Após 32 anos de atuação no setor de vestuário, o Grupo Pasquini entra em uma nova fase. A companhia, criada em São José do Rio Preto, cidade do interior de São Paulo, e que mudou a sede em 2019 para Santa Catarina, acaba de assinar contrato com a U.S. Polo Assn. para fabricar e vender no Brasil as famosas camisetas polo da empresa americana, que em 2025 completa 135 anos de tradição no esporte e na malharia premium. Mas não é só isso. O grupo brasileiro está em processo de independência operacional das suas três marcas — a masculina Acostamento, a feminina ACT e a de vendas online Inblanche — e já negocia trazer para o País outras duas grandes empresas de renome internacional.
“Nós evoluímos muito nessas três décadas. E agora estamos em um novo momento da companhia. Estamos trazendo mais duas marcas internacionais. A U.S. Polo abriu essa porteira”, disse ao BRAZIL ECONOMY Raritom Pasquini, fundador e presidente do grupo que leva seu sobrenome.
As marcas que estão em negociação são mantidas em sigilo. Com uma delas, as conversas se estendem há pelo menos dois anos. Nesse período, a assinatura do contrato esteve muito próxima, mas a mudança no comando da operação da matriz paralisou os trâmites e o diálogo praticamente voltou à estaca zero. Hoje, as tratativas estão novamente adiantadas.
Com a entrada no segmento premium, o Grupo Pasquini espera triplicar o faturamento até 2029 — o que significa alcançar uma receita de R$ 1 bilhão, já que apenas com a marca Acostamento as vendas em 2024 somaram R$ 300 milhões, 17% superior ao período anterior. Para este ano, a expectativa é aumentar em 15% a comercialização dos produtos voltados ao público masculino.

Com a estratégia junto à U.S. Polo, o Grupo Pasquini pretende desenvolver um projeto de longo prazo, que a Alpar do Brasil — até então detentora do licenciamento da marca americana no Brasil — não conseguiu consolidar.
A U.S. Polo está presente em 190 países e tem faturamento global de US$ 2,3 bilhões. Os produtos estão sendo fabricados na planta do Grupo Pasquini, em Santa Catarina, e distribuídos para as multimarcas que já atendem Acostamento e ACT. São 4.000 pontos de venda espalhados por todo o País.
Pouco mais de duas semanas após o anúncio da parceria com a U.S. Polo, a receptividade tem sido positiva, segundo Raritom. “Começou com uma resposta muito positiva. Os clientes gostaram muito do produto”, disse o executivo, ao ressaltar que o processo de fabricação e os itens finais passam por inspeção e validação constantes dos americanos. “Recebemos eles frequentemente. Eles são muito objetivos.” Apenas com as peças da U.S. Polo, são cerca de 1.000 SKUs entre modelos, tamanhos e cores diferentes.
Além da fabricação e distribuição, o Grupo Pasquini vai gerir as futuras aberturas de lojas próprias, franquias e e-commerce. “Vamos combinar nossa capilaridade e conhecimento de mercado com a força global da marca para oferecer uma experiência completa, autêntica e acessível ao consumidor”, afirmou Raritom.
O plano, que envolve também as outras marcas da companhia, é inaugurar unidades da Acostamento a partir de 2027, da U.S. Polo em 2028 e da ACT em 2029. “Vamos nos organizar nesse período para fazer dar certo. Teremos lojas próprias, mas o modelo será bem ancorado em franquias”, explicou o executivo, que começou sua trajetória no segmento em 1993, no interior de São Paulo, comprando tecidos na capital, produzindo em São José do Rio Preto e vendendo as roupas de porta em porta.
Dessa maneira, o lobo do logotipo da Acostamento se uniu aos cavalos da U.S. Polo. Em pouco tempo, outras espécies serão agregadas ao portfólio do Grupo Pasquini.