outras regiões do Brasil, distantes uma das outras, representaram crescimentos expressivos. Enquanto a região Sul foi a que registrou maior aumento percentual no número de escritórios flexíveis entre 2023 e 2024, com 205,24%, saltando de 248 para 759 unidades, Goiás foi o estado com maior crescimento: aumento de 81% em demandas de coworking, passando de 57 para 103 unidades. Se fizermos a análise por cidade, Fortaleza (CE) foi a recordista de aumento com 128%, passando de 64 para 147 coworkings.
Para o CEO da Woba, empresas dos setores financeiro e comercial, como de outros setores também, estão cada vez mais focadas em eficiência operacional, expansão inteligente e tomada de decisão baseada em dados. “E é exatamente nesse ponto que nos conectamos e atendemos as necessidades reais dessas organizações”.
A Woba, autora do estudo, é uma empresa fundada pelos irmãos Roberta e Pedro Vasconcellos com apoio da rede global da Endeavor. Hoje, conectam mais de 2 mil espaços de trabalho flexíveis com 400 empresas por meio de um pacote de créditos via pacote de assinatura e oferece infraestrutura completa, incluindo salas de reunião, espaços para eventos e ampla capilaridade para atender as necessidades das empresas que não querem assinar contratos de aluguéis de escritórios.
Em 2021, os dois irmãos levantaram US$ 10 milhões em uma série A liderada pela Kaszek, com a participação da Valor Capital. Também captaram outros R$ 8 milhões com Kees Koolen, cofundador do Booking.com e, recentemente, fecharam um aporte de US$ 13,5 milhões em rodada liberada pela Bewater. Atualmente, possui mais de 2,5 mil espaços de trabalho espalhados por mais de 350 cidades do Brasil, México, Chile, Argentina e Colômbia. Entre a carteira de clientes que utilizam os serviços da Woba estão a Vale, Banco Inter, XP, Mercado Pago etc. Atualmente a companhia já tem aproximadamente 50% do mercado das maiores empresas da área financeira do Brasil.
Modelo de escritórios flexíveis cresce no Brasil
Apesar de muitas empresas darem sinais de que querem retornar ao regime presencial, com o fim da pandemia, a tendência nas demandas para o serviço de Office as a Service é de crescimento, de forma consistente, não só para os setores financeiro e comercial. Entre 2023 e 2024, o número total de espaços no país aumentou 30,14%, passando de 2.986 para 3.886.
Em vez de manter estruturas fixas e caras, as companhias passam a enxergar o espaço físico como um recurso estratégico, que pode ser ativado sob demanda, em qualquer lugar do Brasil, com qualidade padronizada, gestão centralizada e sem burocracia. Isso permite que abram filiais comerciais, operações de atendimento ou pontos de apoio com muito mais agilidade e controle de custo, como afirma Pedro Vasconcellos. “Com o nosso modelo, elas conseguem acompanhar de perto como os espaços estão sendo usados, identificar padrões de ocupação e entender exatamente onde vale a pena manter ou expandir uma operação. Em vez de decisões no escuro, é tudo feito com base em informação real”.